21.

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Sorri ao sentir o seu beijo nas minhas costas nuas devido aos acontecimentos da passada noite que, nunca deixavam de ser especiais.

- Dormiste bem? - murmurou, chegando a sua trilha de carinhos ao meu pescoço, fazendo-me arrepiar.

- Como à muito tempo não acontecia. - admiti. - Estou com o rapaz que adoro, num país extremamente encantador, num bungalow deveras bonito, na minha época festiva preferida. O que mais poderia eu pedir? Considero-me a pessoa mais sortuda do mundo. - ele riu satisfeito pela minha resposta e eu sorri, beijando-o intensamente.

Este voltou a deitar-me e posicionou-se por cima de mim, suportando o seu peso nos seus braços, de modo a que não me magoasse.

- Vamos tomar o pequeno almoço? - sugeriu, terminando a sua onda de carinho com um beijo na minha testa.

- Sim. Estou esfomeada. - confessei. Ia continuar a falar mas Rúben não me deixou.

- Pensava que podias estar satisfeita depois de me teres comido a mim. - fez troça, esboçando um sorriso sugestivo, e olhei-o atónita.

- Meu Deus, Rúben, isso foi horrível. - afastei-o de mim. O jovem deixou-se cair no outro lado da cama, soltando uma gargalhada aquando da minha expressão horrorizada. - A imagem que, por momentos, me passou na mente foi no real sentido da palavra comer. - ele fez uma careta de nojo. - Exato. - gritei, tendo noção que ele me percebera e imaginara o mesmo cenário. - Tenta melhorar as tuas piadas sem graça, Dias. - já num tom de gracejo, não evitei picar.

Planeava levantar-me mas o plano acabou por não se concretizar pois fui puxada pela cintura, repousando novamente as costas na cama.

- Tu não perdes uma oportunidade para me rebaixar. - dramatizou e soltei uma risada alta. Beijei os seus lábios rapidamente e fugi do seu enlace, procurando a minha roupa interior, esta espalhada pelos cantos do quarto.

- Sabes que a nossa relação só funciona assim. - brinquei e o atleta luso gargalhou.

- Eu gosto que assim seja. - sério afirmou, olhando-me intensamente e ofereci-lhe um sorriso tímido.

- Eu também. - num murmúrio, ditei a verdade. - Tu estás bem, Rúben? - inquiri, um pouco preocupada, ao vê-lo um pouco inquieto, abrindo a boca apenas para a fechar outravez, acabando por não falar o que queria.

- Quem é o Nuno? - direto, interrogou e engoli em seco, puxando ao de leve os cabelos.

- Como é que tu sabes isso? - não consegui não ser rude pois este tocara a ferida.

- Foi a Carminho. Ela não me contou o que se passou entre vocês mas sei que se tratou, a certa altura, de uma relação à distância e que foi uma experiência traumatizante para ti e que te magoou muito. - explicou. - Benny. - num tom preocupado chamou ao observar os meus olhos marejados.

- Porque isto agora, Rúben? - um pouco sufocada, perguntei. - Qual é a necessidade? - tentei controlar o choro.

- Eu.. - focou o olhar nos lençóis. - Como sabes, o me.. - pausou, soltando um forte suspiro. - Sabes que mais? - num instante levantou-se, vindo ao meu encontro, não se preocupando com a sua nudez. Segurou o meu rosto entre as mãos, deixando um beijo ternurento nos meus lábios e, logo de seguida, na testa. - Não vamos falar sobre isso agora. Bora tomar um banho relaxante, fazer umas panquecas e aproveitar o dia. - tentou aliviar o ambiente.

- Tudo bem. - acabei por ceder, embora ainda um pouco atordoada pela nossa troca de palavras.

Deixei que ele me conduzisse até à casa de banho, onde nos preparou um bem quente devido ao frio que se fazia sentir e que, se tornou bem mais demorado que o esperado devido às mãos marotas e aos beijos irresistíveis do mais promissor central do futebol europeu.

Opostos | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora