- Aproveita toda esta boa disposição que as aulas estão quase a iniciar. - fiz troça e ele fez uma careta engraçada, o que me levou a rir.

- Nem me digas nada. - reclamou e eu ri, despenteando os seus cabelos.

Levei-o a casa, parando para uma pequena visita aos meus pais, já regressados de mais um dia de trabalho, e depois rumei até ao meu apartamento.

Uma vez que vivia sozinha, deixei-me ficar apenas com uns calções curtos e o soutien, devido ao imenso calor que ainda se fazia sentir, e preparei todo um jantar saudável, exigido pela nutricionista que integrava a equipa médica do Sport Lisboa e Benfica e controlava a alimentação de todos os atletas do clube.

Posto isto, tomei um duche demorado e relaxante e vesti o pijama, decidindo que hoje seria dia de séries, acabando por escolher fazer uma maratona de How I Meet Your Mother.

Quando a hora da refeição chegou, levei o prato para a sala e comi por meio de gargalhadas causadas pela personagem Barney, esta que eu tanto adorava.

A minha diversão fora interrompida pelo toque das notificações do meu telemóvel, o que me fez pausar a televisão. Assim que o ecrã se acendeu, os olhos quase me saltaram da cara ao ver uma mensagem direta no Instagram de Gedson, lembrando-me do convite que me fora feito hoje pela tarde. Rúben usara a rede social do amigo para relembrar a invitação, deixando o seu endereço e uma reclamação acerca do porquê de ainda não ter aceite o seu pedido para me seguir, o que me fez rir. Só para o irritar, deixaria o mesmo por confirmar durante mais alguns dias. 

Não respondi à mensagem mas, não consegui concentrar-me mais no programa que assistia pois pairava a minha indecisão, se devia ou não ir até ao apartamento do jogador. 

- Eu vou arrepender-me amanhã disto, mas olha.. - dei de ombros, falando sozinha e, corri para o quarto, vestindo uma roupa apresentável da forma mais rápida possível, antes que a coragem para sair aquela porta me faltasse. 

Peguei as chaves do automóvel, o meu telemóvel e apaguei tudo, dirigindo-me para o exterior. A viagem até aos aposentos do internacional português foi calma mas rápida, deslocando-me antes ao hipermercado para comprar algo doce para que pudessem petiscar naquele que era um aguardado e, sempre de muitos nervos, jogo de futebol. 

Respirei fundo, entrando no elevador e seguindo até ao terceiro andar, piso onde morava o atleta luso. Quando cheguei junto da sua porta, uma onda de hesitação percorreu todo o meu ser, fazendo-me recuar alguns passos. 

- O que é que eu estou a fazer aqui afinal? - murmurei, repreendendo-me pela escolha. - Eu vou-me embora. - decidi, caminhando até ao elevador, tocando no botão para que as portas abrissem. 

- Benedita? - ouvi a sua voz e petrifiquei, não evitando ficar embaraçada por ter sido apanhada a fugir. 

- Eu. - de forma lenta, virei-me para ele que me encarava com um sorriso divertido no rosto. 

- Ias fugir? - fez troça, andando até meio do corredor. - Ficaste com receio de não resistir aqui ao Gato? - continuou e gargalhei, incrédula com o seu atrevimento e falta de vergonha. 

- Isso querias tu. - toda a sentença era ela irónica. - Eu ainda estou a tempo de ir embora. - apontei para o elevador atrás de mim e ele arregalou os olhos, rapidamente negando. 

- Não, claro que não. - aproximou-se bastante. - O que é que trazes aí? - quis bisbilhotar o saco mas não o permiti, levando-o ao ar, tentando que ele não apanhasse. 

- Isto não é só para ti. - avisei, indo à sua frente. 

- Mas eu quero ver. - senti-o agarrar a minha cintura e levar a cabeça à curva do meu pescoço, o que me assustou e arrepiou ao mesmo tempo, resultando no bolo que comprara no chão. 

- Já viste o que fizeste? - gritei, horrorizada, ao ver o pavimento imundo. 

- Não te preocupes que eu dou-te o dinheiro. - afirmou enquanto tentava não desatar a rir. 

- Não é uma questão de dinheiro, Dias. É comida! É chocolate que é, tipo, só a melhor coisa de sempre! - aborrecida, exclamei, olhando para o agora incomestível doce. 

- Já sei qual vai ser a melhor maneira de te conquistar. - piscou o olho, oferecendo-me um largo sorriso e respirei fundo, contendo toda a minha vontade de lhe bater. 

- Já te disse que odeio-te hoje? - entre dentes e irritada, proferi. 

A sua gargalhava engraçada foi a única coisa que eu ouvi. 

A/N: olá, olá. Espero que esteja tudo bem! Pausa do estudo significa, hoje, ver o Benfica e atualizar. 😂😁
Eu espero mesmo que estejam a gostar porque sinto que esta história está a ser um desafio para mim, uma vez que as outras que publiquei, tratavam assuntos mais "sérios" e traziam discursos mais maduros e de reflexão, enquanto que nesta, os mesmos se baseiam, neste início, na parvoíce, no bom sentido, do Rúben e dos seus piropos sem qualquer graça que a Benedita não gosta (ou finge não gostar 😂😏) e numa relação construída pelo suposto ódio que, lá no fundo, de ódio não tem nada. Quis fazer algo diferente do que fiz até agora. Espero mesmo mesmo que estejam a gostar. Digam-me qualquer coisinha! ❤️
Obrigado pela oportunidade e até breve! ☺️

Opostos | Rúben Dias Where stories live. Discover now