94°

3.1K 271 18
                                    

Já que eu tava na rua, aproveitei e fui no mercadinho comprar material de limpeza pra limpar a casa agora.

Entrei lá e algumas pessoas me cumprimentaram, fui na parte da limpeza, peguei alvejante, pano de chão, bom-ar, vassoura, rodo, limpa vidros, algumas flanelas e é claro que comprei muita besteira pra comer arrumando tudo. Fui pro caixa e a moça passou tudo, paguei e fui subindo desengonçada com aquele tanto de sacolas.

Passei na casa da Soph e ela me olhou.

- pra que tudo isso? - perguntou e eu coloquei as sacolas no chão.

- vou voltar pra minha casa, vim só pegar a chave que o Gusta falou que vocês estavam guardando. - falei e ela assentiu indo pra estante, ela abriu uma caixinha de tirou uma chave de lá.

- mais tarde eu vou lá te ajudar. - falou e eu assenti, peguei as sacolas e fui pra casa.

Caminhando pela calçada, eu percebi o quanto aqui mudou, não parece o Vidigal que eu deixei pra trás há seis anos, nada tá igual.

Parei em frente minha antiga casa e suspirei vendo que eu iria ter que fazer uma grande reforma, a tinta tá feia, o portão tá ficando enferrujado...enfim, vou fazer uma reforma o quanto antes.

Abri o portão e entrei na casa, ia destrancar a porta mas já tava aberta, caraca vou ter que mudar as portas também. Coloquei as coisas no chão e suspirei vendo aquela bagunça, tá tudo revirado, tenho certeza que alguém entrou aqui e fez essa bagunça toda. Peguei meu celular, coloquei o fone de ouvido e botei na playlist aleatória, peguei a vassoura e comecei a varrer a casa.

>>>

- O QUE PENSA QUE EU SOU? SE NÃO SOU O QUE PENSOU, ME LIBERA, NÃO INSISTA, VAI VIVER UM OUTRO AMOR. - cantei passando o pano no painel da TV, tenho que comprar uma nova, aqui não tem mais. Já limpei metade das coisas aqui, só consegui ajeitar a casa mesmo quando eu voltei na casa da Soph, peguei minha JBL e coloquei música, arrumar casa com fone é péssimo, você fica se enganchado no fio, não dá pra mim isso.

Passei a vassoura na sala de novo e arrastei a poltrona pra fora de casa, coloquei no quintal pra pegar um sol, tá fedendo a mofo.

- ser feliz pra mim não custa caro, se você tá do lado eu me sinto tão bem, você sempre me ganha na manha, que mistério cê tem? - cantei pulando pela casa feito doida. - PORQUE TE AMO EU NÃO SEI, MAS QUERO TE AMAR CADA VEZ MAIS, O QUE NA VIDA NINGUÉM FEZ, VOCÊ FEZ EM MENOS DE UM MÊS. - cantei afastando a mesinha.

- cantora aqui é ela. - Isa entrou em casa e eu sorri indo abraçar ela. - não vi a hora de você voltar. - ela falou chorando e eu ri abraçando ela mais forte.

- também. - falei sorrindo. - agora vamos arrumar a casa, tá uma zona! - falei, ela riu pegando o pano de chão e o rodo.

- eu arrumei a mala, há mais de uma semana, só falta você me chamar pra eu fugir com você, mudei meu status, já tô namorando, antes de você aceitar, já te assumi pro Brasil. - eu e Isa cantamos juntas.

- PORQUE TE AMO EU NÃO SEI, MAS QUERO TE AMAR CADA VEZ MAIS. - Isa cantou.

- O QUE NA VIDA NINGUÉM FEZ, VOCÊ FEZ EM MENOS DE UM MÊS. - cantei e nós rimos indo lá pra cima.

- cadê a Soph? - perguntei e Isa entrou em um quarto.

- teve que sair com os meninos. - falou algo pra eu poder escutar do corredor.

- saiu pra onde? - perguntei entrando no meu antigo quarto. Sorri em ver tudo em ordem, o que é estranho, a casa tá totalmente fora de ordem e só aqui tá normal.

- foi no hospital, Luiz Felipe se machucou, parece que quebrou o braço. - falou da porta do quarto.

- o que aconteceu aqui? - perguntei e ela negou.

- não vou falar pra você o que aconteceu nesses seis anos agora. - falou tirando o pouco de poeira que tinha na estante de livros.

- por favor. - pedi e ela negou.

- isso não se trata de mim e também não quero remoer o que todo mundo passou nesses anos. - falou limpando o quarto, balancei a cabeça pra afastar aqueles pensamentos e comecei a arrumar as coisas.

>>>

Fui na casa da Soph saber o que aconteceu com o Luiz Felipe, ele só machucou o braço quando caiu do sofá, mas teve que colocar a tipóia. Passei no supermercado e comprei algumas comidas, agora tô voltando pra casa.

Abri o portão, que já consegui trocar e depois abri a porta.

Gritei de susto quando vi Digory em pé na sala.

- caralho vai assustar o demônio, porra. - resmunguei olhando ele - o que tá fazendo aqui? - perguntei levando as coisas pra cozinha.

- vim te dizer minha resposta. - falou e eu olhei pra ele.

- e qual seria? - perguntei colocando as coisas na geladeira.

- você pode ver o João. - falou e eu sorri me virando pra ele - sem ele saber que você é a mãe dele, por enquanto. - falou e eu neguei. - é isso ou você pode fazer a segunda opção agora. - falou e eu ri.

- tá, mas em uma semana eu vou falar pra ele. - falei e ele assentiu saindo. - ah. - falei e ele se virou - eu não iria te matar, isso iria fazer o João não confiar em mim, e eu quero que ele confie, também vou elaborar algumas coisas pra me aproximar dele e com você atrapalhando não ia dar, sabe? - falei e ele me olhou negando.

- João não vai confiar em você assim de uma hora pra outra, a única coisa que ele puxou a você foi a desconfiança, e ele usa isso muito. - falou sorrindo. - boa sorte, você vai precisar. - falou saindo de lá. - ah e não vai pensando que só porque ele não ficou com a mãe esse tempo e você chegou, que ele vai te aceitar. - avisou parando na porta e depois foi embora.

Amor Bandido Onde as histórias ganham vida. Descobre agora