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Morena

- NÃO, TIA. - Tiffany gritou rindo e eu ri a pegando.

- Vamo, meu bem. - falei levantando ela para o banheiro. Coloquei ela debaixo do chuveiro e ela ficou rindo.

- Você não é como a mamãe falou. - ela fala e eu a enrolo na toalha.

- E o que ela falou? - perguntei pegando a roupa que eu peguei no carro.

- Que você era chata e que não era para eu chegar perto de você. - respondeu e eu revirei os olhos vestindo ela.

- É que sua mãe não gosta de mim. - falo pegando uma escova de cabelo.

- Mas por quê? Você é tão legal, tia. - diz me abraçando e eu ri penteando o cabelo dela.

- Bom, eu também não sei porquê ela não gosta. - respondi pegando ela no colo de novo. Saí do banheiro e olhei Lari emburrada, que tava sentada do lado de Digory em um banco.

- Não vou banhar. - falou ela cruzando os braços e fazendo bico.

- Lari, querer e poder são gêmeos, porém, querer não é poder. - falei deixando Tiffany no chão e pegando ela no colo.

- A, mama, você é tão chata. - falou e eu entrei no banheiro com ela.

- Sou chata mesmo, Larissa. - falei tirando seu maiô e coloquei ela debaixo do chuveiro.

Banhei e vesti ela, saí do banheiro e peguei minha bolsa, vesti uma blusa grande e coloquei Tiffany no carro, botei o cinto nela, peguei Lari e também coloquei o cinto nela.

- Mama. - Lari fala me olhando. - Desculpa. - pediu e eu a olhei.

- Tá, Larissa. - falei e ela me abraçou.

Fechei a porta e entrei no bando do passageiro.

Digory entrou depois e saímos de lá. Encostei minha cabeça na janela e fiquei olhando para frente. Tiffany e Lari estavam quase dormindo lá atrás, fiquei mexendo no meu celular.

>>>

Lari e Tiffany dormiram já faz tempo, o pôr do sol tá lindo e eu não quero falar nada com a certa pessoa que tá dirigindo.

- Quero te perguntar uma coisa. - Digory falou depois de muito tempo em silêncio. Deixei meu celular nas pernas e o olhei.

- Fala.

- Você tá com o Matheus? - perguntou e eu ri.

- Para que quer saber? - perguntou levantando uma sobrancelha.

- Porque sim. - falou passando uma marcha do carro.

- Não é resposta. - digo olhando ele.

- Só responde.

- Não. - respondi e ele bufou. - Essa é a resposta.

- Hum.

- Uma semana atrás a resposta seria sim, mas agora é não. - falo fazendo careta. Ele sorriu sarcástico.

- Quem diria. - falou e eu o olhei.

- Quem diria o que? - perguntei e ele deu de ombros.

- Você com o Matheus, ficando com ele e outro. - falou e eu o olhei.

- Bom, da minha vida cuido eu e também não tava mais com o Matheus quando fiquei com Rafael. - falei e ele deu de ombros. - E aliás, quem te contou isso? Porque ninguém sabia.

- Uma pessoa é claro. - falou e eu neguei. Dei um risinho negando.

- É claro que foi a Valéria, né? - perguntei e ele assentiu. - Trouxa é você de acreditar no que ela fala, só pensa em me diminuir, inventar história ou fazer inferno na vida dos outros. - falei pegando meu celular.

- Você não pode falar dela, sendo que ela não tá aqui para se defender.

- Ah claro, e ela não tava falando de mim né? Quer saber, vai tomar no cu essa porra toda. - falei e ele riu.

- O problema é que ela falou a verdade, já você só tá xingando. - rebateu e eu neguei.

- Pelo que eu conheci e aprendi nesse tempo, é que às pessoas não contam tudo e você não é diferente. Então abre o bico e conta tudo. Se tiver coragem, opa, não tem, agora que me lembrei.

- QUER QUE EU CONTE TUDO? BELEZA, NÃO TEM UMA PESSOA QUE NÃO FALA DE TI, SABE POR QUÊ? PORQUE VOCÊ DÁ MOTIVOS. - gritou e eu o olhei.

- AH CLARO, EU DOU MOTIVOS MESMO, QUE EU SAIBA, ISSO SE CHAMA VIVER MINHA VIDA, NÃO TENHO CULPA SE O POVO SE PREOCUPA COM ELA. - gritei também.

- SE PREOCUPAR COM ELA? MANO, NINGUÉM SE IMPORTA COM AS MERDAS QUE VOCÊ FAZ NÃO.

- NÃO É O QUE PARECE, E VOCÊ NÃO PODE FALAR NADA, SABE POR QUÊ? PELO SIMPLES FATO DE VOCÊ, VALÉRIA E CARALHO A QUATRO QUE TAVA FALANDO DE MIM PROVAR O CONTRÁRIO. SE NÃO SE IMPORTASSEM MESMO, NÃO ESTARIAM FALANDO DE MIM, PORRA. DO JEITO QUE EU E VÁRIAS PESSOAS FAZEM, VOCÊS PODERIAM CUIDAR DA VIDA DE VOCÊS E DEIXAR A VIDA DOS OUTROS, CARALHO. - gritei e ele aumentou a velocidade. - PARA ESSA CARALHA, MEU. - gritei mas, ao contrário disso, ele aumentou mais. - DIGORY PORRA, SE TU QUER MORRER, MORRE SOZINHO, MAS NÃO ME LEVA JUNTO NÃO, MERDA. - gritei e ele foi diminuindo, aos poucos. Respirei alto e olhei ele. - TÁ FICANDO LOUCO É?

- É, EU TÔ, TÁ VENDO NÃO? - gritou sarcástico.

- Vai pra puta que pariu, cara, meu Deus. - falo tentando me acalmar.

- EU NÃO, SE VOCÊ EU QUERO É DISTÂNCIA E COM CERTEZA VOCÊ VAI TÁ LÁ. - gritou e eu me estiquei para olhar pra frente. Ele continuou falando umas coisas, mas eu não tava mais prestando atenção, agora meus olhos estavam fixos em dois carros que viam  um estava do nosso lado da pista.

- Volta. - falei e ele me olhou. - VOLTA, CARALHO. - gritei e ele negou. - EU NÃO TÔ BRINCANDO. - gritei apontando para a frente e procurei minha bolsa. - Merda, tá no porta-malas. - falo batendo no banco, Digory faz uma curva na pista e acelera voltando para a praia. Olho pelo retrovisor e os carros estão perto da gente.

- Porta-luvas. - falou e eu abri.

Tinha só um pistola, é pouca coisa mas vai dá certo.

Abaixei o vidro e coloquei metade do meu corpo para fora. Vou atirando até ver um carro cair em um barranco, o outro acelera em nossa direção e um homem fica na mesma posição que eu. Ao contrário de mim, ele carrega um fuzil. Ótimo, Andressa! Miro e atiro no homem, por sorte acertou ele. O carro parou, acho que o outro desistiu.

Não acho mais isso, ele atira perto de mim e o carro fica do nosso lado, agora eu tô olhando para o homem, antes dele atirar me mim de novo, eu atiro nele, fazendo o carro dele ficar desgovernado atrás do nosso. Digory acelera mais e eu suspiro me ajeitando no banco.







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