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- Cadê a Soph? - perguntei para Gusta enquanto disparava contra uns idiotas.

- Eu não sei, ela falou que ia atrás de você e na hora começou os tiros. - falou entrando em um beco.

- Vai procurar ela. - falei e ele correu saindo de lá. Continuei atirando contra os outros, mas paro quando alguém me joga na parede com força e me puxa para um lugar escuro.

- Olha se não é quem eu tava procurando. - Saulo fala e eu engoli em seco.

- O que você quer comigo? - perguntei sentindo ele soltar um pouco meu pescoço.

- Por enquanto...nada, mas se tem uma coisa que eu tô com vontade há tempo é de tirar esse sorrisinho do teu rosto. - falou apertando meu rosto.

- Você não se cansa de ser idiota não, cara? - perguntei e ele me deu um tapa, depois apertou mais meu pescoço.

- Quer saber, eu não me canso, porque assim como eu fiz com o seu amiguinho LG...eu posso muito bem, te tirar da jogada. - sussurrou o final e soltou meu pescoço, fazendo eu cair no chão sem ar. - Assim como fiz com ele. Eu posso tirar tudo de você, devagar, para ver você sofrer a cada perda. - falou e deu uma bicuda nas minhas costelas. - Desmoronar a cada vacilada, mesmo que seja pequena. - falou dando outro chute. - E tudo começa hoje. Primeiro, cuida de quem tu gosta. - falou saindo do beco.

Cuspi o sangue que tava acumulado na minha boca e sinto tudo escurecer.

Digory Henrique

- Tá todo mundo bem? - perguntei pelo radinho e ouvi um silêncio, depois Luigi responde.

- Aham.

- Não. - Gustavo falou.

- O que? - perguntei e ele suspirou.

- Não acho a Morena. - falou e eu arregalei os olhos.

- Então vem no beco perto da praça. - Luigi falou e eu saí de casa rápido.

- Para onde vai? - Valéria perguntou e eu continuei andando.

- Vai dormir.

Morena

- Ai porra, eu tô te ajudando. - Luigi falou e eu tentei sair dos braços dele.

- Me solta, desgraça. - falei e ele me botou no chão.

- Nossa, parece que viu um fantasma. - falou e eu o olhei séria. - Tá, não vou tirar sarro da tua cara. - falou e eu me encostei na parede.

- Saulo. - falei e ele me olhou sério.

- O que ele fez? - perguntou e eu o olhei tipo "sério isso?". - Ah, ele que fez isso com você. - falou me pegando no colo de novo.

- Luigi me solta seu porra. - falei e ele riu.

- Vou te levar no postinho, tua cara tá mais bosta do que o normal. - falou e eu levantei o dedo do meio.

- O que aconteceu? - Gusta chegou com Digory e eu revirei os olhos.

- Esse filho da mãe não me solta. - falei tentando sair, mas Luigi entrou no postinho.

- Eu tô só te ajudando, quer brigar? Briga com o Saulo que te bateu. - falou e uma enfermeira veio até nós. - Deveria agradecer por ter uma pessoa maravilhosa, que se preocupa e cuida de você quando precisa, que tá aqui por cima de pau e pedra, mas o que o Luigi ganha? Tapa, só isso. - falou e me colocando em uma cadeira.

- Já acabou Jéssica? - perguntei saindo de lá com a enfermeira que me chamou.

- Ainda não. - respondeu e eu entrei em uma sala com a enfermeira.

>>>

- Pera aí. - Luigi falou tentando pensar em tudo o que eu falei. - E você acha que ele vai fazer alguma coisa com quem? - perguntou e eu o olhei.

- Lari.

- Você acha que o Saulo vai fazer alguma coisa com a Lari, por quê? - Gusta perguntou e eu o olhei.

- Porque ele falou que iria atrás de quem eu me importo. - respondi olhando minhas mãos. - E em todos esses anos que se passaram, com tudo que aconteceu, a única coisa que eu ainda me importo e me preocupo, é com a Lari. - falei pegando meu celular. - Vocês também, mas nem tanto. - falei quando Luigi ia falar alguma coisa. - Se for merda, nem fala nada, pelo amor de Deus.

- Não falo bosta. - falou e eu ri.

- Ah, se tem uma coisa que você fala, é merda. Não só fala, como também faz, o tempo inteiro. - falei e ele se levantou.

- Poxa. - falou e eu ri. - Vou dormir que é melhor. - falou saindo do quarto.

- Eu vou fazer o mesmo. - Gusta falou se levantando, ele beijou minha testa e depois saiu. Digory me olhou e eu torço o nariz olhando para ele.

- Tá esperando o que para dar o fora daqui? - perguntei e ele sorriu.

- Você ser liberada. - falou e eu ri.

- Dá o fora. - falei e ele negou dando um sorriso reto.

- Não. - falou e eu neguei. - Se eu for, como você vai embora? - perguntou cruzando os braços.

- Com as pernas?! - falei óbvia. - Você vai sair, com suas duas perninhas, como Luigi e Gustavo fizeram e eu vou fazer a mesma coisa mais tarde. É tão difícil compreender isso, Jesus? - perguntei  e ele riu.

- Vai sair do jeito que entrou no postinho? Porque você não conseguia ficar de pé, Luigi teve que te trazer. - falou e meu sorriso murchou. Isso é verdade.

- Isso já passou, agora tô boa. - respondi e a enfermeira entrou no quarto.

- Você já pode ir. - falou e eu me sentei na cama devagar.

- Moça, você pode explicar para esse jumento que eu tô boa e posso ir para casa sozinha? - pedi olhando para ela que sorri.

- Isso, só quem pode falar é você, a pancada nas suas costelas foram fortes. - respondeu e Digory sorriu vitorioso.

- Beleza. - falei me levantando. - Não. Toca. Em. Mim. - falei pausadamente e saí do quarto mancando.

- Vai ir desse jeito mesmo? - perguntou parando ao meu lado.

- E você se importa, por acaso? - perguntei e ele riu.

- Não sabe o quanto. - falou baixo, eu escutei, mas fingi não ter escutado. Continuei andando daquele jeito, mas ele me pega no colo e começa a subir para minha casa.

- Mas que caralha, eu tenho dois pés. - respondi e ele sorriu parando na frente da minha casa. - Sai logo daqui, antes que eu pegue a vassoura. - falei quando ele me pôs no chão. Ele saiu rindo e eu entrei em casa. Subi para meu quarto, tomei banho, coloquei só um blusão e dormi.

Amor Bandido Onde as histórias ganham vida. Descobre agora