CAPÍTULO 28

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Kate

Eu não conseguia ouvir a minha própria respiração, mas para falar a verdade, eu nem sabia se estava mesmo respirando. O ar simplesmente havia escapado dos meus pulmões quando aquela porta se abriu. Gritos abafados se espalharam em volta do caminhão assim que Ian saiu, mas o silêncio voltou em quase menos de um minuto.

Acabou...? Tão rápido?

Eles não tiveram como reagir com as armas ou correr?

Consegui ouvir os passos dele enquanto voltava para a porta do caminhão. Ele matou todos quase sem que eu mesma percebesse. Como eu estava andando ao lado de uma criatura tão rápida e perigosa como ele? Eu não notei isso...?

- Acho que já terminei por aqui. - Ele voltou a se aproximar do caminhão desviando dos corpos já sem vida e abriu ainda mais a porta. Ele estava com as mãos manchadas de sangue, o que me levou a crer que ele havia perfurado alguém só com a mão. - Não vejo câmeras. - Ele franziu rapidamente o cenho, na verdade, parecia decepcionado. - Achei que isso seria como um Forte, mas eu não vejo nada demais por aqui.

Nicolas não hesitou em descer do caminhão no mesmo segundo com uma rigidez impenetrável, eu gostava disso nele, quando ele tinha que desempenhar o seu trabalho, ele o fazia com perfeição.

- Então poderemos agir mais rápido ainda. - Nicolas falou enquanto eu pulava do caminhão. - Jason, tire os outros do outro caminhão.

Olhei ao redor ainda assustada enquanto Jason abria do outro caminhão onde estava Nathan e os outros membros mais novos da Alcateia. Eram como adolescentes de dezessete e dezoito anos, bem, eram o que tínhamos para nos ajudar no momento, quando achamos esses caminhões, a maioria eram pré-adolescentes, ou crianças da nossa Alcateia.

Nós estávamos no que parecia a entrada de um subsolo, só que nós já estávamos dentro. Parecia muito com um estacionamento de um Shopping, mas tinha algo estranho aqui. O teto era alto demais e não havia nada aqui em baixo, só inúmeros pilares espalhados por metros e metros de subsolo, sem nenhuma marcação. Tudo era na cor de concreto.

Ao nosso lado esquerdo, assim como no direito, havia um portão enorme que cheirava a ferro, ao lado do portão parecia ter uma janela escura enfiada na parede. Não dava para enxergar nada do outro lado da janela, era apenas negro, logo aquilo me lembrou de uma portaria. Ao lado do portão do nosso lado direito havia uma letra pintada na parede, "C". No portão do nosso lado direito, havia um "B".

Seriam as marcações de blocos?

Se eles nos dividem em blocos, eu não acho que vai ser tão difícil procurar só em três, bem, eu espero que só sejam três.

Eu não havia visto o lado de fora, talvez seja por isso que eu não estou entendendo esse lugar estranhamente abafado, mas não era pelo fato de estarmos em baixo da terra, mas...

- Estamos no total de vinte e quatro para invadirmos aqui. - Falou Nicolas rápido assim que os outros saíram do caminhão e se juntaram. - Doze de nós já entramos, faltam os restantes com Charles e Alice que vão entrar pelo portão da frente como distração. Vamos nos dividir em quatro grupos de seis, então temos que nos transformar agora.

- Esperem. - Falou Lilian ainda na aparência daquele homem enquanto descia do caminhão. - Até onde eu consegui ver nas memórias deste homem. - Ela apontou para si mesma e ouvi Ian dando uma risada discreta. - Haverá muitas portas de prata ou aço, ou seja, eu não acho que vocês conseguirão abrir sem estar na forma humana.

Olhei para ela com certa tristeza e desconforto. Era para Lilian ir conosco para dentro do prédio, mas parece que o homem que nós pegamos nunca havia entrando de verdade aqui dentro, ou pelo menos visto onde eles colocavam os nossos, ele era apenas o homem que capturava e entregava, mas descobrimos isso muito tarde.

MERLOUSE - EM REFORMA (DESDE 07/05/2020)Where stories live. Discover now