MERLOUSE - EM REFORMA (DESDE 07/05/2020)

CAPÍTULO 25

Kate

Eu acordei me sentindo horrível. Era quase como se eu tivesse levado uma surra na noite anterior.

Me mexi sobre algo fofo e estável, logo tive uma leve sensação de frio na barriga junto a uma sensação de Déjà vu, mas eu não me dei o trabalho de abrir os olhos para ver onde eu estava.

- Por tudo o que é mais sagrado... Me diga que você está viva... – Murmurou Ian e logo o ouvi se aproximando de mim.

Não contive uma risada fraca e rouca.

- Onde nós estamos...? - Passei a mão sobre o pescoço. Minha garganta estava ardendo como seu eu tivesse engolido um uma colher de pimenta.

- Em outro hotel, mas esse é perto da rua onde está aquela bruxa velha.

- Espere...! - Me levantei bruscamente e quase fiquei cega quando abri os olhos e dei de cara com a luz acesa - O que aconteceu?! O que aconteceu no armazém...?!

Voltei a tossir assim que terminei a frase, mas desta vez não saiu sangue.

- Vai com calma aí. Por algum motivo eu sinto que se você morrer, aquele cara vai me seguir pelo resto da vida - Ele riu e se sentou na ponta da cama - Bem, parece que aquele não era o local exato.

- Como assim...?

- Chequei o lugar todo e nada de suspeito, assim como eu falei com aquele cara que estava andando no armazém. Ele não era nada mais que um corretor de imóveis que iria vender o seu peixe hoje.

- Mas como ele entrou se o portão estava trancado?! - Minha garganta doía ainda mais a cada palavra.

- Têm duas entradas, e ele tinha apenas a chave da entrada de trás - Ele suspirou enquanto eu olhava para o nada perplexa - Não esquente, eu usei a compulsão para fazê-lo dizer tudo, assim como ele me mostrou a chave.

- Droga...! - Cerrei os punhos e ele apenas me encarou em silêncio.

- Mas veja o lado bom... - Ele tirou o celular do Adrian que estava em seu bolso - Você dormiu tanto que nem precisa esperar mais.

Arregalei os olhos quando vi que eram exatamente 21h40.

- Você tem alguma doença que se esqueceu de mencionar para mim? – Mordiquei a parede interna da bochecha.

- É parecido... - Eu preciso do remédio do Nathan...

- Sabia que eu quase te levei para o hospital?

Eu ri.

- Sabe o que iria acontecer se eles tentassem injetar algo em mim?

- Você iria gritar "Ai!" e me abraçar? - Ele deu um sorriso charmoso.

- A agulha iria se quebrar no meio e eu iria para um laboratório humano, simples, e não te abraçar igual a uma garotinha.

- Uau.

Me levantei ainda fraca, mas consegui me manter de pé. Este quarto de hotel só era um pouco diferente do outro. Paredes de cores diferentes e sem Tv. Olhei para mim mesma quando passei em frente ao um espelho que ficava ao lado da porta do banheiro e vi minha roupa coberta de sangue seco. Bem prefiro acordar assim do que com uma roupa limpa e imaginar que ele havia me trocado.

- Temos tempo suficiente para você tomar banho - Ele parou ao meu lado e pegou sua jaqueta na cama - Consegui roupas novas para você e ali na cama tem uma sacola de salgadinhos.

Fiquei surpresa.

- O... Obrigada.

Ele deu um sorriso galanteador.