CAPÍTULO 9

119 53 5
                                    

Kate

Um barulho alto me fez despertar.

Que dor de cabeça...

Estou me sentindo sufocada...

Abri os olhos com dificuldade, mas ainda assim, continuou tudo escuro. Tentei me mexer, mas eu estava praticamente encolhida em forma de conchinha em algum lugar apertado. Senti o meu pulso dolorido e meu estomago estava praticamente colado nas costas de tanta fome que eu estava sentido. Levantei um pouco a cabeça e percebi que eu parecia estar em movimento, talvez em um carro. No porta-malas?

Senti o cheiro daquele lugar por mais que eu me sentisse sufocada. Tinha cheiro de ferro e tecido. Com toda certeza era um porta-malas, mas há quanto tempo eu estou aqui...?

Espere... Vincent...!

Uma onda de enjoou veio com tudo, junto a breves cenas de Vincent ao meu lado e a sua seringa. Ele me dopou! Aquele filho da...! O que eu vou fazer agora...?! Não sei o que está acontecendo, não sei para onde eu estou indo, mas eu tenho que dar um jeito de sair daqui. Não posso gritar e nem fazer muito barulho, se ele me dopar de novo, eu não vou saber quando eu vou acordar novamente, e tenho certeza de que quem está dirigindo este carro é ele, o cheiro não mente. Eu nem ao menos sei há quanto tempo eu estou desacordada! Eu deveria ter ouvido o Adrian...! Ai Meu Deus, Adrian! O que será que aconteceu com ele?

Senti o carro virar para a esquerda.

Droga, depois eu me preocupo com ele, vazo ruim não se quebra nunca...

Procurei com rapidez algum tipo de botão, alavanca ou qualquer coisa que pudesse abrir aquele porta-malas de dentro para fora, mas só encontrei uma que levava para o banco de trás do carro. Eu não poderia sair por aqui. Procurei por algo afiado o bastante para cortar uma artéria, mas ele pensou mais rápido e tirou tudo o que havia antes de me colocar aqui.

Senti o carro virar rapidamente para a direita, esquerda e seguir em linha reta. Eu já não sabia quanto tempo eu havia ficado aqui, mas depois de um tempo considerável, eu senti o carro frear aos poucos até ficar completamente parado. Era a minha chance, eu tenho que estar preparada para ataca-lo e fugir. Ele é louco por não ter me amarrado.

Consegui ouvir quando ele girou a chave e o carro ficou em completo silêncio, o ouvi tirar a chave do câmbio e depois abrir a porta e fecha-la em seguida. Seus passos indicavam que ele estava vindo direto ao porta-malas. Ele parou praticamente na minha frente encaixando a chave e a girou. Uma luz forte surgiu quase que me segando, a luz do sol, mas mesmo assim eu me levantei com a maior rapidez que eu pude e pulei em sua direção.

- Opa! - Ele desviou rapidamente e cai por completo no chão. Senti as minhas mãos doerem - Caramba... - Ele me pareceu suspirar - Injetei uns tranquilizantes de elefante em você e já está acordada... - Sua voz estava estranha, eu não sabia decifrar o que ele estava realmente querendo me dizer. Passei a mão sobre a cabeça. O meu corpo não estava coordenado com o meu cérebro.

Senti um arrepio de repente. Consegui ouvir quando ele se aproximou de mim e se agachou no chão ao meu lado, felizmente ele havia vestido algo durante o percurso, mas essa não é realmente a questão.

O que ele quer comigo...?

- Sabe... você não para de surpreender... - Aquela voz de novo.

Preciso fugir dele.

Me levantei o mais rápido que pude e corri em uma direção completamente aleatória sem dizer nenhuma palavra.

- Não me dê mais trabalho...

Estávamos em algum tipo de estacionamento em uma cidadezinha que era um pouco mais quente do que as outras que havíamos passado. Virei várias ruas sem saber por onde estava indo e as pessoas a minha volta me olhavam estranho de tanto que eu estava correndo. Eu não sabia se achava um lugar afastado e tentava me transformar no meio do dia, ou se tentava me mistura com as pessoas.

MERLOUSE - EM REFORMA (DESDE 07/05/2020)Where stories live. Discover now