CAPÍTULO 2

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A pouco tempo eu estava em algum lugar frio, mas agora, esse calor repentino que cobre o meu corpo não é normal, mesmo assim, ainda me é familiar. Abro os olhos com dificuldade. Parecia que alguém havia jogado areia neles e me espancado por um longo período. Fazia tempo que eu não sentia tantas dores espalhadas pelas regiões do meu corpo.

Tive que estreitar os olhos para ver melhor ao meu redor, mas eu não fazia a mínima ideia de onde eu estava, a única coisa que anotei em minha mente, era o cheiro excessivo de papel, folhas de livros antigos, para ser mais específica, mas eu com certeza eu não os veria jogada sobre onde quer que eu esteja deitada. Me apoiei sobre algo fofo e notei que eu estava completamente enrolada - uma cama? - Sim, definitivamente era uma cama, pequena, mas quente e aconchegante, mas o que eu estou fazendo nela...?

Me ergui até que as minhas costas doloridas ficassem eretas. O quarto era minúsculo, na verdade um banheiro seria maior do que esse quarto. Encontrei os livros a qual havia sentindo o cheiro em pequenas pilhas pelo estreito chão do quarto com apenas uma luz fraca iluminando tudo do teto baixo. Esse lugar tinha o cheiro quase que impregnado de humanos, além de me causar uma breve sensação de claustrofobia.

Levantei-me quase sem equilíbrio por conta da tontura, logo tive que me apoiar rapidamente na cama até que eu tivesse o controle dos meus pés novamente, mas foi neste exato momento em que percebi que eu estava usando um suéter que era realmente muito maior que o meu tamanho, batia no meu joelho. Olhe horrorizada para mim mesma.

Alguém me vestiu?!

Mas o que me deixou incrédula, foi notar que eu ainda continuava sem as roupas de baixo e alguém havia me vestido sem ao menos se importar.

Parei por um momento para tentar me lembrar de tudo o que havia acontecido e rapidamente uma dor aguda atinge a minha cabeça como uma pedra que foi jogada por alguém. Com tontura, eu caí no chão e segurei o vômito. Quase como uma pancada, as lembranças voltaram com mais força. Céus.... Aquilo tudo realmente aconteceu...?

Encarei a minha perna hesitante, mas fiquei feliz em não enxergar uma poça de sangue ao lado dela. Finalmente cicatrizou, o que significa que eu posso me virar de agora em diante.

Recompus-me e sai do que parecia ser um pequeno quarto de um trailer com menos de cinco passos e fui para o que parecia ser uma cozinha/sala decoradas com apenas uma mesa embutida e armários velhos, não foram, mas que ainda assim era sob medida para este trailer, todos em tons de pastéis deprimentes.

- Vincent...? - Chamei, mas não houve resposta. Era óbvio que não havia ninguém naquele trailer além de mim, a não ser que ele fosse invisível levando em conta ao espaço.

Vincent... será que depois de tudo o que ele me disse e fez, ele fugiu?

Bem... de qualquer forma, eu não esperava nada de um humano mesmo, pelo menos eu havia fugido daquele lugar. Eu não podia mais viver daquele jeito, então agora que eu consegui fugir, eu só preciso tentar viver uma vida tranquila sem lobos, sem Alcateias, sem ordens, sem CCLs e principalmente sem um Alfa.

Finalmente Kate...

Suspirei e olhei ao redor, estava tudo bem arrumado - bem, tirando os livros no chão.

Eu estava praticamente morrendo de fome, ainda mais depois de tudo o que eu passei ontem, no momento, eu preciso comer e muito. Abri um pequeno Frigobar que ficava perto da porta, mas ao abrir, fiquei decepcionada. Só havia meia dúzia de energéticos e uma pizza que parecia ter mais de três dias. A sorte é que no armário, eu achei um pacote de biscoitos de chocolate, há muito tempo eu não sentia o cheiro e nem comia um desses. Digo que foi maravilhoso sentir aquele sabor doce. Sentei-me na pequena mesa ao lado da janela e praticamente devorei aqueles biscoitos antes de ficar perdida em meus próprios pensamentoS enquanto eu encarava o nada ao lado de fora.

MERLOUSE - EM REFORMA (DESDE 07/05/2020)Where stories live. Discover now