CAPÍTULO 12

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Kate

Meu Deus... O qu...

Eu quase morri para controlar a minha própria respiração junto aos meus batimentos cardíacos. Assim que eu ouvi aquela porta batendo, eu abri os olhos com dificuldade. Soltei a respiração o mais baixo que pude para que ele não pudesse ouvir enquanto ele descia a escada.

O que acabou de acontecer...?!

Tentei mexer os braços e pernas para me sentar, mas não havia um pingo de força em mim para fazer isso, tentei fechar os olhos para tentar amenizar o enjoou.

O que aconteceu comigo? Eu só me lembro de passar pelo portão do condomínio, mas o mais importante... O que exatamente acabou de acontecer...?! Eu estava apagada até um sentir um peso ao meu lado, quando eu senti o cheiro de quem era eu me assustei.

" Mas será que foi por causa daquilo que... que o seu coração resolveu me apagar completamente da sua pequena vida, Kate...? "

O que foi isso...?

" A Única coisa que eu te peço é... que se lembre de mim, Por Favor... Eu não aguento mais ficar deste jeito..."

O que isso tudo significa? Me lembrar dele?! A primeira coisa de que me lembro dele foi quando eu o conheci há dois anos quando entrei na Alcateia, logo depois do massacre que os CCLs fizeram, desde então, ele fica grudado em mim sem nenhum motivo concreto!

"... que se lembre de mim...".

Por acaso eu me esqueci dele? Não é possível que eu tenha me esquecido de alguém como ele. Acho que nunca vou esquecer devido a certas circunstâncias.

Continuei imóvel naquela cama, nada em minha cabeça se encaixava, nada...! O jeito que ele me disse... por que... por que ele foi tão... carinhoso...? Esse não é o jeito dele comigo.

Olhei para todos os cantos do quarto, ele era pequeno e estava um pouco macabro em minha opinião. Estava tudo escuro só com uma luminária ligada no canto, tentei me levantar, mas novamente o enjoou volta. Acho que eu simplesmente deveria dormir mais um pouco...

Fechei os olhos e acho que não consegui sonhar com nada, mas senti um desconforto horrível no peito.

...

Acordei com os olhos pesados por causa de um feixe luz que estava vindo de uma brecha de uma janela que eu nem sabia que existia. O quarto estava com um pouco mais de luz, havia um guarda-roupa que não parecia ser muito novo e a luminária estranha. Olhei ao redor e acho que era mais ou menos de manhã agora.

Ouvi uma movimentação no andar de baixo e me sentei na cama, fiquei contente ao ver que me sentia mais forte, mas logo o som de passos rápidos subindo a escada chegaram aos meus ouvidos.

- Desaparece da minha frente Adrian...! - Consegui reconhecer a voz de longe, comecei a rir.

- Que eu saiba, não ofereceram para você levar o café da manhã para ela - Ele riu - Quem você acha que ela vai querer ver? Você, a tiazinha velha ou esse cara aqui?

- Quantos anos você acha que eu tenho?!

- Não sei... Oitenta... e nove? - Ele riu e depois falou "ai" quando pelo som, me pareceu que ela deu um tapa de brincadeira nele.

- Pare de ser idiota.

Consegui ouvir os tapas que ela dava nele, logo cheguei à conclusão de que ele estava de muito bom humor para deixa-la fazer isso, caso contrário, essa discussão teria acabado no "Desaparece". Me levantei da cama quase que caindo quando vi que tinha uma agulha no meu braço com algum tipo de remédio estranho, logo arranquei a agulha e fui em direção à porta rindo.

MERLOUSE - EM REFORMA (DESDE 07/05/2020)Where stories live. Discover now