Capítulo 17 - O Belo Desconhecido

178 12 0
                                    

Encarei-o timidamente e esbocei um sorriso amarelo. Sua expressão não era nada animadora e sabia que ia levar uma bronca daquelas, diria até com razão. Como não havia escapatória abri um pouco a janela do carro e cumprimentei-o com um bom dia animado e despreocupado. Ele não me respondeu e fez sinal para que eu saísse do carro, afastando-se para que eu pudesse abrir a porta. Assim que tomei coragem de olhar melhor para ele notei que estava completamente nu, totalmente sujo de terra e grama e com algumas folhas presas em seus cabelos desgrenhados. Devo confessar que estava extremamente sexy e tinha esperança de que ele me tivesse feito sair do carro só para fazer sexo comigo sobre o capô. Sai e me encostei a porta, esperando que ele começasse a conversa.

- O que diabos você está fazendo aqui Daniela? – perguntou com o tom de voz alterado e furioso.

- É... – engoli em seco – eu... Estava indo para a casa de campo de uma amiga e... e... e me perdi! É isso, me perdi. Então tive que parar aqui para dormir, porque já não aguentava mais rodar sem rumo. E você o que está fazendo aqui? – perguntei inocentemente.

- Você realmente acha que eu vou acreditar nisso? – questionou-me impaciente.

- Se você já sabe a resposta então porque está perguntando? - rebati.

- Não queira inverter a situação Daniela! Você está errada e sabe muito bem disso! – esperou que eu respondesse, mas apenas desviei o olhar. Estava um pouco envergonhada por ter sido pega em flagrante. "O plano foi por água abaixo!" pensei - Você me seguiu não é mesmo? – abaixei a cabeça rendida e confirmei – Por quê? Será que é tão difícil para você me dar um voto de confiança e tentar não se meter nesse assunto?

- Desculpe, só queria saber para onde você viaja todo mês, não fiz por mal. Você pode até não querer me contar todos os detalhes da sua vida, mas não vejo problema nenhum em saber onde você libera o seu lado obscuro ou seja lá como você chama – esperava que ele compreendesse minhas motivações. Como ele permaneceu em silêncio terminei minha pequena justificativa - Era para eu ter ido embora ontem mesmo, mas acabei adormecendo, estava cansada...

Aleksander suspirou e passou a mão pelos cabelos como se estivesse pensando o que fazer comigo.

- Como você me encontrou aqui? – perguntei, já que eu estava tão bem escondida, mesmo a luz do dia.

- Simples! Senti seu cheiro. Vim direto para cá, atraído como uma abelha é atraída para o mel. Não sei como você não acordou!

- Tenho o sono pesado! - comentei.

- Coloca pesado nisso hein? – fez um sinal para que eu me virasse para analisar o estrago. A porta estava completamente arranhada.

- Ah meu Deus! Luís vai me matar! Como é que eu vou explicar para ele isso? – disse desesperada.

- Não se preocupe com esse detalhe. Leve para arrumar e me mande a conta, afinal, fui eu mesmo que estraguei o carro – aproximei-me para verificar os arranhões e alguns eram bem profundos. Tremi ao imaginar o que aquelas garras poderiam fazer na pele...

- Obrigada! Não seria legal chegar com o carro dele todo estragado, já foi um sacrifício conseguir convencê-lo a me emprestar – observei e Aleksander não disse nada - Como você não consegiu sentir meu cheiro enquanto eu te seguia? - perguntei, pois estava curiosa em relação a esse pequeno detalhe, já que ele me achou tão facilmente ali.

- Nosso faro só é aguçado quando estamos na forma de lobo - fiquei confusa. "Se é assim como ele tinha farejado o Leonardo?" - só conguimos distinguir um cheiro dos outros quando estamos prestando atenção, foi por isso que eu não te notei ontem. Não estava concentrado, porque jamais imaginei que você faria algo do tipo. Se eu estivesse pretando atenção em seu cheiro você não chegava nem na esquina sem que eu não percebesse - explicou-me melhor como funcionava seu super sentido.

LunarTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon