Capítulo 10 - Festa

232 16 1
                                    

Ficamos nos encarando por alguns minutos quando, da mesma forma repentina com que tinha me encontrado, ele passou sua atenção para David. Seu olhar fora indecifrável e eu não poderia dizer o que se passava em seus pensamentos. Ele não parecia surpreso, nem bravo e muito menos feliz em me encontrar naquela festa, o que me deixou sem ação. Para variar ele estava lindo e suspirei arrependida, lembrando-me da burrada que havia feito na noite anterior. Luís permaneceu calado observando minhas reações até que eu finalmente quebrei o silêncio.

- Você viu isso? Ele simplesmente fingiu que não me conhece!

- Dani ele está do outro lado do apartamento, o que você queria que ele fizesse? Que gritasse o seu nome e começasse a balançar os braços para que você o notasse?

- Não, mas... Você não achou estranho que ele não esboçou nenhuma reação em me ver? – ele olhou na direção que meu chefe estava e analisou a situação antes de responder.

- Na minha modesta opinião Dani, o problema ainda está por vir. Possivelmente ele não demonstrou nada porque vai fazer isso depois que estiver livre das convenções sociais com o anfitrião e quando eu me afastar de você. Aí a senhorita vai descobrir o que ele está pensando rapidinho.

- Deve ser isso mesmo – gelei com a ideia de que ele fosse atrás de mim na festa, pois não sabia como agir – é uma pena que ele já sabe que você é gay, se não poderia usar você como escudo e de quebra ainda deixá-lo com ciúmes.

- Querida você sabe que eu fingiria ser seu namorado com todo prazer, mas você se esqueceu do Ricardo? Não poderia te ajudar mesmo que o seu chefe não soubesse das minhas preferências.

- Verdade! Mas vocês podem pelo menos não me deixar sozinha aqui? Estou com medo de encarar o Aleksander.

- Por quê? Você não está fazendo nada de mais. Só veio a uma festa para a qual foi convidada e por coincidência ele também foi. Não é como se você o estivesse perseguindo.

- O problema não é esse – ele esperou para que eu explicasse para ele o motivo de minha aflição – É que depois do que rolou entre nós dois nessas duas semanas e principalmente ontem...

- As pessoas fazem sexo casual todo o tempo, não tem porque você se envergonhar disso. Mais algum problema?

- Aquela ruiva megera é o meu outro problema! – desabafei com raiva, no fundo o que me incomodava não era a presença de Alek, mas sua acompanhante. Como ele podia fazer isso comigo? Se fosse outra mulher seria menos impactante, mas Patrícia já era um ultraje!

- Sabia! – exclamou em tom vitorioso perante minha confissão - Dani vou te explicar o que você deve fazer: é muito importante que nesse momento você se sobreponha. Ignore a megera e mostre que você é superior. Só assim vai conseguir curtir a festa.

- Como eu vou fazer isso hein? Estou com tanta raiva que se ela passar perto de mim eu arranco todos aqueles cabelos ruivos de uma vez só!

Para aumentar minha indignação ela estava linda como sempre. Trajava um vestido branco com detalhes de renda preta na barra e com uma faixa fina também preta marcando a cintura. Os cabelos estavam soltos um pouco mais ondulados do que o costume e a maquiagem era mais discreta, sem o característico batom vermelho.

- É simples! Como eu já falei: é só ignorar. Finja que você não os viu e se eles vierem falar com você é só não dar muita importância e ser breve. Cumprimente seja educada e arrume uma desculpa para sair de perto.

- Você diz isso porque não conhece aquela mulher. Tenho certeza que assim que ela me encontrar aqui vai começar a fazer comentários desagradáveis e eu não sei se conseguirei aguentar calada. No escritório eu me seguro para manter o profissionalismo, mas não sei se terei o mesmo autocontrole aqui.

LunarWhere stories live. Discover now