Capítulo 5 - Lar doce Lar

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No dia seguinte acordei ainda com certo estado de choque. O sonho havia sido tão real que estava com vergonha de encarar Aleksander, não saberia como me comportar diante dele. Até minha mãe notou que eu estava estranha e para meu alívio achou que era culpa da mudança, que naquele momento não me preocupava nem um pouco. Felizmente o homem da empresa chegou no horário combinado e eu pude fugir do interrogatório e ficar sozinha para tentar colocar meus pensamentos em ordem.

Sonhos sempre refletem o que está escondido em nosso subconsciente, logo eu precisava admitir que me sentia muito atraída por meu chefe. Isso pode parecer um pouco óbvio já que tudo começou justamente porque o achei bonito, mas não conseguia entender como essa impressão não havia mudado depois de conhecê-lo. Normalmente sempre levei em consideração a personalidade de uma pessoa antes de me envolver. Era por esse motivo que começar um relacionamento com Leonardo havia sido tão simples para mim, ele tinha todas as características do homem perfeito.

Desliguei-me de tal maneira enquanto fazia minha análise "racional" sobre o que estava sentindo que quando me dei conta já estávamos no estacionamento do meu novo lar. José, que estava dirigindo, conduziu-me até meu apartamento. Só quando entrei no elevador percebi que aquele não era um edifício simples e comum que geralmente são destinados a empregados, mas decidi esperar para contemplar o que estava me esperando antes de começar a fazer perguntas e fazer papel de tola. Subimos até o décimo quinto andar e quando o elevador abriu quase caí de costas. Com certeza se tratava de um prédio de luxo, pois o corredor era amplo e muito bem decorado. "Espero que seja um apartamento compartilhado. Não é possível que cedam um lugar desses para uma simples secretária!"

- Por aqui senhorita Costa – José fez sinal para que o seguisse já que eu havia parado na frente do elevador sem saber o que fazer.

Minha morada ficava no final do corredor e fiquei mais apreensiva do que já estava quando José pegou as chaves para abrir a porta ao invés de tocar a campainha. Quando entramos confesso que fiquei boquiaberta. O apartamento era enorme e muito bem decorado, parecia até trabalho do Luís. Antes de analisar todos os detalhes resolvi conversar com José e conseguir mais informações sobre o que estava acontecendo, pois parecia ter havido um grande engano. Definitivamente aquele apartamento não poderia ser para mim!

- José, você tem certeza que me trouxe ao lugar certo? Sou Daniela Costa, secretária do vice-presidente – fiz questão de dar ênfase a minha colocação na empresa para que ele percebesse o motivo de minha preocupação.

- Sim senhorita! Tenho certeza! O senhor Aleksander me entregou pessoalmente as chaves e eu garanto que ele não deve ter se enganado.

- Mas moram outros empregados da empresa aqui? – ele disse que não – mas então porque me mandaram para cá? Esse edifício definitivamente não condiz com meu status social ou econômico.

- O senhor Aleksander não falou para você o motivo? – "se ele tivesse dito eu não estaria perguntando não é?" pensei em responder isso, mas me contentei com um pequeno não – ele também mora aqui – engoli em seco e perguntei nervosamente:

- Aqui? Nesse apartamento? - minha voz saiu mais alta e aguda do que planejei.

- Claro que não! Quis dizer que ele também tem um apartamento aqui. Ele mora na cobertura, no décimo sétimo andar – fiquei aliviada em saber que não iríamos dividir o mesmo lar, embora isso fosse algo totalmente improvável.

- E você sabe por que ele quer que eu more aqui também? – decidi investigar, pois não teria coragem de perguntar a Aleksander o porquê de eu ter de ficar logo aqui, dois andares abaixo dele.

LunarWhere stories live. Discover now