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Dulce estava esperando ali, naquele sofá com Max bem na sua frente. Ela se remexeu no assento desconfortável com o clima que o ambiente começara a tomar. Ela não conseguia pensar nada bom de Max, nem queria, sabia que Ágata falava a verdade, ele quase estuprara a pobre serva e a culpara por algo que a mesma não fez, a fazendo sumir do mapa por meses. Dulce sentia nojo dele, um nojo profundo de sua manipulação, de sua cara santa, mas uma mente perversa.

Max levantou o olhar e flagrou Dulce o analisando, a menina tomou um susto e desvio o olhar rapidamente para um quadro enorme que tinha ao lado dele.

— Por que está me analisando assim? — ele perguntou sereno.

— Eu não estou lhe analisando — Dulce mentiu, mas ela não era boa em mentiras.

— Dulce, Dulce! Eu sei que está desconfortável, suas pernas estão cruzadas e balançando freneticamente, suas mãos estão agarradas no sofá tão fortemente que seus dedos estão brancos, você não para de olhar para mim com uma cara estranha e o principal: você não sabe mentir — ele falou calmamente —, Dulce esqueceu que eu era seu professor? Esqueceu que fui eu quem te ajudou a aprender outro idioma? Que tirou suas dúvidas em relação a Sebastian. Você não acha que sou de confiança? Foi meu amigo, Sebastian, que insistiu para que eu te ensinasse, você não acha que se eu fosse perigoso ele teria escolhido outra pessoa?

— Para falar a verdade, não — Dulce disse olhando para ele logo depois de ter parado de massacrar o sofá com suas mãos —, ninguém conhece ninguém e Sebastian não tem amigos, principalmente como você. Não lembra que ele te expulsou no dia que viu você com minha serva? Creio que se vocês fossem tão amigos assim isso não teria acontecido — Max a olhou analítico —, mas eu não pretendo falar sobre isso, a verdade sempre chega mais cedo ou mais tarde e não é você que vai mudar isso. Saiba também que eu sou grata por você ter sido meu professor, mas também sei que você não fez nada de graça e muito menos por pura caridade.

— Vamos logo pessoal, estamos atrasados! — Gritou Sebastian da porta de saída ao lado de sua irmã, que estava linda, nem parecia que o marido havia morrido a pouco.

Sebastian olhava para Dulce fuzilante, a matando com o olhar, mas não demoraria para que ele a matasse não somente com isso. Parece que alguém estava de mal humor. Ou melhor, parece que alguém voltou ao normal.

Dulce correu para a porta rapidamente, tanto para não ser culpada pelo atraso, como também para fugir da discussão e do clima estranho que aquela sala estava tomando.

— Que droga de serva vestiu você, Dulce? — ele perguntou quando ela se aproximava. — Você tá um lixo.

— A que você me deu, oras — ela respondeu o olhando.

Lixo é você, otário.

— Não tinha uma blusa de outra cor? — ele perguntou e Dulce olhou para sua blusa, ela era laranja. Mas o que tinha de errado?

Sebastian odeia laranja.

— Se quiser eu vou trocar — ela sugeriu.

— Não temos tempo para isso, Sebastian. Ou ela vai com essa blusa, ou ela fica aqui — Mariane disse saindo para o jardim.

Dulce o olhou com um grande ponto de interrogação visível nos seus olhos.

— Vamos logo! Lá eu compro algo para você — Sebastian disse saindo e Dulce indo logo atrás.

Mariane entrou no carro juntamente com Max. Dulce não havia intendido o que aquele bastardo estava fazendo ali.

Sebastian assumiu o volante de um dos seus carros, sua mulher, ao seu lado, o analisava, ela nunca o tinha visto dirigir. Ele parecia tão concentrado, o maxilar travado como se estivesse com raiva de algo, as sobrancelhas juntas, o rosto mal-humorado e fechado. Ele parecia concentrado.

Em Um Cativeiro ®Where stories live. Discover now