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A vida é feita de escolhas, então saiba fazer as suas, porque depois de feitas você não vai poder voltar atrás.

— Não preciso de ajuda — disse Sebastian quando Dulce foi o ajudar a levantar da cadeira.

— Precisa sim! Você ainda não pode fazer esforço — ela disse puxando— o com força, Sebastian cambaleou e Dulce o segurou para que o mesmo não caísse.

Eles estavam tão próximo, Dulce sentiu o volume dos braços fortes de Sebastian, sentiu uma mão quente no seu rosto e levantou o olhar.

Grande erro, ela estava olhando para a perdição, ela estava olhando para aquela floresta escura e sombria, sentiu um calafrio passar por sua espinha quando Sebastian passou o polegar lentamente em sua bochecha.

— Obrigada por me segurar, queria esposa — Sebastian disse lentamente no ouvido de Dulce, a mesma se controlou para não soltar o grito de terror. Bem, ela queria que fosse terror, mas não era bem isso.

Sebastian deu um beijinho na clavícula de Dulce e foi percorrendo até seus lábios já entre abertos. Ali ele inseriu um beijo delicado e lento, como se ainda tivesse o tempo do mundo todo para fazer aquilo quantas vezes quisesse. Dulce retribuiu o beijo sem ao menos perceber, os lábios de Sebastian eram quentes e aconchegantes, era impossível resistir a tamanha tentação. Sebastian deu um pequeno beijo no pescoço de Dulce e disse:

— Eu estava louco para fazer isso, mas não tinha oportunidade. Dulce, seus lábios são tão doces e tem um gostinho de morango que me deixa anestesiado, eu simplesmente não consigo esquecê-los desde a primeira vez que eu te beijei. Você estar me enfeitiçando, mulher!

Mulher, então Dulce não era mais a pequena e tola criança, como ele mesmo falava?

— Faça sua escolha direitinho, porque as consequências não pedem licença, paixão. Porque eu não sei o que farei se você escolher ir embora, falando nisso, o advogado disse que a papelada do divórcio e todo o resto fica pronto em dias.

O silêncio tomou conta da sacada depois daquela frase, Dulce imaginou Sebastian com uma arma em sua direção e sentiu os olhos marejarem.

Bash viu o medo de Dulce em seus olhos depois daquela fala e ele riu interiormente.

Sebastian era bom no que fazia, não dava um passo sem objetivo, sem interesse e não mudaria, por que ele mudaria? Sebastian já havia feito muitas pessoas sofrerem e mulheres também entravam na lista, já amou e já foi manipulado.

Não ligava em fazer Dulce sofrer, mesmo que ele sentisse algo por ela, algo que nem ele mesmo sabia, talvez fosse os nove meses de convivência, os nove meses de conflito e adaptação.

Ele não mudaria, nem por Dulce nem por ninguém.

A vida dele não era um conto de fadas, onde o demônio por amor se transforma em um anjo, somente para ver sua amada feliz e para tê-la. Longe disso, a vida de Sebastian sempre foi cheia de sofrimento, a mãe lhe chicoteava para lhe ensinar. Que mãe chicoteia o filho? Isso criou um Sebastian rude, um Sebastian que desde de criança teve que conviver com muitas coisas, coisas pelas quais uma criança não deveria passar.

Sebastian comparava sua infância com a de seu falecido sobrinho, Arthur. A pobre criança vivia em um meio ganancioso e prepotente. Os pais nem sabiam que eles existiam. Arthur se transformaria em um monstro assim como o tio e Sebastian não queria isso, não queria que ninguém passasse pelo que ele passou, que ninguém se tornasse o que ele se tornou. Para sua sorte sempre teve sua irmã, que cuidava dele, que limpava o sangue que escorria em suas costas depois da surra que recebia, que lhe guiou e que esteve com ele sempre, ela não era uma boa pessoa, também passara pelo mesmo que ela, mas era a pessoa que ele tinha, era pessoa que ele amava sem interesse, era como uma mãe que ele nunca teve.

Em Um Cativeiro ®Onde histórias criam vida. Descubra agora