❈ ǫᴜᴀᴛʀᴏ ❈

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Okay, já estava cansada daquilo, Sebastian parecia um príncipe enquanto conversava com Arthur, mas um verdadeira ogro quando se voltava para Dulce. Não que ele tivesse dito muitas palavras, mas parecia sempre fazer uma careta, como se quase fosse vomitar ali mesmo.

Ele não tinha o que fazer? Uma casa para cuidar? Negócios para resolver? Precisava fazer todas as refeições sentado naquela mesma cadeira durante os dias que se seguiram?

Até a barriga de,a que roncava a poucos minutos parou, nem sentia mais o estômago doer, perdera a fome, só queria subir e deitar na cama denominado sua.

— ... sim senhor, já foi escolhido alguns preparativos, não é mesmo senhorita Dulce? — Maria perguntou, Dulce não sabia que a velha estava ali, nem sobre o que a mesma falava. Então a menina fez uma expressão de confusão para a sua governanta que pegou logo o recado :— A gente já escolheu algumas coisas para o casamento, não é mesmo?

— Sim, claro. Afinal o casamento foi basicamente em cima da hora, precisamos nos virar rápido — ela disse olhando para o pai.

— Qualquer coisa pode chamar Mariane — Jean disse olhando para sua mulher —, ela vai amar ajudar vocês.

— Eu já estou ajudando, querido — falsa. — Como você acha que um casamento do nosso patamar ficaria pronto em uma semana?

— Eu que vou saber, mulher.

— Eu queria mesmo era um casamento mais discreto, teríamos menos trabalho — Dulce sugeriu inocentemente.

Todos da sala de jantar riram com deboche, menos Arthur e Maria.

— É mesmo burra — Sebastian a ofendeu em meio às gargalhadas.

Dulce se sentiu mal por ser motivo de crítica e risada pela sua própria família, então deixou que eles rissem até se cansarem, ela se calou e comeu sua comida lentamente, não trocando olhares com ninguém, a não ser com Arthur, que parecia implorar para conversar com ela.

— Venha comigo — Dulce pediu labialmente para a criança.

Levantou-se da cadeira dizendo:

— Devo me retirar agora, espero que vocês tenham um ótimo jantar — saiu quase correndo dali, respirando fundo ao passar pela porta da cozinha.

...

— Você deseja alguma coisa? — Arthur perguntou baixinho aparecendo no quarto minutos depois.

— Não seja bobo, nós somos irmãos. Pare de ser engessado, você é somente uma criança — ela puxou um doce, que a mesma havia roubado da cozinha, de dentro da gaveta.

— Ah, mas essa hora não pode comer doce.

Dulce o encarou, levantando uma sobrancelha.

— Pegue logo e coma, olhe como a cara disso tá deliciosa!

Ele sorriu meio sem jeito.

— Posso mesmo comer? — os olhinhos do garoto brilharam.

— É claro, venha. Pegue um pedaço.

Ele pulou na cama, roubando o doce da irmã sem perguntar outra vez.

— Só não se mele muito. Não queremos que ninguém descubra nosso crime.

Arthur deu pulinhos de alegria parando ao escutar alguém dizer:

— Colocando o menino em mau caminho, Srtª Dulce?

— Creio que um docinho não seja o pior mau exemplo que ele possa receber, mocinha sensível.

— Titio não é uma mocinha! — Arthur fez um bico, quase colocando a língua para fora.

Em Um Cativeiro ®Where stories live. Discover now