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Naquela manhã ensolarada de domingo, Dulce mal sabia o que lhe esperava.

Ela acordou um pouco atordoada, com as costas doendo daquela cadeira onde ela passará a noite. Exatamente naquele dia seu pai seria sepultado e ela não o veria.

— Sei do seu coração, sei que queria estar lá para ver seu pai uma última vez — disse Ângela —, mas esse é o melhor, Mariana ti odeia, Sebastian odeia seu pai, então você não está em boas condições.

— Eu nunca estive em uma boa condição, senhora Ângela. Eu também não quero ver meu pai, não faria uma grande diferença para mim. Ele nunca foi presente, nunca. Mesmo que doa um pouco dizer isso, dói porque ele é a minha última família, bem, a última família que eu conheço. Isso parece insensível, mas é toda a verdade — Dulce disse saindo da sala.

Joana olhou para Ângela assustada e falou:

— O que ela tem, senhora?

— Ela tem sofrimento acumulado, querida.

Joana ia correndo até Dulce, mas Ângela a impediu:

— Deixe-a sós por um momento, ela precisa esclarecer seus pensamentos e você sabe como ela ama o jardim. Deixe-a quieta.

— Tenho medo de perdê-la como perdi minha mãe, senhora.

— Xiu, sabe que não pode falar do seu passado — Ângela abraçou a pequena criança de lado e sussurrou: — Não vai perdê-la — Ângela nunca soube mentir bem.

— Xiu, sabe que não pode falar do seu passado — Ângela abraçou a pequena criança de lado e sussurrou: — Não vai perdê-la — Ângela nunca soube mentir bem

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Não se pode parar para analisar sua vida se ela for um desastre, isso só vai acabar mais contigo. Não se pode parar para analisar sua vida se ela não estiver em seu comando, isso só fará você se sentir mais impotente.

O certo é não parar para pensar no seu passado, ele pode te machucar. Nem no presente ele escorre pelas mãos. Muito menos no futuro ele pode te surpreender. Você deve simplesmente parar, sentir o ar entrar nos seus pulmões, apreciar aquele momento e relaxar. Relaxar e fazer as escolhas certas, porque a vida é feita de escolhas e Dulce estava prestes a entrar em mais um problema.

Ela nunca foi boa com escolhas!

— Sabe que não pode andar pelo jardim, senhora — disse um homem alto. Dulce o ignorou e continuou seu caminho. — Sabe que pode morrer se andar por aqui, seu marido sofreu um atentado ao sair do carro, a sorte dele é que não morreu, mas você pode não ter a mesma sorte.

— Eu não tenho medo da morte. Às vezes ela é a melhor saída.

— Senhora — disse o homem pegando no braço de Dulce e fazendo com que ela a olhasse —, creio que seu marido não sabe que está aqui.

— Creio que não é da sua conta.

— É mais da minha conta do que você possa imaginar. Pense comigo: supondo que alguém dê um tiro, de não sei de onde, e atingi você. Como aconteceu com seu marido. Só que agora existem vários seguranças espalhados por todo o jardim com a missão de impedir teimosas como você — Dulce puxou seu braço.

Em Um Cativeiro ®حيث تعيش القصص. اكتشف الآن