Capítulo Doze (Você era uma chama perigosa e eu me deixei queimar)

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He's so tall and handsome as hell,He's so bad, but he does it so well

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He's so tall and handsome as hell,
He's so bad, but he does it so well.

— Wildest Dreams, Taylor Swift.


🦋


Roseville, 1996.

Acho que naquela noite só cedi porque estava sozinha.

Foi pouco tempo antes do meu décimo sexto aniversário, — uma semana e meia antes daquele fatídico 22 de julho que deu início a tudo —, quando o meu segredo inconfesso, aos poucos, começou a me consumir lentamente.

Estava guardado sob algumas camadas densas, seguras de inexpressividade, cheias de dobraduras feito um delicado origami, mas existia, como um tesouro esquecido; uma peça perdida de um quebra-cabeças, o peão de um jogo de tabuleiro que escorregou para baixo do estofado ou uma carta sem resposta esquecida nos fundos de uma gaveta. Poderia ignorar sua existência, se quisesse, mas ela ainda estaria lá a cada vez que ousasse olhar para dentro.

Após os acontecimentos do 4 de Julho havia decidido, de forma unilateral, me manter afastada de Jungkook. Meu desaparecimento durante as festividades gerou uma suspeita em Taehyung, que sempre esteve acostumado a me ler bem, interpretar meus sentimentos antes que eu mesma me desse conta da profundidade deles. Com o martelo batido de sua desconfiança e a sua iminente intimação, aos poucos, se mostrando cada vez mais próxima, sentia que precisava, a qualquer custo, manter tudo longe da superfície. Tinha medo de ser descoberta, ainda não estava pronta para confrontar o que sentia. Estava decidida a não ceder.

Mas o amor, por si só, não dependia de mim para nada.

Jordana talvez suspeitasse que algo estava diferente com as minhas mudanças súbitas de rotina nas últimas semanas, minhas fugas calculadas e meu passo errático, o meu medo de cruzar com Jungkook após os ensaios no clube de teatro, tomando uma rota oposta, sem atravessar o jardim de Padre Stane, evitando a casa nos fundos do terreno ou o carro de lataria preta estacionado no pátio após seu horário de trabalho.

Dana, de alguma forma, desconfiava sobre os acontecimentos recentes; Christopher Cody com olho-roxo e mais quieto do que nunca, tinha pedido desculpas pela lista publicamente, antes do ensaio, durante a hora do microfone aberto: quando cada ator e atriz podia se sentir livre o suficiente para expressar seus sentimentos sem julgamento. Na maioria das vezes, Patrick tinha algo a dizer de si mesmo, se vangloriar de algum feito inútil ou recitar poemas de Byron.

Alguns olhares recaíram sobre mim quando Cody enfatizou o seu pedido de desculpas: "Isto aqui é principalmente para a Sofi, me desculpe! Foi só uma brincadeira, de qualquer modo. Era uma lista ridícula!", e o de Jordana foi um deles.

BADLANDS • JK.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora