Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê

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Marina olhava para a noiva com expectativa. Clara mordeu seu lábio inferior, e pediu para que a fotógrafa aguardasse. Ela saiu correndo e voltou minutos depois com um coração nas mãos.

–Achei lindo quando vi você trabalhando com ele hoje cedo. - A morena entregou o objeto para a fotógrafa que sorriu.

–Que bom, mas eu ainda não entendi. – Marina olhou para Clara.

–Nada mais justo que seus patrocinadores saibam quem é a mulher talentosa que eles vão investir. – Clara cruzou os braços sorrindo. – Faz uma foto sua.

–Tá louca Docinho? – Marina gargalhou. – Uma foto minha pra apresentar por aí?

–Lógico, seja original Boneca. – A morena aproximou-se da mulher. – Todo mundo que quer uma chance dessas, escolhe o melhor do seu trabalho e se apresenta todo arrumadinho na frente das pessoas. Faça diferente, mostra o seu rosto no seu talento.

–Usando esse coração? – A fotógrafa perguntou quase convencida.

–Eu gostei. – Clara encarou a noiva. – Já dei a ideia da foto e de usar o coração, não vai querer que eu te diga também a pose né?

–Era o mínimo. – Marina riu. Clara abraçou sua cintura e sorriu.

–O talento é todo seu. – A morena deu um longo selinho. – Eu te ajudo, o que você quer fazer? Faz de conta que não é você quem vai estar na foto.

Marina olhou para a peça nas mãos. Olhou para o cenário que tinha e no que poderia fazer. Algo simples, leve, que a representasse. A fotógrafa encarou a morena, que a fitava em silêncio.

–Me defina. – Marina pediu.

–Como assim? – Clara chegou até a mudar de posição com o pedido.

–A primeira vez que a gente se viu, você disse que eu fútil, mimada, egoísta, que eu não poderia tirar fotos com tanta sensibilidade. – A fotógrafa falou e antes que a Clara a interrompesse ela continuou. – Tudo bem Docinho, você não estava errada, mas eu ainda sou assim?

–Não. – A morena respondeu e cruzou os braços, mais segura agora do que a mulher queria. – Você é mimada, um pouco irresponsável, impulsiva...

–A ideia era você listar as qualidades... - Marina resmungou.

–Você pediu para que eu te definisse. – Clara sorriu. – O fato de você ser mimada, irresponsável, impulsiva, teimosa, mandona e ciumenta não te faz uma pessoa ruim, ao contrário, é isso que te deixa mais linda, corajosa, generosa, apaixonante, perfeita pra mim.

Quando a morena terminou de falar já tinha Marina de volta em seus braços e a beijou com carinho. A fotógrafa sorriu para Clara.

–E você tem esse sorriso. – Clara passou a mão no rosto branco. – Esse sorriso que é só meu.

–Pra sempre só seu. – Marina tinha passado os braços em volta do pescoço da morena e agora juntou seus lábios novamente em mais um beijo longo e cheio de carinho.

De um beijo, foram para outro e outro, e os beijos apaixonados tornaram-se urgentes, pedintes de algo mais intenso. Marina já tinha largado o coração em algum lugar qualquer, pois suas mãos percorriam o corpo de Clara com pressa. Ao mesmo tempo em que a morena já tinha alcançado sua blusa e ia retirando ela do seu corpo.

–É isso. – Marina quase gritou quando desviou o rosto do beijo.

–O que? – A morena perguntou sem entender.

Quase Sem QuererWhere stories live. Discover now