E queria sempre achar

1K 34 2
                                    

Marina sentiu a mão em seu braço e parou de andar, ela e a morena olharam sérias para Laura. Marina respirou fundo e concordou com a cabeça. Clara assentiu e deu um beijo no rosto da fotógrafa, antes de ir até o carro, esperar pela namorada.

-Fala. – Marina cruzou os braços. Laura tinha tirado a filha da calçada e entrado para o hall do prédio.

-Eu quero que você entenda, que tudo o que eu fiz, foi pensando no melhor pra você. – Laura começou. – Eu sei que pode parecer que não, mas acredite Marina, comigo você não estaria aqui hoje.

-Como você pode ter tanta certeza? – A fotógrafa respondeu, e surpreendeu-se ao notar que tinha uma lágrima em seu rosto. – Você me deixou com a sua amiga. Como se eu fosse uma boneca, que você cansou de brincar e emprestou pra outra. Me seguiu a vida inteira, e nunca foi capaz de falar comigo. E vamos ser honestas aqui, você alguma vez ia falar comigo se não fosse por toda essa confusão? Vocês duas pensaram em alguma vez me contar a verdade?

-Eu não deixei você assim fácil. Eu não queria, eu...

-Então que não tivesse deixado. – Marina esbravejou. – Deixou porque era mais fácil. Porque viver as custas da Regina era melhor que ter que trabalhar pra criar um filho. Deixou porque você é uma aproveitadora barata. – Marina aproximou-se de Laura. – Você não é minha mãe, você nunca vai ser, e se quiser sumir da minha vida agora, não vai fazer falta nenhuma.

-Marina...- Laura tentou falar, mas a fotógrafa virou as costas e saiu rapidamente dali.

Marina entrou no carro, e não falou nada. Pela cara da namorada, Clara sabia que a conversa não tinha sido boa. Ligou o carro e dirigiu para casa. Marina entrou em casa feito um furacão e foi direto para o seu quarto, com Clara em seu pé.

-Boneca, você quer...- Clara não conseguiu terminar de falar, Marina jogou-se em seus braços e começou um beijo apressado.

A morena mal conseguia beijar Marina de volta, quando as mãos da namorada subiam sua blusa. Clara segurou a fotógrafa, e olhou séria para ela.

-Marina.

-Cala a boca, eu quero você agora. – Marina interrompeu a namorada e avançou para os lábios de Clara.

A força da morena se fez necessária. Clara jogou a fotógrafa na cama e segurou os pulsos dela na altura do seu rosto. Seu corpo pesou contra o de Marina, e ela afastou o rosto quando a fotógrafa investiu em mais um beijo. Dessa vez a fotógrafa nem tentou lutar, sabia que era batalha perdida.

-Ela tentou se justificar por ter me deixado. – Marina falou olhando para a namorada.

-E você?

-Ela me deixou porque quis. Diogo passou a vida inteira mal olhando na minha cara, Regina vivia pro trabalho. – A fotógrafa rebateu com raiva. – Ela escolheu o mais fácil, e viveu as custas da Regina a vida inteira. Eu fui o passe da vida boa pra ela, e agora ela quer vir falar que foi difícil. – Marina falou com desdém a última parte.

Clara ficou olhando para a fotógrafa em silêncio. Soltou os pulsos de Marina, sentou na cama, e puxou a namorada para seu colo. Marina deitou a cabeça no ombro de Clara, seu rosto voltado para o pescoço da morena, seus braços em volta de Clara. O abraço das duas era tão apertado que mais uma vez, Marina percebeu que lágrimas escapavam de seu rosto.

-Te amo. – Marina falou com a voz chorosa.

-Também te amo boneca, te amo muito. – Clara respondeu e deu um beijo na cabeça de Marina.

-Promete que não vai me deixar. – Marina afastou seu rosto e olhou para a morena. – Você é a única coisa verdadeira na minha vida.

-Eu nunca vou te deixar. – Clara sorriu, segurou o rosto de Marina com as duas mãos, secou suas lágrimas e deu um beijo apaixonado.

Quase Sem QuererWhere stories live. Discover now