O Orfanato

1.6K 135 22
                                    

Arya P.o.V.

Estava um pouco distraída, quando vejo pelo espelho...

- Olá, Arya.

- Mãe?

[...]

— O que faz aqui? — perguntei deixando minha voz totalmente neutra.

— Estavam precisando de ajuda, não que seja da sua conta, mas tem a ver com a formatura. — ela respondeu impaciente.

— Ah, entendo. — falei enquanto secava o rosto.

— Bom, eu tenho mais o que fazer, tente ficar viva e não manchar a nossa reputação, mais do que já fez.

Em poucos segundos vi a porta do banheiro sendo fechada, enquanto suspirava. Eu acredito já ter explicado sobre a Fundação recrutar seus membros por meio de orfanatos e crianças abandonadas, certo? Mas existem raras, e muito raras vezes, em que um de seus antigos membros engravida... Acho que já entenderam, certo? Eu fui deixada em um orfanato quando tinha 8 meses, porém eu era pequena, ainda sou, e era muito mais magra... Os tempos passaram, eu cresci um pouco, mas ainda era uma criança muito chorona e assustada, algo que eu realmente não gosto de lembrar.

Meus pais praticamente esqueceram minha existência, eles pagavam uma criada para dar notícias minhas de vez em quando, na verdade minha mãe pagava, meu pai já é um caso à parte... Enfim, aconteceu uma coisa levemente traumática quando eu estava lá, por isso mudei e por isso me recrutaram, vou dar um resumo rápido do que aconteceu.

Eu tinha 9 anos, na época, fui recrutada mais cedo, como já sabem. Eu estava brincando com um baralho velho de cartas que havia achado, jogando buraco, ou rouba monte, com a única pessoa que eu conversava lá, Jared Hernandez. Ele era mais velho, 16 anos, mas era quieto e meio gordinho, ele fora transferido para o Orfanato Memorial de Sir Godric (N.A/ Potterheads ai?).

Estávamos tranquilos, o dia era calmo, era abril, felizmente em um dia não tão quente, também não frio, era bem ideal, por alguma razão eu estava extremamente feliz, acredito que tinha ganhado pela terceira vez de Jared neste jogo. O resto das crianças brincava na rua, enquanto nós dois ficamos dentro do orfanato, no andar térreo, jogando em uma mesa próxima da entrada.

Como devem ter previsto, essa calmaria não durou muito tempo, os próximos minutos ficaram encravados em minha cabeça. Lembro de ouvir um estrondo forte da porta sendo aberta, e logo após duas das cuidadoras entrarem correndo, Tereza e Lefert. A mais velha, Tereza, voltou para fechar a porta, enquanto Lefert corria até o telefone fixo perto da escada. Não houve tempo suficiente para Tereza fechar a porta, ouvi um barulho estranho, não parecia um tiro, e em um segundo ela estava no chão com o peito sangrando.

Dois homens vestindo preto entraram, um deles foi atrás de Lefert, pude ouvir seus gritos desesperados, mas não ver, Jared me puxou pela mão até a cozinha, me escondendo de baixo da pia, ele era um pouco grande e não cabia naquele espaço pequeno, especialmente comigo ali.

— Onde ela está?

— Eu não sei, tem muitos pestinhas aqui, acho que teremos que matar todos. — Ouvi um deles dizer com a voz de sarcasmo.

— Deixe as crianças em paz, Pedro.

— Então acha logo a porra da menina, qual seu nome mesmo? Ana?

— Arya. Lembra dos relatórios, certo? Ela não gosta de sair do orfanato.

— Então a filha da puta deve estar aqui mesmo...

Nesse momento minha respiração ficou pesada, meus olhos fecharam, enquanto eu escutava passos se aproximando, o que era difícil, pois sentia o barulho dos meus batimentos nas orelhas.

Assassinos PerfeitosWhere stories live. Discover now