Nós Fazemos Nosso Futuro

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Alec P.o.V.

Logo após a saída de Arya

Mordi o lábio, encarando-o de canto, eu estava um pouco nervoso com isso. Tudo bem, não era pouco, mas por alguma razão eu sentia que iriamos acabar bem agora, talvez graças a Arya ter falado com ele.

— Pare de me encarar. — Ele disse desviando o olhar.

— A vista é boa. — brinquei, mas logo retornei a uma pose mais séria. — Então...

— Fale.

Estávamos os dois em cima da cama agora, um de frente para o outro, a intensidade que eu via naquele olhar era algo que poderia ter saído de um romance clichê adolescente. Respirei profundamente duas vezes e perguntei:

— O que ela te falou?

— Que vocês dois descobriram, de algum jeito que eu não posso saber, sobre alguns alunos que se infiltraram aqui. O que te beijou era um deles, pelo que ela disse. Depois eu meio que fui ameaçado e aqui estamos.

— É mais ou menos por aí. — Suspirei — Por que eu não estou surpreso que ela tenha te ameaçado? — rio fraco.

— Eu tenho um pouco de inveja de vocês, não tenho alguém assim.

— Assim como? — perguntei um pouco confuso.

— Do tipo que mataria e morreria por mim, um amigo que me ajudasse mesmo que tivesse que se por em perigo por isso, sabe?

— Ah... A nossa amizade é realmente especial, apesar de um pouco inusitada. De qualquer forma, eu estou aqui para você, se ainda quiser. Só que não sei se posso ser somente seu amigo, Ben.

— Eu não sei... Eu acredito no que ela disse, mas aquela imagem de você beijando outra pessoa foi muito difícil de suportar. Se ainda fosse graças ao nosso "trabalho" acho que seria mais fácil. — Ele fez aspas com as mãos, suspirando.

— Se te faz sentir melhor aquilo era parte do meu trabalho, apesar de não ser um disfarce, foi um tipo de ataque para me abalar. — consegui capturar seu olhar novamente — E eu também deixei aquele idiota com a boca sangrando, de tanta força que mordi.

— E ele não teve um ataque de fúria?

— Na verdade ele só saiu rindo sarcástico. Por um lado, somos treinados para não termos fraquezas, mas todos temos, de alguma forma te descobriram. Acho que só não tentaram fazer nada com a Arya porque é capaz dela fazer alguém limpar o chão com a língua.

— Eu acho que você está virando a minha também. — Ele sussurrou.

— Isso é algo bom ou ruim?

— Eu ainda não sei. Eu gosto de não ser só uma maquina de matar, de ter sentimentos e tudo mais, mas eu estava pensando sobre isso ultimamente, não sei se é saudável me deixar envolver tanto por você.

— E por que não seria? — Perguntei um pouco incrédulo.

— Porque vai doer demais quando você me deixar. — Ele disse baixinho e vi seus olhos marejarem.

— Eu não vou te deixar, Benjamin. — falei firme, me aproximando e segurando suas mãos.

— Não diga isso. — Ele pediu. — Você não pode saber disso, tem as missões, tudo que precisamos fazer pela corporação, onde iremos ficar. E ainda por cima é tudo tão perigoso, nós podemos morrer a qualquer hora, sermos emboscados, tomarmos um tiro, qualquer coisa, Alec.

— Benjamin, eu gosto de você, eu realmente gosto. Não sei como me conquistou em tão pouco tempo, mas você conseguiu. E quando eu gosto de alguém eu faço até o impossível para ficar com a pessoa. O que falta é eu saber se você quer, porque eu sei que se alguém te machucar é capaz de a levar ao inferno só para poder torturar ela melhor.

— Eu também realmente gosto de você, Alec. Eu quero tentar, eu só... Tenho medo, sabe? Nós não devíamos ter fraquezas, nós deveríamos ser Assassinos Perfeitos.

— No fundo você sabe que não existe tal coisa, podem existir sociopatas, psicopatas, pessoas que não tem sentimentos, mas elas nunca serão perfeitas, nós não somos, ninguém é, não totalmente, Ben.

— É verdade. — Ele olhou para nossas mãos e deu um sorriso de canto.

— Você me perdoa, então?

— Pelo que?

— Por não ter impedido ele de fazer aquilo.

— Você não tem culpa, agora eu entendi, não se preocupe. — Ele disse calmo.

— Eu sei, mas...

— Mas nada, chega desse assunto, sério. — Fui interrompido.

— Ok, mas quero te perguntar uma coisa. — Falei com um sorriso aparecendo, tendo uma ideia.

— Fale.

— Antes de tudo saiba que eu faria algo mais especial, e ainda farei, outra hora, quando estivermos fora dessa mini prisão. Se tem algo que eu não faço é deixar de me arriscar e fazer algo por medo, a vida é muito curta para isso, especialmente para nós.

— Você está me deixando nervoso, Alexander... E enrolando. — Ele riu baixinho.

— Tudo bem, tudo bem. — Ergui minhas mãos em rendição. — Eu quero saber se você, Benjamin Andrew, quer namorar comigo. E me aturar nas minhas crises, dramas e nas lutas contra pessoas que querem me foder, e não de uma maneira boa. — Acrescentei esse final para não ficar tão pesado e fitei o chão, com medo de ter ido cedo demais.

— Eu... É claro que eu aceito, seu idiota. É bom que não tenha mais gente querendo te foder de um jeito bom, porque eu não aceito te dividir não. — Nós rimos. — Acho que agora entendi.

— O quê?

— Uma frase de um livro que estava lendo, "Nós fazemos nosso próprio futuro". Acho que realmente estou começando a acreditar nisso, também acharia muito bom se meu futuro pudesse ser contigo, Alexander. — Me derreti.

— Isso foi... Meu Poseidon, Ben, assim você acaba comigo. E pare de usar meu nome inteiro, parece que está bravo.

— Não posso mesmo? Eu acho tão sexy. — Ele se aproximou com um olhar furtivo, mordendo meu lábio.

— Tudo bem. — Suspirei, porém, sorri com um pouco de malicia, — Só entre quatro paredes.

Eu não sei se foi a frase, o momento, a mistura de sentimentos, mas eu me sentia em chamas, e pelo visto não era o único, já que em poucos segundos ele avançou em meus lábios, me deitando sobre a cama. Minhas mãos subiram por seus braços, explorando como se fosse a primeira vez. Tirei sua camisa rapidamente, continuando o meu tour, sentindo os poucos, mas existentes, músculos que haviam no seu abdômen.

Seus dedos engancharam no cós da minha calça, puxando para cima, para que eu tivesse mais contato com ele e levantasse parcialmente meu corpo, enquanto o mesmo tirava minha camisa também. Eu quase esqueci onde estávamos, quase, porque naquele instante eu vi a porta se abrindo e uma Arya aparecendo com uma mistura de expressões, passando do ansiosa, para "Oh meu Zeus", para "Que nojo, saiam daí".

Benjamin pelo menos teve mais ação que eu, colocou sua camisa antes de Arya focar seu olhar nele, enquanto eu demorei por estar rindo internamente da sua expressão, talvez eu estivesse delirando de felicidade, só talvez.

— Eu realmente espero que não tenham se comido na minha cama. Eu mato vocês.

010 'XZ

Assassinos PerfeitosWhere stories live. Discover now