Após a Festa

2K 146 9
                                    

Arya P.o.V.

Na minha frente tinha uma ponte, eu corria, rápido, muito rápido, fugindo, alguns cortes faziam o processo ser doloroso e uma possível costela quebrada destruía minha respiração regular. Mesmo assim eu apertava algo contra a mão, um pen drive, e continuava correndo, o que diabos tinha nele? Vejo um carro vindo em minha direção, a toda velocidade, tento desviar, mas não consigo, sinto o impacto e sou jogada da ponte pela lateral do carro, a dor era grande, não insuportável, mas eu gritei...

— HEY. Calma, calma, eu to contigo...

Sentia braços ao redor do meu pescoço e um embalo suave para frente a para trás, enquanto alguém beijava minha testa e sussurrava coisas no meu ouvido, eu acalmei minha respiração, mas me dei conta da cena.

— Eu não sou uma criança assustada para me ninar.

Saí de perto da Catarina, uma dor de cabeça horrível começando, fiz cara de irritada e comecei a pegar minhas coisas.

— Eu não disse que era... São três da manhã, volta para a cama, não temos nada para fazer até as 14...

— Você estava agindo como se eu precisasse ser protegida. Eu não sou frágil — sussurrei a última parte, me lembrando de meus pais.

— Garota, dá para se acalmar? Você é foda pra caralho, eu sei disso.

— Idiota.

— Deita logo, daí eu juro que não pergunto sobre esse sonho.

— E se eu não quiser?

— Então eu vou te incomodar o dia todo com isso. — ela sorriu

— Ta bem... Chata.

Deitei na cama, com um pouco de frio, claro, estava sem camisa e o ar-condicionado ligado. Dei uma tossida leve, mas bem audível.

— Espera aí.

Senti que um peso foi tirado da cama, e tomei um susto quando um edredom foi jogado em cima do meu corpo, e o barulho do ar-condicionado sendo desligado.

— Pronto — ela falou e se aproximou, me puxando para deitar mais perto, com a cabeça encaixando na curva do seu pescoço.

— Shiii, vamos só dormir. — falei e fechei os olhos.

O cheiro era muito bom, me deu vontade de morder, fora seu corpo, quente e macio... Realmente Arya, para de pensar essas coisas e vai dormir que quando acordar você provavelmente vai estar fodida de vergonha.

Algumas horas depois

Estranho, eu não estava com tanta vergonha assim, mas de qualquer forma, era um pouco embaraçoso. Graças a Deus eu acordei primeiro, levantei mais silenciosa que um gato, peguei minhas coisas, me vesti e vazei para o meu quarto.

Tomei um banho bem demorado, tentando lembrar mais ou menos o que aconteceu ontem, só lembro de ter passado frio e algo quente me abraçando, algo não, alguém. Quando terminei, tomei uns remédios e fiz umas paradas que geral já deve saber, então não preciso comentar, para diminuir a ressaca, deitando na cama e dormindo de novo.

Mas não durou muito tempo, acordei com alguém me enchendo de cócegas, quase cai da cama com o susto e chutei o estômago da pessoa, ficando em pé, mas ele desviou, que bom porque ia ter sido bem forte.

— Vadia, ta pensando o que?

— Você entra no meu quarto do nada, eu que te pergunto. — falei dando ênfase no meu.

— Só queria te contar das horas maravilhosas que passei ontem e também te devolver seu casaco.

— Conta logo, Alec. — falei me deitando de novo enquanto ele atirava o casaco na cadeira e começava a me contar

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

— Eita, parece que a noite foi boa para você.

— E para você não?

— Mais ou menos.

— CONTA TUDO. — ele sentou de pernas cruzadas.

— Calma, não rolou nada.

— Aham sei.

— Sério — ele olhou bem no fundo dos meus olhos.

— VOCÊ TA DE SACANAGEM COMIGO?

— Fala baixo capeta, a porta tá aberta.

— Não creio que você desperdiçou essa chance, porra, é provável que não tenha outra em uma semana.

— E quem disse que fui eu que não quis?

— Eita, como assim? Ela tava quase babando por você.

— Ela disse algo sobre não fazer comigo bêbada.

— Maldita hora que você virou aquela garrafa. Pera, isso explica.

— O que?

— Porque ela estava saindo do quarto quando eu vim para cá.

— Pois então, eu acho que vou precisar fugir dela por uma semana.

— Mas ué, só porque vocês não foram até o final?

— Meio que porque eu dormi lá e depois fugi enquanto ela não acordava?

— Meu santo Zeus, Arya.

— Eu sei, eu sei...

— Agora é torcer para que as coisas não fiquem estranhas.

Estranhas? Sim, as coisas ficaram estranhas, mas foi um outro lado de estranho, que eu não esperava.

Fiquei enrolando no quarto com o Alec até as 13, afinal eu precisava comer algo antes de ir para aula, hoje eles (Turma do Alec) teriam a última aula antes da prova final de Defesa Corporal, que seria amanhã. Eu também teria, mas em outro período, os meus dois primeiros eram Venenos e Antídotos Avançados II, e também era prova final. As provas finais tem o maior peso que eu já vi, ou seja, precisamos nos esforçar bastante. As duas turmas finais vão fazer a prova juntas, acho que estão querendo aproximar certos parceiros, mas isso é só uma teoria minha. Ela consiste basicamente em se defender de múltiplos ataques, sem ser pego, mas sem ferir gravemente ou matar o adversário, pois às vezes precisamos de alguém vivo, certo?

Quando chegou perto do horário, saímos do quarto, eu realmente não queria ter aulas sobre venenos, não gostava muito da matéria, apesar de ser sempre bom saber os antídotos certos e, principalmente, onde encontrá-los em caso de emergência. Matar com isso fazia parte do trabalho, mas eu não me adequava muito, apesar de já ter aprendido praticamente todos os venenos e antídotos mais comuns e alguns diferentes que assassinos como nós usam.

Fomos até o corredor principal juntos, mas as salas eram em lugares opostos. Dei um aceno rápido em sua direção e virei o corpo abruptamente, me girando para ir na direção certa. Infelizmente vindo dessa direção também estava outra pessoa...

Assassinos PerfeitosOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz