Explicações

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Arya P.o.V.

Logo após sair do quarto

Eu deixei os dois pombinhos sozinhos para conversarem, típica briga de casal por ciúmes, chegava a aumentar o nível de glicose no meu sangue só de estar perto deles, mas pelo Alexander eu aturo.

Fui em direção ao meu armário, era em outro setor, que ficava mais próximo das aulas que dos dormitórios, então o caminho era meio grande, dando tempo para os dois. Eu guardava ali algumas roupas, cadernos e um telefone extra, além de, claro, pequenas besteiras, como as balas do meu primeiro beijo com o Henry. Só de pensar nisso toquei, involuntariamente, minha boca com os dedos, lembrando disso.

Peguei umas balas da Fini, três pacotes de Doritos, e um Trident de canela, meu preferido. Eu não fui com pressa então devo ter levado uns 15 minutos para ir, mais 15 para voltar e eu realmente espero que eu não veja ninguém sem roupa quando entrar ali.

Fechei a porta e tomei um pequeno susto, mas em demonstrar, graças a pessoa que estava do meu lado. Acho que fiquei meio perdida em pensamentos e não a vi chegar, talvez o fato de ser uma boa assassina também influencie nisso.

— Hey Arya.

— Oi, pensei que estava no refeitório.

— Fiquei sem fome e, bom, vi você passar. — Ela disse sem esviar o olhar do meu.

— Depois dizem que eu sou a stalker. — Frisei o eu.

— Para te conquistar, eu sou qualquer coisa. — Falou com um sorriso galanteador.

— Até uma pessoa mais aberta? — perguntei sem expressão.

— Como assim? — ela fez cara de confusa.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando. — A olhei séria.

Vi ela morder os lábios, olhando para baixo, parecia pensar. Por alguns segundos eu fiquei com raiva de mim mesma, não por isso em si, mas porque se abrir para alguém era algo muito difícil para nós, e em menos de 48 horas iriamos para destinos bem afastados, eu não deveria querer uma aproximação assim.

— Esquece, te vejo amanhã, Catarina. — falei suspirando e voltando.

— Volta aqui, Arya. — Ela disse andando até mim.

— Não me leve a mal, mas eu nem deveria querer saber dessas coisas. — Continuei andando.

— Mas você quer, isso é bom.

— Não, não é mesmo. Eu não gosto de me apegar a ninguém e não quero ou vou a você.

— Por mais que sejamos treinados para sermos assassinos, ainda há, alguma coisa, que sobrou dos nossos sentimentos, você não pode controlar eles. Sabe disso.

— Talvez eu possa, não somos pessoas comuns, agora me deixa em paz. — Apressei o passo e ela estagnou no lugar.

— Eu estava com medo. Eu não posso falar muito sobre isso, mas tem a ver com alguém que eu gosto. — Ela disse baixinho.

— Um namorado? — perguntei, simplesmente curiosa.

— Não, não gosto romanticamente, mas essa pessoa é muito importante para mim, Arya. Eu te contaria mais, mas eu realmente não posso. — Ela rangeu os dentes.

— Tudo bem. — Suspirei. — Eu sei o que é ter restrições sobre o que se pode falar. Por que resolveu me contar?

— Eu... não sei. Quer dizer, eu sei, mas ao mesmo tempo não sei, entende?

— Mais ou menos — dei uma risada fraca.

— Eu senti que devia isso, eu gosto de você, Arya — abri minha boca para protestar, mas ela me impediu levantando a mão — Eu sei, eu também sou realista, eu sei que não podemos ter nada, além de tudo ainda não sabemos para onde iremos e 99% de certeza que perderemos contato. Eu só queria dizer isso para você.

— Eu... Não sei bem o que dizer nessas situações, nunca aconteceu comigo. — Agora foi a vez de ela sorrir fraco.

— Não precisa dizer nada. — Eu precisava muito conversar com o Alec quando chegasse no quarto. Porém não posso ficar parada aqui e agora, então larguei as besteiras no chão.

— Eu não sou tão boa com palavras nessas horas, mas minhas ações nunca me decepcionaram.

Puxei ela pela cintura, grudando nossos corpos, puxando-a pelo pescoço por um beijo, que no começo foi um pouco desajeitado, mas depois foi firme e bem... significativo? Eu não sei explicar, ela era diferente, por mais que eu adore o beijo do Henry, nunca cheguei a sentir algo como nesse em nenhum dos dois, isso me assustou um pouco, então me afastei.

— Cat... Eu disse que tinha compromissos para o jantar, certo?

— Com o loiro? — ela emburrou a cara.

— De certa forma sim. — falei só para ver a sua reação.

— De certa forma? Não acredito que tá trocando meus beijos para isso. — a cara de ciúmes foi engraçada.

— Primeiro, ele tem nome. Segundo, não é o Henry, estou ocupada com o Benjamin. — falei mostrando a língua.

— Benjamin, tipo, o meu colega? — ela perguntou com uma cara engraçada.

— Sim, ele mesmo.

— Ele não era gay? Ai meu Deus, Arya. Você está convertendo gente para fora do vale?

— Que??? — perguntei com uma cara incrédula — Ele está de rolo com o Alec, retardada.

— Ah, é verdade, eles estavam bem próximos mesmo. Só que hoje eles estavam estranhos.

— Então, culpa de algumas coisas aí, que eu fiz o favor de consertar, agora eu preciso voltar para ver o que aconteceu e ajudar Alec em um projeto.

— Você realmente precisa ir? — voltou a fazer aquele bico muito fofo.

— Sim. Eu juro que falo contigo amanhã no almoço, ok?

Dei uma mordida fraca nele e iniciei mais um beijo, dessa vez melhor controlado, senti algo estranho no meu estomago, mas era algo bom. Em pouco tempo nos separei. Ela me puxou para um abraço.

— Tudo bem, espero que fale mesmo. — Sussurrou.

Por último ela mordeu o lóbulo da minha orelha e deixou eu me afastar. Senti seus olhos me seguindo durante todo o caminho antes de virar em um dos corredores, não me perguntem o porquê.

Dessa vez eu apressei o passo para chegar ao quarto, eu precisava muito desabafar, graças a Bastet eu lembrei de bater três vezes, porque quando eu entrei vi o Alec sem camisa e o Benjamin colocando a dele, apressadamente.

— Eu realmente espero que não tenham se comido na minha cama. Eu mato vocês.

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