Resultados do Alec

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Arya P.o.V.

Me senti sendo puxada para um canto, após a dispensa da turma, no corredor. Olhei para o Alec assustada, ele parecia cansado, era estranho, mas tentei amenizar o clima, enquanto nossos colegas passavam.

— Não passou das onze e eu já quero matar alguém.

— Que cedo Arya, mas não me espanta esse seu instinto.

— Não tão cedo assim. O que quer dizer? — Eu não era tão raivosa normalmente, era?

— Sua mãe deveria ser assim quando tinha sua idade. Por falar nisso...

— Família é sempre algo complicado. — olhei ansiosa em sua direção.

— Consegui alguns arquivos sobre ela.

Quase pulei ao ouvir isso, mas não queria atrair atenção para o nosso lado, principalmente alguém que pudesse usar algo assim contra mim, e imagine se descobrissem sobre minha mãe. Ainda não entendo como o Tomas descobriu sobre isso, ninguém, ninguém mesmo, sabe sobre isso, no máximo o Alec e algumas pessoas que não estão mais aqui.

— Porém são antigos, não se anime tanto. Falam sobre sua adolescência.

Meu sorriso desapareceu um pouco, porém eu sabia que era difícil conseguir até a idade certa dela, imagine puxar históricos da sua fase aqui, talvez seja por isso essa aparência, aposto que ficou a noite toda pesquisando sobre isso. Ele não deveria ter que fazer isso, que droga, queria ser melhor nessas coisas, todavia eu provavelmente iria disparar algum alarme dentro do sistema, era melhor não arriscar.

— Foi difícil? Você parece cansado, não se prive de dormir por isso, poderia ter atrapalhado na sua luta, e você sabe que me preocupo contigo.

— Relaxe. Mas infelizmente não consegui nada que diga o porquê de ela estar aqui, muito menos agora.

— Sabíamos que não seria fácil, posso ajudar em algo? Você sabe que invasão por disfarce é extremamente simples.

— Se não existe nada sobre ela nos arquivos, iremos descobrir por outras maneiras.

— Como?

— Não iremos procurar pelo passado, investigaremos o presente.

— Gostei da ideia. Algum plano?

Ele tira do bolso do casaco uma espécie de saquinho plástico, abre e me mostra algo pequeno, era transparente, mas dava para enxergar uma leve opacidade branca, eu não lembrava de ter visto algo assim nas ultimas aulas, logo o olhei esperando a explicação.

— É discreto, um adesivo todo feito com nanotecnologia, coberto por acrílico, nenhuma máquina normal ira captar, a não ser que estejam procurando especificamente por isso, o que não me parece o caso. Faça isso grudar nela e teremos um localizador. Quanto a escuta... Tome.

Ele me entregou um anel dourado, parecia uma aliança... Calma, na verdade parecia o anel da minha mãe, como diabos ele descobriu isso?

— Não esqueça que eu já vi sua mãe uma vez também.

Verdade, ele foi a uma missão sem mim uns anos atrás, se não me engano havia sido com o Daemon, mas nada importante, ele deve ter visto minha mãe por uns 30 segundos, quando muito, ele só teve que entregar um relatório para ela, e depois voltou ao campus. Na época nem éramos tão chegados, esqueço de sua memória impecável, pelo menos quando ele quer.

— Verdade. — digo, simples, analisando aquilo e pensando em formar de trocar aquelas duas coisas.

— Ah e não se preocupe, também é difícil de detectar, fora ser super resistente a água, como o rastreador, eu só não consegui colocar os dois no mesmo porque o anel é muito pequeno, e se ela tira-lo teremos o rastreador, entende?

— Com certeza, bem pensado, não é à toa que é minha dupla. Te amo, idiota, mas sério, se cuida. — falei pegando as coisas dele

— Nada como um encontro de mãe e filha — ele disse com uma voz sarcástica — Mas tem mais uma coisa.

— O que foi? Temos o problema de acha-la antes de tudo, né?

— Isso, precisamos ir até a sala de controle, mas essa parte deixarei contigo. Você é boa nessas coisas, eu fiz o trabalho nesse pen drive, você vai precisar conectar isso em um dos computadores, deixar que o programa aja e depois sair sem ser vista. Não se esqueça de ficar fora das câmeras.

— É até bem simples, o único problema serão os agentes que operam aquela droga... Mas de qualquer forma eu dou um jeito, só fique longe.

— Por quê?

— Não quero que você tenha alguma complicação, fora que será mais fácil para mim me concentrar sem você podendo ser pego. Se quiser use o notebook para me ajudar, no máximo, me prometa que não vai fazer algo mais. — lhe olhei séria.

— Você sabe que acima de qualquer missão, problema, barcos explodindo ou uma espiã assassina experiente... Eu amo você, Arya. Você foi minha amiga em um lugar onde ensinaram a não sentirmos nada, minha parceira mesmo que tenhamos aprendido a não confiar em ninguém, você ficou ao meu lado mesmo que não tivesse nada a ver comigo. Eu amo você por tudo isso e por mais.

Eu fiquei sem palavras, eu nunca duvidei do sentimento dele por mim, sério, mas eu realmente não esperava que ele falasse nada assim agora, é meio... Eu não sei, suspeito? Como se ele estivesse com medo de algo. DROGA, CLARO, a formatura, eu não acredito que ele está com medo de não me ver mais. Olhei no fundo de seus olhos e notei exatamente esse sentimento, era fraco, escondido, se eu não o conhecesse bem não saberia, mas estava ali.

— Alec, olha... — abri a boca para responde-lo, mas fui cortada com um aceno negativo de cabeça.

— Eu tenho aula agora, começar meu programa de descriptografar senhas e nomes, preciso ir para aula nesse instante ou o professor Vermont vai querer descontar da minha nota. — ele disse sorrindo.

— Tá bom, então vou resumir... Também te amo, king. Relaxa, teremos muito tempo para fazermos declarações depois da formatura. — Abracei ele, que ficou surpreso.

Eu não sou muito de demonstrar sentimentos, por exemplo eu não tenho nenhum problema em beijar alguém no meio do corredor, porém abraçar ou dizer coisas sentimentais como "eu te amo" em lugares com pessoas não envolvidas, já era uma grande coisa para mim.

Ele beijou a minha testa, disse para eu não me preocupar tanto, eu sabia que me entendia, ele sempre me entendia... Deixei ele seguir para a aula, desfazendo o abraço. Eu precisava ir para a aula de Disfarces e Improvisação, espero que dessa vez eu não acabe como uma contrabandista de animais de novo. Dou um leve riso sozinha lembrando dessa aula e sigo para lá.

Assassinos PerfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora