Microfones e Jantar...

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Arya P.o.V.

Obviamente eu não iria deixar o fato de minha mãe ter vindo para a formatura de lado, havia algo muito errado ali, eu sentia isso. E sim eu iria descobrir o que estava acontecendo, ela não seria chamada por nada, e muito menos aceitaria vir se não fosse algo de extrema urgência.

Por isso foi um tremendo alivio quando vi o Alec durante o fim das aulas, pela sua expressão ele já deveria saber de algo, ou simplesmente leu meu rosto, o que era bem comum. O chamei para o meu quarto, com um movimento de cabeça silencioso, ele me seguiu sem chamar atenção nenhuma, acho que deixei claro que era importante e sigiloso com nossa troca de olhares.

Peguei uma folha de papel e lhe disse silenciosamente para me ajudar a desativar os microfones do quarto. Acharam que uma academia para espiões jovens não iria tentar se proteger de ser atacada por dentro? A maioria dos alunos nem possuem conhecimento sobre elas, mas o Alec causou um curto circuito em uma no quinto ano, foi totalmente por acaso, ele estava criando um programa para deixar seu computador mais eficiente, mas o computador deu curto, junto com a maioria das coisas elétricas do seu quarto... Ele notou quando saíram faíscas do pequeno ponto preto atrás da sua cama, descobri sobre isso quando nos conhecemos, mas não é hora de contar sobre isto.

— Pronto. — ele falou depois de digitar algo em seu celular,

Era um programa muito bom que interferia em alguma coisa a ver com ondas de rádio, ele já me explicou algumas vezes, mas eu nunca entendi direito como funciona. Não me levem a mal, eu sei algumas coisas de computador, como liga-los ou invadir um banco russo, mas sobre criação de programas e coisas mais especificas eu não entendo absolutamente nada.

— Eu preciso te contar algumas coisas... A começar de minha mãe estar aqui.

— O QUE? — ele deu um grito muito alto. Mas antes de completar a fala tapei sua boca com minha mão, não podia arriscar que ninguém ouvisse.

— Eu já te contei algumas partes da história, certo? Mas o que eu preciso descobrir é porque diabos ela está aqui, isso não é normal, Alec.

— Pode apostar o meu corpo nu que não é. Como vamos descobrir sobre isso? Ela falou mais alguma coisa? Quando conversaram? Algo estúpido? Já não bastava ser uma pedra no seu sapato... — Seu instinto protetor entrou em ação.

— Teremos que procurar dentro do sistemas, e-mails, qualquer troca de correspondência. Não será fácil. Nós conversamos por meio minuto no banheiro, ela só me disse que veio resolver algumas coisas da formatura e isso não era da minha conta. — Omiti a parte de não envergonhar mais a família porque era capaz do Alec querer ir atrás dela e matá-la, além do que precisamos admitir que minha mãe é uma assassina experiente e isso não faria nada bem a ele.

— Sim, isso vai difícil, mas não é impossível pelo menos. Deixe essa parte comigo. Vou dar o meu melhor, afinal nenhum espião iria interromper suas atividades para resolver uma formatura, muito menos uma espiã como sua mãe.

— Certo, porque nem se eu quisesse conseguiria fazer tão bem feito quanto você, mas não pense que vou ficar parada esperando. — falo irritada.

— Ah, eu sei que não. Aposto que vai ficar ouvindo conversas alheias. — ele sorri.

— Apostou certo. Ainda não entendo como os professores ainda não notaram isso. — dou um sorriso de canto.

— Não esqueça que a Andressa notou uma vez, e os outros acho que não se importam muito, você sabe muito bem porque a maioria está dando aula aqui.

— Realmente.

Se ainda não chegaram nessa conclusão vou explicar, dar aula para um bando de crianças e adolescentes é uma forma de castigo, normalmente quem vai para algum dos "campus" da organização são espiões que foram descobertos e esperam a poeira baixar, gente que irritou alguém de alto nível ou que por alguma razão não quer mais ter sangue nas mãos.

Assassinos PerfeitosWhere stories live. Discover now