28 - CAPÍTULO

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     Minhas pernas amoleceram, senti que iria desmaiar. Mordi seu ombro acariciando suas costas. Adoro seu corpo másculo, cada músculo se contorcendo a cada estocada. Ele percebeu que eu o estava examinando e me fitou com o mesmo brilho nos olhos. Joguei meu corpo pra frente pra encaixar mais, se isso fosse possível já que ele estava todo dentro de mim. Como sinto falta disso. Pertencia a ele todas as noites e manhãs e sempre que podíamos durante o dia. Um não conseguia ficar sem o outro. A gente se completa. Sabe onde começa um e termina o outro porque nós amamos. Sinto que ele ainda me ama, mas não consegue acreditar em nós. Acha que menti, que o traí. Por mais que eu tente, não consigo me lembrar do aconteceu. Parece que a minha memória foi apagada. O abracei com mais força me apegando a esses sentimentos que fariam que ficássemos juntos novamente. 

       — Ai, Christian. 
       — Não diz isso, você sabe o que isso faz comigo. 
       — Por favor?
       — Vem comigo. Goze, feiticeira, goze. 
       Estávamos ofegantes depois de termos explodidos juntos. O acariciei na nuca, nos cabelos e na barba que cresceu mais desde da última vez. É tão bom pertencer a ele novamente. Senti tanta falta de tocá-lo. Acho que agora, tudo ficará bem, seremos uma família de novo. Quando ele me colocou no chão, enlacei seu pescoço com meus braços e no momento que ia beijá-lo, ele se afastou abruptamente. O brilho no seu olhar havia sumido, agora estava sombrio.
      — O que pensa que está fazendo?
      — Quero beijar meu marido. 
      — Que marido?
      — Você — Sorri indecisa — Acabamos de fazer amor, achei que me queria de volta. 
       Ele riu histericamente. 
        — Tá louca? Amor? Foi somente uma foda e muito ruim por sinal, não confunda as coisas. Você tem algo que gosto muito e em troca te proporcionei alguns minutos de prazer. Afinal, você é minha esposa e tem que cumprir seu papel. 

       — Seu imbecil — O esbofeteei e as lágrimas brotaram.

      Nunca fui tão humilhada. Achei que ele fosse reagir, mas ele tinha dor nos olhos. Se virou e foi embora do hospital.

      O observei partir sem olhar pra trás. Acho que... acabou. Quero chorar até não restarem mais lágrimas. Tô quebrada e pelo jeito, ele também. Alguém armou pra nós. É a única explicação plausível. Mas quem? Com quem Jean poderia ter se juntado para fazer essa maldade? Luísa? Giulia? Natasha? Pode ser qualquer uma, já que estão acostumadas a armar pra se darem bem.

     No dia seguinte, fui direto para o hospital. Susan passou a noite com o marido e a tranquilizei quanto as meninas que são um doce, até mesmo Alyson que é bem arteira e culpa sempre a irmã gêmea Melanie pelas suas peraltices. Ayra a está ensinando a se defender, mas Mel tem uma personalidade única, ela é incapaz de ferir os sentimentos de alguém, principalmente da irmã. Vendo as meninas tão unidas e agora meio tristes por causa do pai, me dá mais saudade da minha princesinha. Christian não deveria ter feito o que fez conosco, ele só pensou em si mesmo e eu não deveria ter cedido ao sexo no elevador. Preciso ser mais forte e não amolecer toda bendita vez. Eu o amo tanto e sinto tantas saudades que é meio difícil resistir quando se está viciada por tantos anos.
     Entrei no quarto e algo estava pesado no ar. Susan se encontrava chorando disfarçadamente e Jonathan olhava para fora da janela encostado nas almofadas da cama. Christian entrou logo depois de mim me ignorando. Nem parece que nos entregamos ao outro no dia anterior. 
    Como é possível que meu coração dispare toda vez que o vê, que ouve sua voz? Ele estava tão lindo de barba feita, vestindo uma calça jeans e uma camisa pólo cinza, cabelos desgrenhados, úmidos e cheirosos do jeito que eu adoro. Não sei se era impressão, mas ele estava mais magro. 
      — E aí, cara? Tá melhor hoje? —  Se aproximou da cama do irmão.
      Jonathan o olhou irritado e depois desviou o olhar para Susan que ainda chorava o olhando de longe.
       — O quê está pegando, Jon?
       — Responde, Susan. É verdade tudo que meu irmão disse sobre vocês terem se pegado? Por que não me conta de uma vez?
       Não entendi nada. Ela olhou para Christian com muito ódio. 
       — Por que fez isso, por que disse a ele? A gente fez uma promessa, lembra? Ele disse que jamais queria saber o que houve entre nós e respeitamos sua vontade. Aquilo foi coisa nossa, Christian, você sabe muito bem disso.
        — Você não é melhor que ninguém, Susan. Fez meu irmão de palhaço indo embora com seu ex, o cara que te abandonou grávida. Eu disse na época para que se afastasse de você, mas ele não me deu ouvidos e assumiu sua filha como dele. Você era encrenca e ele sabia.
       — Christian, a gente estava bêbado. Foi um erro, você sabe.
       — Que erro? Agora aquilo tudo que aconteceu entre nós foi um erro? Eu estava a ponto de me apaixonar por você, Susan — Seu olhar vacilou para o meu — Você foi a única mulher que eu corri atrás. 
       — Era apenas capricho. 
       Ele a olhou intensamente e ela arregalou os olhos desviando o olhar. 
      Estou com ciúmes? Eles se entendem super bem e isso me deu insegurança desde que me casei. Ela é minha melhor amiga e sei o quanto ama o marido, mas Christian e ela... nem sei o que pensar. Não quero saber de nada o que houve entre eles. 
      Jonathan olhou para os dois visivelmente aborrecido. Começou a falar e meu marido o encarou com tristeza. Acho que ele estava se sentindo atacado por todos ao mesmo tempo e eu só queria consolá-lo.
       — Pensei que fosse meu melhor amigo, Christian. Primeiro você pega a minha mulher e depois minha irmã. Qual é a sua? Tá querendo ser como eu? Sua merda de vida nunca foi suficiente tendo aquele nosso pai sádico e uma mãe covarde? Depois de tudo que fiz por você, das surras que levei em seu lugar é assim que me paga?
      Olhei para Christian que parecia perdido com as palavras e o jeito rude do irmão. Ele me fitou abertamente pela primeira vez desde que entrou no quarto. Seu olhar tinha um misto de tristeza e de mais alguma coisa que eu não sei explicar e logo se voltou para o irmão novamente. 
       — Vocês estavam separados, eu não tenho que me desculpar. Ficar com ela era para provar que você merecia mais.
        — Mentira. Você estava afim dela, confesse, seja homem.

CASAMENTO FORÇADO  - FAMÍLIA WINSOR - LIVRO 2 (CHRISTIAN) Onde histórias criam vida. Descubra agora