Chegamos ao casamento. Eu era o padrinho do noivo com Kourtney que assim que cheguei ao altar, me abraçou. Minha irmã mais nova estava linda com seu vestido lilás também claro. Percebi que seus olhos arregalaram e engolia em seco olhando fixamente para o mesmo ponto. Segui seu olhar e me assustei para quem ela olhava. Jean. Ele nem sequer percebeu, continuou alheio paparicando uma mulher que estava ao seu lado lhe dando total atenção, porém de vez em quando, ele procurava minha mulher com o olhar.

    Kimberly se encontrava ao lado de Susan e das meninas. Ela pegou Alyson no colo e ficou brincando com ela. Pigarreei, me engasgando. O que isso significa? Merda, porra, ainda sinto medo, um medo estrondoso e só me dei conta agora. Tenho vontade de sair correndo e me esconder, todavia seu olhar se cruzou com o meu e seu sorriso sincero e puro acalmou meu coração. Sorri de volta e mais ainda quando Aly a beijou e deitou em seu colo pronta pra adormecer. Susan falava com ela que só tinha olhos pra mim o que me fez sorrir ainda mais. Ela foi cutucada, abaixou a cabeça sorrindo e corando. Depois encarou Susan sorridente. Do que será que estão falando? Ainda tenho coisas pra perguntar a ela, mas ainda não o fiz. Ela me ocupa demais.

      Desviei o olhar quando Casey subiu ao palco cumprimentando a noiva. Pelo que Nathan me disse, elas são melhores amigas. Pensei que Luísa fosse e ele respondeu que minha irmãzinha desfez a amizade por tudo que minha perseguidora aprontou. Até os dias de hoje não nos falamos mais porque ela resolveu se afastar, me ignorou e finge que eu não existo, nem faz questão de atender as minhas ligações. Ela sorriu para Jeffrey e depois me encarou. Sorri e ela desviou o olhar.
      Fechei os olhos sentindo sua rejeição doer no fundo da minha alma. Os abri e encarei Kimberly que se levantou imediatamente e correu até o altar para me abraçar. Eu não ia chorar, ia?
      — Eu tô bem — Respondi com a voz esganiçada tentando me convencer — Eu tô bem.
      Ela respondeu e me abraçou mais forte. Depois segurou meu rosto e me beijou.
      — Eu te amo.
     Eu deveria dizer que também a amava, certo? Apenas lhe dei um selinho e disse:
      — Obrigado.
      Seu sorriso não foi sincero. Kimberly se virou para Casey e a levou para um canto. Aproveitei e fui até Jeffrey. Fingi que conversávamos amigavelmente,  mas apenas lhe dei um recado curto e grosso antes de retornar ao meu lugar de honra:
      — Se tocar na minha irmã, se ousar pensar em machucá-la, não duvide que farei pior com você. Acredito que já me conhece.
       Ele arregalou os olhos e assentiu com medo. Farejo esse cheiro quando o sinto.
        Kimberly voltou ao seu assento piscando pra mim.
      Casey me tocou nos ombros e sorri junto com ela.
       — Me perdoa? Eu só precisava de um tempo pra pensar. Fiquei envergonhada por ter uma mãe que foi capaz de fazer aquele tipo de coisa com você. Eu só queria entender e demorei pra acreditar no que ela fez. Nunca te culpei, só fiquei confusa. Me afastei porque me senti culpada.
      — Você não é culpada de nada. Eu te amo e só quero o melhor pra você.
      Ela sorriu surpresa. Claro, é a primeira vez que falo que a amo.
      — Também amo você.
     A abracei muito forte dispensando quaisquer palavras. Era isso mesmo, eu estava emocionado como há muito tempo não deixava transparecer.
 
      O salão estava lindo e cheio. Fiz questão de dar o melhor para meu irmão. Não o deixei gastar um mísero dólar que fosse. Ele reclamou, mas bati o martelo e ele teve que aceitar. Durante a cerimônia, percebi que Kimberly ficou triste quando os votos eram ditos. Nós não tivemos isso porque não nos conhecíamos. Ela merece o melhor de mim e farei de tudo pra compensar esse erro que se tornou mais do que um acerto.
      Dei uma olhada minuciosa pelo ambiente a procura do meu doce anjo. Ela veio no outro carro porque tive que vim com os noivos e os outros padrinhos. Foi uma tortura incessante ficar sem minha feiticeira sexy, venenosa e sedutora. 
      A avistei com Melanie no colo conversando com Susan e Ayra enquanto Tyler babava por Alannah, sobrinha de Tracey. Eles tinham a mesma idade. Ela sorria pra ele. Crianças. Acho que dessa vez o cupido chegou cedo demais. Quem dera eu conhecesse a mulher da minha vida nessa idade tão preciosa e crescesse com ela a protegendo de tudo e todos. Talvez eu não seria esse cara ferrado e marcado. Ela seria minha salvação ou melhor,  ela é minha vida. Era a única que me conhecia a fundo.
      De repente recebi o olhar apaixonado da minha esposa sexy e retribuí. Quero levá-la para longe, beijá-la e fazer amor a noite toda novamente. Me aproximei e lhe dei um beijo no rosto.
      — Você leva muito jeito pra mamãe, quem sabe providenciamos mais um? — Mordisquei sua orelha.
       Peguei Melanie no colo que fazia festa pra mim e a entreguei ao pai porque preciso de pelo menos 10 minutos com a minha mulher antes de enlouquecer.
     — Quer dançar?
    Ela balançou a cabeça sem deixar de sorrir e fomos para o centro do salão onde os noivos e alguns convidados já dançavam. Sorri para minha mãe que estava linda como sempre. Por isso que meu pai era obcecado por ela. Sophia é a mulher mais linda que ele já teve e que merecia ser tratada como uma rainha. Ele nunca a mereceu.
      — Senti a sua falta — Beijei seu pescoço a abraçando.
      —Também senti a sua. 
      — Quero fugir pra bem longe com você.
      Os olhos dela brilharam e pareciam sorrir assim como seus lábios.
        — Você é feliz, Kimberly?
        — Sim, muito.
        — Eu te faço feliz?
        — Sim. Amo estar com você. Adoro quando quase sempre me leva pra jantar depois da faculdade, adoro quando me abraça de noite quando parece que teve algum sonho ruim.
        — São meus pesadelos. Quando estou com você, eles não me dominam.
       Ela tocou meu rosto carinhosamente. 
       — Sempre estaremos juntos.
       — Você é linda!
      A pista de dança era meio escura, era iluminada apenas com as luzes dos globos coloridos, mas dava pra perceber o tom avermelhado do rosto da minha mulher. Achei que depois de todo esse tempo, ela não coraria mais. Acho que ela precisa de mais tempo.
      Pus minhas mãos em sua cintura e a segurei firmemente. Ela estremeceu e enlaçou seus braços em volta do meu pescoço  e deixou a cabeça se acomodar em meu ombro. Dançamos agarrados por um longo tempo. Parecíamos um só, estávamos conectados.
      Parei de dançar e ela me fitou confusa. Levei minha mão a lateral do seu rosto.
    —  Você é a mulher mais linda que já vi.
    —  Mesmo com essa barriga tão evidente?
    — Não me importo. Você é linda por dentro e por fora. Não aguento ficar tanto tempo sem você. Pensei que fosse pirar com aquela cerimônia infinita. 
      — Bobo.
      — E louco por você.
      A puxei para mais perto grudando nossos corpos.
      — Você sente o mesmo que eu?  Esse choque que percorre nossa espinha toda vez que nos abraçamos?
     — Sim. Já me acostumei — Fechou os olhos — É muito bom. 
     Direcionei meu olhar para sua boca que fez o mesmo. Selei nossos lábios calmamente introduzindo minha língua aos poucos, sugando a sua e a apertei  ainda mais pela cintura a fazendo gemer quase imperceptível durante o beijo. Parei um instante sem mover nossos lábios e soltei seus cabelos. Os penteei com os dedos a tocando na nuca que passou a língua pelos lábios. Um não deixava o outro. Recomecei o beijo e minha mão se perdia nas lindas madeixas loiras e a outra se aventurava pelo meio de suas costas o quê a fazia ter alguns arrepios. Nenhum de nós dois se habilitava em parar esse momento.
     Eram beijos misturados com saudades, desejo, ternura, vontade de cuidar sempre do outro. Ela ainda estava com a mão no meu pescoço e desceu para os bíceps e os apertava conforme sua excitação. Poderíamos chegar ao êxtase só pelo beijo. 
      — Não vou aguentar esperar essa festa acabar para tê-la em meus braços de novo, de novo e de novo.
       Ela sorriu e me beijou. Depois deitou em meu ombro. O sorriso não saía do meu rosto que pela primeira vez depois de dias, percebi que era observado. Jean estava perto nos olhando com uma expressão estranha que não sei identificar. Jon sorria igual bobo junto com sua esposa.
     Avistei Natasha chegando com Manuella. Elas não foram a igreja. Natasha não estava com uma cara boa. Me olhava com mágoas. A única coisa que não gostei era da insistência de Kourtney com Jean que não a notava. Ela parecia encantada com ele. Meu irmão tem 18 anos e ela apenas, 8. Ele nunca irá olhar pra ela do jeito que gostaria. Ela é uma criança. Acho bom que continue a ignorando pelo seu próprio bem.
     Louis passou perto da minha filha e a encarou sério. Ela o olhava triste e depois abaixou a cabeça e logo desviou o olhar. Sei que gosta dele, mas uma hora ela esquece. Ainda tem tanto pra viver que im dia encontrará alguém que a ame como merece. Eu espero. Nenhum homem será bom o suficiente pra minha garotinha.
     Segurei na mão de Kimberly e fomos até minha filha que me abraçou apertado. Sei bem o motivo desse abraço. Manu é forte e faz de tudo pra não chorar. Sei que está sofrendo, mas também não posso deixar qualquer um se aproveitar de sua inocência. Já basta o que esse bastardo aprontou. Ele ousou tocá-la, na verdade fez mais do que isso, mas não vem ao caso. Não irei permitir que se aproxime novamente.
      — Você está linda! — A beijei que sorria.
      — Posso? — Encarou Kimberly com a mão estendida que sorria e assentiu — Será que vai ser menina também? — Passou a mão pela barriga da madrasta
       — Sophie — Kimberly respondeu. Ainda não me acostumei.
      Manuella me olhou espantada.
       — Tá tudo bem — Respondi procurando minha mãe com o olhar — É um lindo nome.
      — Vem.
      Kimberly pegou minha mão e com a outra pegou da minha filha e nos guiou até aonde eu não queria.
       — Kimberly?
       — Está tudo bem. Vamos resolver isso.
      Hesitei, mas ela segurou firme a minha mão e em poucos segundos Sophia se levantou e abraçou a neta e minha esposa as cumprimentando. Quando chegou a minha vez, recuei.
       — Tá tudo bem, Christian.
       — Não me obrigue a fazer algo que não tô pronto ainda.
       — Podíamos marcar pra vocês almoçarem lá e casa, o que acham?
       — Meu irmão está me chamando — Dei um beijo em Manu e Kim e me afastei.
      Não fui tão longe porque minha mulher me alcançou. 
      — Christian, me desculpa, eu não tinha o direito. Tô sensível por causa da gravidez.
       — Só não faça de novo, por favor. Eu não tô pronto e nem sei se um dia estarei. Não sou eu que tenho que me aproximar.
       — Ela tenta, mas você não deixa.
       — Eu sei. Ainda não consigo — A abracei —Deixe como está. Sou feliz assim.
        — Olha o que seu irmão fez no cabelo da minha amiga.
        Susan e Jon nos abordaram bruscamente. Meu irmão segurava o riso e logo o circo estava armado; Nathan, Tracey, Brendan que não tirava os olhos da minha mulher juntamente com Jean, Manuella, Sophia, Kourtney, Louis,  Ayra e outros que não contei.
        Encarei Susan que ficou sem graça pela multidão que arrumou.
        — Kimberly é linda e os cabelos dela ficam lindos soltos. Pare de se meter no jeito dela de se pentear, Susan. Ela não precisa dos seus conselhos.
        — Eu preciso — Kimberly disse — Foi ela quem me ajudou a fazer... — Olhou em volta — Aquelas coisas.  
       Abri bem os olhos. Agora entendi.
        — E você aprendeu maravilhosamente bem.
       Sorrimos e beijei sua mão.
       — Vamos pra casa — Encarei Natasha — Amanhã pegarei minha filha, só facilite e espero não termos essa conversa de novo. 

CASAMENTO FORÇADO  - FAMÍLIA WINSOR - LIVRO 2 (CHRISTIAN) Where stories live. Discover now