Acordo com uma imensa dor de cabeça e levo a mão na cabeça resmungando de dor. Levanto para olhar em volta e tudo se clareia com calma. Sinto meu sangue parar de correr e noto que estou em um lugar mal iluminado e com muitos insetos peçonhentos.
Sinto um desespero me tomar e me levanto, dou um passo e escuto o barulho de uma corrente, olho para meu pé e vejo que estou presa. Tento movimentar minhas asas, mas uma dor atravessa todo meu corpo e minhas pernas fraquejam, caio de joelhos no chão.
Começo a escutar passos e vejo uma mulher descer as escadas, ela está vestindo preto e possui o rosto cheio de marcas horríveis, só então me lembro da floresta e de Alicia.
"Onde estou?"
Ela caminha em minha direção e cantarola, minha respiração fica irregular e sinto um nó se formar em minha garganta.
- Quem é você? - pergunto assustada.
- Sou sua nova mamãe Ada! - ela sorri, seus dentes estão podres.
- Não conheço você! Por que está fazendo isso? - pergunto lembrando aos poucos de Faruk.
- Digamos que estou em divida com Alicia, graças a ela o guardião Severo poupou minha vida.
- O que pretende fazer comigo? - pergunto.
- Vejamos... - ela leva a mão ao queixo - creio que torturar um pouco e te fazer minha escravinha. - minhas mãos estão trêmulas.
- Onde está Faruk? Por que ele não me achou? Quanto tempo estou aqui? Cadê Alicia? - lanço as palavras desesperada.
- Faruk não conseguiu te encontrar a tempo de impedir que você sumisse, Alicia virá te ver logo logo, quando os subordinados de Faruk pararem de seguir ela. E você está aqui a uma semana.
"Tudo isso?"
- Por que não me matou ainda? - ela me olha com desprezo.
- Você é muito curiosa menina! Estou começando a pensar em cortar sua língua! - ela vocifera.
Engulo seco e me sento novamente no chão.
- Faruk... - digo quase em um sussurro, mas a mulher gruda em meu pescoço e está me enforcando. Sinto o ar sumir dos meus pulmões pouco a pouco.
- Ele não pode te ouvir aqui! Este lugar é enfeitiçado, então eu aconselho a fechar a matraca e parar de agir como uma vítima! - ela solta meu pescoço e puxo o ar com força, tanta força que acabo tossindo.
Vejo a mulher se distanciar e voltar com uma gosma fedorenta. Sinto ânsia de vomito.
- Sua comida será essa! - ela diz e joga a gosma no chão perto de mim e sai. A ânsia se torna maior e acabo vomitando na beirada da parede.
Olho em volta e sinto meu coração apertado, começo a chorar e a implorar a presença de Faruk, sinto uma dor enorme cruzar meu peito e sinto uma dor aguda na asa.
Depois de alguns minutos chorando olho para minha asa e vejo que ela está infeccionada, está suja e inchada. O ferimento exposto só aumenta a cena horrível.
Movo ela com cuidado a minha frente e retiro um pouco da sujeira. A asa está muito dolorida.
Me pergunto como ainda estou viva já que fiquei desacordada por tanto tempo, mas no fundo sei que aquela bruxa me alimentou e provavelmente foi com essa coisa gosmenta ao meu lado no chão.
Me encolho contra a parede e sinto um vazio dentro do meu peito "por que fui deixar o papai?!" Me sinto arrependida e assustada.
Meu maior erro foi forjar minha morte e vir para cá e o pior de tudo, Alicia conseguiu me enganar se fazendo de amiga.
"Sou uma estúpida!"
Estou me sentindo fraca e inútil, tanto fisicamente quanto emocionalmente.
Quando olho para os lados a única coisa que vejo é a escuridão, a única coisa que sinto é um vazio, o único cheiro que sinto é o de podre, a única coisa que escuto é o silêncio e as vezes alguns ruídos emitidos pelos insetos.
Passo horas sentada e em estado catatônico, ignorando a dor e tudo a minha volta, me concentrando apenas em meu sofrimento e minha fome, mas ainda é pouco demais para mim conseguir comer a gosma fedorenta.
Vejo a bruxa descer novamente, mas ignoro qualquer sinal que ela esteja dando ou qualquer movimento que ela esteja fazendo, até ela perguntar.
- Como está se sentindo jogada neste buraco majestade? - seu tom de voz é macabro.
- Não te interessa! - digo rispidamente.
- Claro que interessa, pois se estiver te agradando darei um jeito de piorar a situação. - engulo seco e decido provoca-la.
- Estou me sentindo em meu quarto, no meu castelo, perto de Faruk! - digo ironizando.
- Oras! Está bem agradável! Creio que podemos piorar. Ela se aproxima de mim e sinto minha cabeça ser lançada contra a parede, eu poderia tentar resistir, mas estou muito fraca.
Vejo tudo ficar escuro.
***
Acordo presa a uma maca, sinto sinto uma dor em minha asa e olho em direção a ela, minhas asas estão abertas cada uma para um lado.
Olho para os lados e vejo que ainda estou no buraco ou seja la o que for, mas agora minhas mãos e pernas estão presas e meu vestido se foi.
Estou me sentindo fraca, machucada e humilhada.
Ouço a voz horrenda da bruxa cantarolar e levanto levemente minha cabeça para observar o que ela está fazendo. Dou de cara com ela afiando um punhal.
Deito a cabeça novamente e fico em silêncio, "ela vai me torturar!" Fecho os olhos e sinto uma lágrima quente rolar pelos meus olhos.
Sinto o som ficar mais próximo e abro os olhos de uma vez.
- Vejam só! Acordou! - ela sorri sadicamente - resolvi brincar um pouquinho com você, mas é lógico que curarei suas feridas depois, por que para mim brincar todos os dias, preciso que todos os dias esteja inteira.
Sinto uma dor aguda em meu peito e começo a chorar e soluçar.
- Ó... O bebê está com medo? - ela pergunta dissimulada.
- Por favor me deixe ir embora... Eu prometo desaparecer e nunca mais voltar. - digo desesperada.
- Não! Quero ter o prazer de lhe causar dor e sofrimento! - ela diz aproximando o punhal para minha barriga.
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Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)
FantasyNão é fanfic (Concluído, ainda passará por revisão) #09 em FANTASIA (03/10/2017) #06 em FANTASIA (01/06/2017) #07 em FANTASIA (02/05/2017) Adaptação de Morfeu. (Imagens meramente ilustrativas) Ada perdeu a mãe em um suposto suicídio, mas descobre um...