Capítulo 41

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Sinto uma dor no coração e temo pela vida de Rocca e Uga. Vou abaixando cada vez que as nuvens ficam mais densas, sinto meu coração apertar e um nó garganta.

Quero ser livre...

Dou meia volta no céu e voo em direção ao castelo, vejo seres alados tomarem o céu e fadas também estão alçando voo, aumento a velocidade do meu voo e alcanço a janela, pouso sobre o parapeito e pulo para dentro.

Sinto lágrimas se formarem nos meus olhos e caminho pelo corredor mansamente, escuto os estrondos dos trovões, fecho os olhos por alguns instantes e volto a abrir.

Uma lágrima teimosa cai e seco meu rosto com as costas dá mão que está boa. "Por que isso está acontecendo comigo!".

Quando vou fazer a curva para o corredor do meu quarto encontro Faruk parado a porta do quarto, penso em recuar. Não quero que ele me veja antes de que eu esteja dentro do quarto.

Sinto meu coração palpitar e olho de soslaio seus movimentos, ele sai do quarto e passa a mão sobre os cabelos, depois ele coloca as mãos na cintura, seu maxilar está contraído, ele olha para cima e solta um rosnado.

Ele caminha para fora do corredor e fecha a porta atrás de si, caminho de fininho de volta para o quarto e entro fechando a porta atrás de mim.

Ainda tem uma fruta sobre a minha cama, sento no meio da cama e recolho a fruta, escuto os trovões e vejo o céu cada vez mais escuro.

Seus relâmpagos cruzam o céu fazendo pequenos traços de luz em meio a escuridão. Me sinto presa mesmo sem as correntes.

Não vejo Rocca e Uga desde ontem e não quero pensar no que Faruk faria a eles caso eu fugisse, por isso se ele me perguntar irei mentir, direi que estava passeando e voltei.

Minutos depois vejo a porta se escancarar e  Faruk me encara com os olhos amarelos "medo?" Pisco perplexa, achei que seria raiva!

Ele para a porta e seus olhos não deixam os meus, ele começa a caminhar como um tigre indo atacar a presa. Seus passos são leves e seu olhar é assustador, pois agora estão inexpressivos.

Ele sobe em cima da cama e não para de me encarar, ainda está com a camisa e agora ela está aberta também, revelando uma listra negra cruzar seu peitoral.

Meu coração acelera e eu estou realmente assustada, ele se aproxima demais. Encosto-me na cabeceira da cama tentando manter ele distante.

Ele se aproxima mais e fica a centímetros dá minha boca. Engulo seco.

- Onde. Esteve?! - suas palavras saem pausadas e questionadoras.

Minha voz não sai, não sei se é medo ou outra coisa que não quero nem pensar em sentir. Ele se aproxima mais e coloca os braços de um lado e de outro, me deixando entre eles.

Engulo seco. Ele se aproxima do meu ouvido e sinto sua respiração auterada.

- Ada vou perguntar somente mais uma vez! Onde esteve?

- Eu fui dar uma volta! - minha voz sai como um miado. Ele suspira e se afasta.

- Poderia ter avisado! - "Sério? Você deixaria? E eu não fui dar uma voltinha só!"

- Você não manda em mim! E muito menos precisa seguir meus passos. Agora se puder sair de cima da minha cama, eu agradeceria. - ele morde o lábio inferior, fecha às mãos em punho e se levanta franzindo o cenho.

- Não faça mais isso! - ele parece... magoado?

- Fala sério Faruk! Suma do meu quarto agora! - "Não suporto mais sua bipolaridade!"

Ele me encara e logo se vira, sai do quarto batendo a porta. Começa a chover de repente e me levanto para fechar a janela. Meu braço pulsa de dor.

Volto a me sentar na cama e observo meu braço. Estou perdida. Não sei como reagir, não sei o que pensar... Faruk é um imbecil que me manipula o tempo todo.

Começo a chorar e sinto que tudo que estou passando está me transformando drasticamente. Não só fisicamente, mas emocionalmente, não quero mudar.

Grito com todas as minhas forças.

- Eu te odeio Faruk! Odeio mais do que tudo nesse mundo! - minha garganta arde.

O resto da manhã é melancólico. Quando chega a hora do almoço uma serviçal chega com uma bandeja fedendo a pobre.

- O que é isso? - aponto para a comida e faço ânsia, ela me olha confusa.

- Disseram que a senhora pediu algo morto para comer... - "meu Deus! Morto não podre!"

- Tira isso daqui! Tragam qualquer coisa que não tenha cheiro de pobre... - ela recolhe a bandeja e sai.

"Aí que maravilha! Aqui ou a comida é viva ou já apodreceu!"

Recosto a cabeça na cabeceira e começo a pensar no que Louise disse. "O que será que ela quis dizer?"

Sinto vontade de perguntar, mas tenho medo da resposta. Não quero saber mais das maldades de Faruk e nem saber do que a "boazinha" da Alicia é capaz.

Sei que é egoísmo querer Alicia morta assim como mamãe, mas não consigo sentir mais nada por ela a não ser ódio.

O mesmo ódio que sinto por Faruk ou pior.

Passam alguns minutos e quem vem é Louise, ela trás uma bandeja com um tipo de sopa.

- É de que? Isso aqui é de comer mesmo? - ela ri.

- Sim Ada! É de comer... É sopa de filhotes de peixe.

- Estão vivos?

- Mais ou menos, nada aqui em Pearl morre realmente... - ela dá de ombros.

- Eles não vou se mover, pode comer é saboroso.

- Acredito em você - sorrio e começo a comer. Realmente é bom.

Como lentamente e Louise não sai do quarto, ela depois de muito tempo quebra o silêncio.

- Tentou fugir não foi? - ela pergunta por fim.

- Óbvio! Mas fiquei com medo de que Faruk machucasse Rocca e Uga - ela sorri.

- Eles estão bem, passam a maior parte do tempo brincando no jardim... Eles preferem a natureza.

- Eu sei... - digo para ela.

- Faruk ontem a noite não saiu do seu lado - reviro os olhos.

- O que ele faz ou deixa de fazer não me interessa Louise...

- Deveria... É por culpa de Faruk que Alicia quer te ver morta. - espremo meus olhos.

- O que quer dizer? - pergunto tomando o restante das sopa.

- Logo você saberá Ada, mas não se sinta abatida. Ela é um monstro disfarçado de bondade. - eu pisco várias vezes, ela recolhe meu prato e sai quarto.

"Alguém me explica o que está acontecendo?"

Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ