Capítulo 27

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Chegamos no vilarejo e Rocca pediu para que eu não deixasse meu rosto a vista. Coloquei o capuz cobrindo meu rosto praticamente inteiro e caminhamos para o Oeste.

Dentro do vilarejo as pessoas se vestem com roupas antiguadas. Tem vários seres alados aqui. E muitas pessoas aparentemente normais também. O que me causa um pouco de surpresa.

As casas são feitas de pedras e as ruas também de pedra. É uma cidade de pedra.
As trepadeiras fazem parte do ambiente e as árvores comuns também, diferente das falantes essas são normais.

Caminhamos cerca de meia hora e entramos em um caminho de pedra que dá para uma floresta, pouco a pouco vamos deixando a pequena cidade para trás e entrando em uma floresta aparentemente normal, a não ser pela grande quantidade de pequenos seres brilhantes.

- O que são essas coisinhas voando? - pergunto trocando dona Coruja de ombro.

- São ninfetas, elas vivem somente aqui na floresta verde, assim como nós broncos.

- No caminho vi vários broncos!

- Notou que a floresta verde está de um lado e a floresta enganosa do outro? - "Claro que notei!".

- Vi diabretes também, vi um ser comido por um ogro! - lembro-me da cena do ogro correndo e abocanhando o pobre diabrete.

- Aqui nós somos dividos em seres da luz e dá escuridão. Nós broncos somos da luz, assim como ninfetas, elfos, unicórnios, grifos, ninfas, seres alados e mortais.

- Mortais?

- Sim, aquelas pessoas que viu sem asas lá no vilarejo são mortais.

- Entendi...

- Na escuridão vivem as bruxas, fadas, rabinos, diabretes, gnomos, corujas, gigantes, tritões, árvores falantes e cavalos alados.

- Existem muitas criaturas aqui! Ual!

Caminho admirando a floresta verde, as ninfetas se aproximam de mim alegres e juntas puxam meu capuz para baixo, meus olhos devem estar mudando constantemente de cor por que sinto uma mistura de sentimentos, quando o capuz caiu revela meus fios de cabelo brilhando. Elas rodopiam do ar e dançam em torno de mim.

Rocca não se importa com isso é sempre continua a caminhar.

Caminhamos por algum tempo e Rocca desaparece do nada em minha frente! Sinto meu coração acelerar e começo a olhar em volta perdida, de repente Rocca ressurge e me chama.

Vejo que ele entrou dentro de uma cortina de folhas e atravesso também. É uma linda caverna, minha sorte são meus cabelos que iluminam o espaço.

- Aqui é lindo! - estou admirada.

- É sim. - ele se senta e parece cansado, retiro uma fruta do meu bolso e ofereço, ele nega com a cabeça.

- Amanhã vou atrás da minha própria comida - só então me recordo que broncos comem carne.

Sento e coloco com cuidado dona Coruja em meu colo, balanço ela calmamente mas ela não dá sinal de vida. Então certifico-me de que seu coração esteja batendo.

Pelo menos ela está viva. Retiro minha capa e arrumo certinho no chão.

- Rocca deite aqui! - ele me olha e se arrasta quase dormindo para cima da capa, me deito perto da parede de pedra e coloco dona coruja em cima do capuz, Rocca se deita bem próximo de mim e se enrola em seu rabo felpudo.

Adormeço.

***

Desperto com um barulho e olho para o lado, Rocca está rasgando um pássaro!
"Dona coruja!?" Olho para cima assustada e não vejo dona Coruja.

Então olho para todos os lados preocupada e encontro dona coruja em um cantinho comendo uma das frutas. "Ela acordou!" Meu coração se torna mais alegre ainda. Me sento e bato palmas. Rocca e dona coruja me olham.

- Estou tão feliz em vê-los vivos e bem! - meu sorriso é genuíno novamente.

Dona coruja caminha em minha direção com a fruta presa em seu bico, ela se coloca do meu lado e larga a fruta.

- Fiquei preocupada com você a pequena Ada!

- Vim salva-los! - digo animada.

- Meu dever era protege-la e falhei - dona coruja parece triste.

- Claro que não! Estou viva e feliz! - bato palmas novamente - vou levar vocês de volta para casa e viveremos eu, papai, Rocca, Uga e você. Seremos muito felizes.

- Uga? - vejo seus olhos aumentarem.

- É um duende que me ajudou! Ele sonha com a liberdade dele e é um ótimo jardineiro, essas frutas são cultivadas por ele! - ela me olha e vejo seu olhar suavizar.

- São deliciosas! - ela volta a comer as frutas.

Rocca olha para mim depois de comer o pássaro todo. Seus dedos, braços e rosto estão manchados de sangue.

- Ada quando voltaremos?

- Assim que eu matar Faruk e libertar meu povo. - só então me dou conta de que considero essas criaturas como meu povo é quero protege-los em qualquer circunstâncias.

- Não pode matar Faruk! - dona coruja interrompe.

- Por quê? - Rocca e eu falamos em uníssono.

- Por que não foi ele que matou sua mãe! - sinto meu coração acelerar.

- Como não? Se não foi ele quem foi? E por que ele escondeu isso de mim? Não! Eu tenho certeza que ele matou mamãe! - "ele matou, não matou?"

- Não Ada! Ele não matou sua mãe! Ele tentou salvar ela, mas não conseguiu! Ele se culpa por isso é provavelmente seja por isso que ele escondeu esse detalhe de você!

- Do que está falando? - sinto meus olhos ficarem marejados.

- Todos aqui em Pearl odeiam sua mãe por ela ter fugido e consequentemente afastado você daqui e de Faruk, quando Faruk foi se encontrar com sua mãe para exigir que ela te entregasse a ele, ela recusou. Faruk e Khalifa discutiram e ela estava indo embora da floresta, porém Alicia não suportou ver a tristeza do irmão e foi em direção a Khalifa, ela chamou seu nome e então Faruk olhou para ver o que acontecia quando ele viu um faca na mão de Alicia tentou impedir a tragédia mas Khalifa foi atingida.

"Alicia matou minha mãe! Não pode ser! É mentira!" Sinto meu rosto quente e sei que estão escorrendo inúmeras lágrimas.

- É mentira! - vocifero.

- Não Ada! É a verdade!

" Não! Não é!" Vejo o choque estampado no olhar de Rocca.

- Por quê? Por que isso está acontecendo!? - não consigo assimilar as coisas e minha cabeça dói muito. Decido me levantar, mas sinto uma súbita tontura e tudo fica escuro.





( Pobre Ada! ) E ai estão gostando? Levaram um choque? Deixe sua opinião? Amo vcs meus amores, saibam que leio comentários e vejo todos os votos e faço o possível para agradecer a todos pelo carinho. ^_^

Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)Where stories live. Discover now