Capítulo 44

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- Fofoqueira! - grito e alço voo, agora sou obrigada a desviar dos troncos e galhos que tentam me alcançar.

Saio da floresta com estilo e grito alto, "isso é libertador!".

"Seria legal conhecer o sul".

Decido ir para a morada dos gigantes, voo rapidamente para lá, sinto o vento esvoaçar o vestido e bater contra minhas asas. A sensação é mágica!

Vejo os seres alados ficando para trás e estou satisfeita com minha recém descoberta nova habilidade. Estou sorrindo.

Voo livremente para o sul e depois que já me encontro voando por algum tempo, avisto ao longe uma briga de gigantes. É incrível.

A terra sobe e várias vezes é lançada a metros do chão. O lugar tem imensas árvores e animais, me sinto como uma pequena borboleta.

Voo silenciosamente e pouso em um tronco, ele é tão grosso que poderia construir uma casa aqui.

Observo a briga e sinto uma leve vibração atingir a árvore, sento cruzando as pernas e observo como é impressionante ver os movimentos de fúria.

Um deles derruba o outro e começa a socar o rosto do pobre gigante, ouço um grito horripilante e meu coração acelera. A cena que presencio é cabulosa.

O gigante que está ganhando tem a cabeça arrancada pelo que estava apanhando, sangue jorra do corpo sem cabeça e vejo o chão em volta ficar vermelho. Uma grande poça vermelha.

Sinto uma estranha sensação de satisfação e acabo me espantando comigo mesma por achar a cena satisfatória. "O que está acontecendo comigo?"

Balanço a cabeça em reprovação e resolvo me deitar no tronco da árvore, recosto a cabeça no tronco e acabo cochilando.

***

Acordo me espreguiçando, sento no tronco da árvore e fecho os olhos, inspiro o ar e sinto uma sensação de paz.

O céu aqui no sul é mais claro, creio que seja por conta da distância do castelo.

"Minha nossa o castelo!"

Salto da árvore e alço voo, estou voando rápido demais e sinto a adrenalina correr em minhas veias.

Se eu pudesse ficar voando em tempo integral... Voo durante algum tempo e já estou vendo o começo da trilha de pérolas negras.

É inacreditável o quanto é rápido chegar nos lugares, é como se eu fosse um projétil de uma arma muito bem calibrada e profissional.

Para chegar no castelo eu levaria dias, mas voando levo somente algumas horas. Decido descer e caminhar um pouco pela trilha de pérolas negras.

Passo pelas criaturas, elas parecem não me conhecer, ou seja, Faruk e nem ninguém saiu descrevendo minha fisionomia.

Caminho tranquilamente entre as criaturas, elas estão sempre trabalhando, cultivando ou carregando algum mantimento.

Só então me lembro que elas foram escravizadas quando Faruk assumiu a coroa, é muito triste imaginar que já fazem anos sofrendo.

Suspiro.

Olho para frente e vejo um ser alado apontar para mim. Reviro os olhos. Bato as asas e começo a voar apressada.

'Por que saiu sem avisar Ada!"

A voz que atravessa meus pensamentos é de Faruk, ele parece bravo. "Vou jogar algumas verdades na cara daquele imbecil!"

Começo a voar mais alto e mais rápida, quando vejo que os seres alados estão distantes, começo a planar.

Alguns minutos se passa e consigo avistar o castelo, acelero. Quando estou muito próxima do castelo vejo inúmeras fadas horripilantes voarem em volta do castelo.

Resolvo pousar e entrar pelo portão da frente. Desço com cuidado e pouso a poucos metros do portão, vejo Faruk pousar na minha frente e cruzar os braços, ele está sério.

Suas roupas estão em frangalhos, seu blazer está todo rasgado e revela todo o seu peitoral e a listra negra que desce em linha reta. Engulo seco. A calça esta rasgada na altura da cocha na perna esquerda e todo o conjunto está sujo e melado de sangue seco!

"Ele deve se manter bem ocupado!" É a segunda vez que vejo ele neste estado.

- Poderia ter avisado que sairia para passear... - ele diz secamente.

- Não te devo satisfação do que eu faço ou deixo de fazer ... - respondo no mesmo tom.
Ele ri sadicamente. "Não estou gostando disso!"

- Deixe-me explicar algumas coisas para você meu amor... - ele abre as mãos e mostra para mim. - este sou eu... - ele mantém a mão aberta - e está é você - ele fecha a outra mão - e essa é a nossa relação - ele cobre a mão fechada com a que está aberta.

"Que relação? Ficou louco!"

- Me poupe Faruk! Não temos nenhuma relação! Imbecil! - começo a caminhar para o portão e passo por ele como vento.

Sinto seus longos dedos me puxar pela cintura, minhas asas ficam abertas, uma para um lado e outra para o outro. Fico tão surpresa com a ação dele que acho que estou em uma montanha russa.

- Oras meu bebê, não é o que as pessoas do reino estão pensando... - "esse vagabundo, cretino não está dizendo o que estou ouvindo não né?!"

- Ora seu... - ele aperta meu abdômen, fazendo eu colar em seu corpo. Minha respiração fica irregular.

- Ada... - ele repreende - se eu fosse você parava de se comportar como uma criança rebelde. - sua voz é sussurrada em meu ouvido, sinto um arrepio percorrer meu corpo.

- Seu idiota! Quem você pensa que é? - vejo que algumas criaturas passam e sorriem como se gostassem de ver Faruk e eu tão próximos.

"Aí que ódio!"

- Apenas o seu guardião! - ele mordisca minha orelha e acabo fechando os olhos, sinto uma sensação estranha e não gosto desse sentimento.

- Me larga - minha voz sai falhada.

Ele me solta e caminha para minha frente, de repente o sol surge do nada! "Ele está de bom humor, era só o que faltava!"

Seus olhos estão violetas.

- Eu não vou te proibir de sair... Apenas - ele aperta o maxilar - avise! - seu tom de voz está mais rouco do que de costume.

- Me deixa em paz! Para de achar que é meu dono, para de achar que pode mandar em mim, chega de ameaças, pare de ameaçar meus amigos e transformar minha vida nesse inferno! - digo impulsivamente.

Ele me encara por um momento e alça voo de repente.

'Me avise OK?!'

Sua voz invade meus pensamentos e isso me irrita.

Caminho bufando para o portão e encontro Alicia me encarando com o olhar carregado de ódio.

Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)Where stories live. Discover now