Capítulo 28

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Acordo sentindo meu mundo rodar.

"Alicia!"

Meus olhos se enchem de lágrimas, mas não vou permitir que nenhuma role. Então a assassina de mamãe é Alicia. Meu sangue ferve nas veias.

- Ada você está bem? - acordo com Rocca olhando tristemente para mim. Assinto.

Sento-me tentando me acalmar e resolvo voltar para o castelo. Vou me vingar dela! Não vou permitir que ela viva! Sinto o ódio crescer dentro do meu peito. Faruk não me contou por que se senti culpado e quis defender a irmã, mas não vou permitir que ela saia livre disso tudo.

Além dela tirar a vida da minha mãe eu passei a odiar Faruk com todas as minhas forças por causa dela!

- Maldita! - grito alto para que todos possam ouvir.

Rocca e dona coruja me olham surpresos e sinto que algo está diferente em mim, passo a mão sobre minhas orelhas e sinto elas pontiagudas. Estou horrorizada. Olho para Rocca e dona coruja e quem fala é dona Coruja.

- A cada sentimento forte que você sente uma mudança acontece e você fica cada vez mais parecida com um ser alado.

Finalmente entendo as mudanças que ando tendo. Recolho uma fruta do bolso dá capa, é a última, e como calmamente. "Vou me vingar de Alicia!"

Em pensar que por muito tempo achei que Faruk era o assassino de mamãe. Em pensar que a primeira vez que vi ele senti ódio e ao mesmo tempo uma atração que neguei e negarei por muito tempo pois não consigo arrancar o ódio do meu coração.

Sinto como se tudo que eu sei estivesse se desfazendo em mentiras. Sinto minhas convicções abaladas. Sinto uma súbita vontade de acordar desse pesadelo e nada disso estar acontecendo, mas é verdade, sei que estou aprisionada ao meu destino e quero esquecer que seja possível eu ser a futura guardiã de algo! Mas é impossível!

- Rocca me leve de volta para o vilarejo! Eu sei o caminho a partir de lá! Preciso voltar para o castelo agora! - vejo ele se espantar e olhar para dona Coruja.

- Não Ada, esqueça essa ideia maluca e vamos embora!

- Não vou esquecer nada! Quero voltar imediatamente! E vocês dois vão na frente, alcanço vocês assim que terminar de resolver um assunto! - eles se olham e depois olham para mim. - Estou falando sério, estou falando como guardiã de vocês.

- Ada...

- Agora Rocca! Não diga mais nenhuma palavra dona coruja! - me coloco de pé e saio do esconderijo, Rocca logo me acompanha.

- Dona coruja esta preocupada com você Ada!

- Me ajude a chegar ao vilarejo e saiam daqui! Eu vou estar logo atrás de vocês, quero que encontre Uga! Me prometa que irá atrás de Uga.

- Irei... - sua voz sai fraca.

- Não olhem para trás jamais, mesmo que eu demore chegar. Nunca parem por nada... - Minha voz sai embargada, estou indiretamente me despedindo de Rocca e dona coruja.

- Prometa voltar Ada, prometa nos encontrar?

- Não vou prometer, mas vou me esforçar para voltar viva!

Caminhamos por pouco tempo e já estou no início das ruas de pedra. Me abaixo e abraço Rocca por um longo período. Sinto um nó na garganta, mas é necessário que eu acabe com o sofrimento de Pearl e vingue a morte de mamãe.

Solto Rocca relutantemente e caminho pelas ruas de pedra. Cubro meu rosto e passo despercebida pelas pessoas, no céu já estão voando fadas, o que me leva a concluir que Faruk já chegou e já sabe que estou em Pearl.

E meus pensamentos são justamente interrompidos pela voz calorosa e inconfundível de Faruk.

'Minha doce Ada! Sei que pode me ouvir! Achei que estivesse morta meu amor! O que eu vou fazer com você quando te encontrar em?'

Sinto uma onda de êxtase percorrer meu corpo, mas procuro afastar essas sensações estranhas e focar no meu objetivo! Matar Faruk e salvar Pearl, matar Alicia e vingar a morte de mamãe e encontrar um substituto para guardar o mundo de Pearl.

Sigo pelos mesmos caminhos de ontem a noite, mas estou preocupada em como passar na passarela de pedras. Com certeza lá vai estar cercado.

Chego a passarela de pedras e estava certa, a passarela está completamente fechada de fadas, mas uma coisa eu tenho certeza, Faruk deve pensar que estou voltando para casa e deve estar acompanhando o batalhão pelo outro lado.

Então essas fadas estão só por precaução. Certifico de que meu cabelo está bem escondido em baixo do capuz e puxo uma camponesa mal vestida para um beco.

- Quer fazer uma troca? - ela me olha confusa.

- Troca?

- Sim! Eu te dou este vestido maravilhoso e você me dá o seu! - vejo seus olhos brilharem.

- Claro milady! - ela sorri animada.

Nos trocamos ali mesmo e eu passo a minha capa para ela.

- Me Prometa que não vai tirar essa capa enquanto tiver usando esse vestido.

- Prometo - ela diz se admirando.

- vou querer sua toca e seu manto.

- Pode ficar - ela está olhando para mim, para meus cabelos.

- Você é uma criatura mágica não é? - não sei bem o que sou, na verdade.

- Sim! - sorrio. - Bem... adeus, caso alguém pergunte onde arrumou esse vestido você dirá que uma moça que seguia para a floresta verde que te deu.- ela assenti.

- Mas por quê?

- Algumas fadas ou até mesmo Faruk pode vir atrás de você, sabe o que fazer não é? - seu olhar transparece medo.

- Não quero mentir para Faruk, ele mandaria cortar minha cabeça.

- Não se preocupe, se disser isso ficará segura! - "Mentira! Eu não sei se está segura!". Ela assente.

Amarro a toca em torno dos meus cabelos e coloco o manto. Me despeço rapidamente e sigo para a passarela de pedras.

Meu coração está quase voando do peito. Sinto cada batida. Passo pelas fadas facilmente e tenho a certeza de que elas procuram por mim em roupas de luxo. Me sinto vitoriosa, consegui!

Desde que cheguei os planos não tem corrido como planejado, mas também não tem dado errado minhas ideias malucas. Caminho a passos largos para o cemitério de flores.

Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)Where stories live. Discover now