Capítulo 25

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Ao final da ponte tem uma trilha de pedras preciosas, várias pedras de várias cores e de vários tamanhos.

"Com certeza os governadores de todo o mundo pagariam a fortuna por esse lugar".

Uso o capuz para cobrir mais meu cabelo é parte do meu rosto, sinto neste momento a presença de várias fadas no céu. Elas parecem vigiar o castelo.

- Uga? - ele se vira e me encara.- como vamos passar por tantas fadas sem ser percebidos? Meus cabelos estão um pouco chamativos demais, não acha? - ele me olha e coloca o dedo na frente da boca fazendo um gesto. "Shiu".

Caminho atrás dele sem dizer uma palavra, na verdade acho que ele não entende quem eu sou! Se eu for pega já era. Ele caminha para o lado da trilha e pede que eu abaixe. Sussurra em meu ouvido.

- Terá que seguir sozinha de agora em diante! Se eu for com você eles te prenderam. - "ele está me deixando?".

- Não Uga! Você tem que vim comigo! Não pode me deixar! Você me serve!

- Não posso servir você se estiver morta. - ele me olha com cara de poucos amigos e sinto meu coração ficar pequenininho.

- Não Uga! Não posso te deixar, e se eles te raptarem? - Uga coloca a mão em minha boca.

- Você é forte! Vai conseguir! Uga acredita em você! - vou ficar te esperando na trilha de pérolas negras, vou voltar para cuidar do meu pomar. Faruk não deve ter chegado ainda, pois pegamos um atalho. Faça o possível para libertar o povo de Pearl e serei eternamente agradecido. Espero seu retorno para nós irmos para seu país, e assim estarei livre! - sinto lágrimas em meus olhos e dou um abraço apertado nele.

- Obrigada duende Uga! Você foi maravilhoso me ajudando. - solto ele e ele me reverência.

- Acredito em você - ele diz essas palavras e se vira em direção a ponte. Por algum motivo desconhecido quero que tudo a minha volta desapareça e só fique meus amigos. Sinto uma dor aguda em meu peito e sei que e por causa que estou sozinha novamente.

Está correndo um vento gélido e as nuvens no céu estão extremamente escuras. Caminho até a portaria onde tem uma fada guardando o imenso portão de... "ouro?". Estou boquiaberta. Completamente incrédula, o portão do castelo é de ouro!

Tomo fôlego "se Faruk não chegou, então elas não sabem sobre mim!" Você consegue Ada!

Me aproximo da fada que me olha com desprezo!

- Com licença - limpo a garganta - sou Ana! Vejo em nome de minha família para participar do baile que Faruk vai dar! - a fada me encara por um tempo que para mim é como a eternidade. Meu coração falta pouco pular pela boca, mas em momento algum deixo transparecer meu medo.

Após longos segundos de agonia a fada abre espaço para minha passagem. Passo sem olhar para ela e me encontro no interior dos muros.

Sinto meu coração palpitar e quase grito de alegria. Consegui. Começo a correr para a porta do castelo e estou admirada, apesar do local estar velho e desgastado é incrivelmente perfeito. As portas do castelo são de madeira. Vejo um homem parado a porta, ele possuí asas como as de Faruk, só que seus cabelos e suas asas são brancas. Ele transmiti paz atravéz do olhar.

Me aproximo e faço como fiz com a fada.

- Olá! Sou representante da minha família e vim para o baile. - ele me olha com serenidade. E dá um assobio.

Um ser alado como ele pousa do meu lado, ele tem cabelos e asas verdes.

- Acompanhe essa dama aos seus aposentos. - o ser alado do meu lado assenti e abre as portas de madeira, dou de cara com um imenso salão. Sinto meus olhos brilharem. Ele é lindo. Possui seres alados em todos os vidros e duas imensas poltronas, uma preta e outra vermelha.

Sigo o ser alado e ele me leva para um corredor largo e luxuoso. Ele aponta uma porta e abre a porta.

- Fique a vontade milady! - ele me reverência e sai.

Entro às pressas no cômodo e fecho a porta "tenho que ser rápida, Faruk não deve estar tão longe!". Encontro uma banheira cheia de água em cima de uma pequena escadaria, dispo-me e entro na banheira, sinto cada célula do meu corpo agradecer pelo banho.

Fecho meus olhos e uma alegria genuína invade meu coração em semanas. Sinto lágrimas brotarem no meu rosto e um soluço irrompe o silêncio do quarto. Tomo um banho demorado e encontro um vestido vermelho como sangue, pego ele é visto-me. Coloco minha capa sobre ele para disfarçar e escondo os cabelos que infelizmente insistem em brilhar fortemente.

Saio do quarto e caminho pelo corredor. "Preciso encontrar o calabouço!".

Me aproximo de um ser alado que segur a uma lança.

- Gostaria de saber como faço para chegar ao calabouço. - afirmo. O ser alado de asas cinza me encara e aperta os olhos.

- Não tenho permissão para passar essa informação a ninguém. - ele diz com rispidez. Engulo seco.

- Preciso ver um prisioneiro, o nome dele é Rocca! - ele me olha espantado. E em seguida sussurra como se fosse um pecado dizer em voz alta.

- Ada! - "Vou infartar! Vou infartar!" Pisco várias vezes e não sei o que dizer. "Pense Ada! Pense!"

- Não conheço essa pessoa, meu nome é Ana! - ele gargalha.

- Faruk já chegou no castelo não é? Você é belicíma. - ele me reverência.

- Posso ver ou não os prisioneiros?

- Claro majestade! - "Majestade?" - me acompanhe. Sigo seus passos e sou levada para uma imensa escada em espiral, conforme descemos sinto uma pontada no peito. "Esteja bem Rocca, aguente firme dona Coruja! O resgate chegou!"

Chegamos lá em baixo e ele me leva a uma porta que possui uma pedra negra como o da caixa de mamãe.

- Só você pode abrir a porta majestade! - ele sorri.

Passo o dedo sobre a pedra e vejo Rocca acorrentado de cabeça baixa no fundo da cela.

- Rocca! - corro em direção a ele e ele levanta a cabeça, ele me olha confuso e assustado.

- Saia daqui Ada! Fuja daqui! - ele me aconselha. Ignoro suas palavras. Viro-me para o ser alado com os olhos cobertos de fúria, sei que eles devem estar vermelhos, Uga disse que eles representam os sentimentos que temos. Meu cabelo está faiscando de tanto brilho, sua cor é tão forte que a cela inteira está vermelha.

- Abra essas correntes agora! - exijo em voz alta.

Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)Where stories live. Discover now