Capítulo 10

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Papai já me transferiu de colégio. O colégio que estou é exótico, as pessoas são mais silenciosas do que estou acostumada. Alguns me encaram de forma estranha e tenho a impressão de que papai cometeu um grande erro me colocando estudar aqui.

Ainda não esqueci a fisionomia da moça da floresta. Seus olhos de cores diferentes, seus cabelos azuis.

Chego no colégio bem antes do horário de aula e estou caminhando pelo corredor quando vejo a moça de cabelos azuis passar do meu lado, tropeço nos meus próprios pés e estou prestes a cair quando um braço atravessa minha cintura, sinto quando sou puxada para cima e girada para a direção do meu salvador.

Estou impressionada e assustada, ele se parece demais com o moço que habita meus sonhos. Seus cabelos batem nos ombros, seus olhos e seus cabelos são negros como a noite e seu olhar carrega um mistério indescritível. Seu maxilar é marcado e seu sorriso é hipnotizante. É impossível não se encantar com ele.

- Está tudo bem Senhorita? - "Ó não! Não! Não! Não! Essa voz!" Reaja Ada! Resolvo fingir que não reconheço a voz, e estou espantada que Severo tenha essa aparência, ele é mais novo do que imaginei! Talvez vinte e um?

- Sim - dou um riso nervoso e me afasto dele. Lembro de mamãe e logo o ódio corrói meu sistema nervoso. Ele sorri descaradamente e se aproxima do meu ouvido.

- Demorei te achar Ada! - congelo. Ele disse meu nome! Ele nem mesmo disfarçou saber quem eu sou! O que faço agora? "Corre Ada!". Ele se afasta e fecha o semblante. - Sua mãe soube como te esconder de mim! Estou impressionado com a audácia de Khalifa! - seus olhos estão sombrios e seu tom é extremamente frio. Não consigo me mover. Ele é exatamente como em meu sonho só que sem asas e assustador. Seu corpo é esguio e ele está de Smoking! "No colégio?".

- Severo... - minha voz sai carregada de ódio. Ele solta uma gargalhada e todos olham para nós, ele para de rir e me encara, não consigo me desvencilhar do seu olhar, todos voltam ao normal.

- Faruk minha amada! Meu nome é Faruk Ada! - sua voz é sádica.

- Não vou pronunciar seu nome!

- Você vai Ada! Você vai...- Ele me olha e sai.

"Tenho que sair desse colégio imediatamente! Não posso ficar aqui!" E nem consegui perguntar sobre Rocca e dona Coruja...

Estou atordoada, não consigo me mover. Meu coração está acelerado e não estou assimilando as coisas. Um cara de seiscentos anos é ridiculamente lindo! Novo! Aterrorizante! Mal! Ameaçador!

Os estudantes estão passando e trombando em mim e eu não consigo me mover. Não consigo dar um passo. Meu peito dói e sinto lágrimas rolarem pelo meu rosto. Uma mão está me puxando e não sei quem é! Pois estou em choque! Minha mente não está no presente está paralisada no rosto de Severo.

***

- Reage Ada! - alguém balança meus ombros violentamente. Pisco várias vezes e me forço a olhar. Vejo a menina de cabelos azuis com o olhar preocupado. Ela sorri quando vê que sai do transe.

- Você...

- Sim, euzinha em pessoa! - ela rodopia e volta a me olhar - Gostaria de pedir perdão pelo modo que Faruk te tratou, não é de seu feitio ser educado. Principalmente no último século. - ela revira os olhos - como se sente? - "mal! Me sinto muito mal!"

- Bem - dou um sorriso forçado.

Ela me retira do banheiro e só então me dou conta que estava no banheiro.

- Ótimo! Não se meta em confusões e não se aproxime de Faruk, ele não cultiva bons sentimentos por você, criança! - ela se afasta e fico novamente sozinha e desamparada. Preciso encontrar Rocca e dona Coruja!

Caminho atordoada até minha nova sala e me sento ao fundo. Procuro não chamar muito a atenção das pessoas.

A professora não me ignora, ao contrário ela me apresenta para todos os alunos.
Estou me sentindo acuada e sem saída, meus movimentos são levantar e sentar. Não digo uma palavra.

Após o término das aulas estou me sentindo amedrontada, não sei se quero cruzar com Severo, arrumo os meus materiais calmamente e espero toda saírem da sala, aguardo mais um pouco e quando tenho praticamente certeza que a escola está completamente vazia, me dirijo para a porta. Saio e viro para a saída e caminho silenciosamente.

- Achei que não daria o ar de sua graça por esses corredores Ada! - "Não é possível". Viro para olhar para trás e vejo Severo sorrir provocante.

- Por que não me deixa em paz seu assassino! - minhas mãos estão trêmulas.

- Por que deveria? Se pertence a mim desde pequena! Ó, ela parece aborrecida, não fique assim pequena Ada! - minhas mãos estão formigando, e sem pestanejar levanto a mão para bater nele, porém seus longos dedos seguram meu braço e ele me puxa para perto de si, meu coração está acelerado e meu sangue corre mais depressa nas veias. - Ó minha criança, te procurei por toda a parte Ada! - Sua outra mão caminha do meu rosto para a minha nuca, seu olhar se torna sombrio novamente - não fuja mais de mim pequena Ada. - sua voz rouca repousa em meus ouvidos e fecho os olhos novamente! Mas dessa vez estou tentando evitar olhar para ele, evitando me concentrar em sua voz, sinto sua respiração em meu ouvido, sei que seus lábios estão próximos de minha orelha - Diga meu nome Ada! Diga meu nome e você se sentirá liberta, estou aqui minha amada! Já podes dizer meu nome! Deixe-me gravar sua voz! - suas súplicas soam autoritárias.

Lembro de mamãe e o empurro.

- Não! Não vai ouvir eu dizer seu nome! Para mim você se chama Severo! - ele ri amargamente.

- Criança tola! Estúpida! Desprezível! Você se arrependerá por cada dia que me fez esperar, você dirá meu nome apaixonadamente e transformarei sua insolência em tristeza! - vejo seu corpo desaparecer como névoa em minha frente. Ele se foi.

Começo a correr desesperadamente e saio para fora, meu coração está acelerado e estou assustada. Vejo o carro de papai e entro nele.

Papai me olha confuso.

- Querida está tudo bem!

- O senhor tem que me tirar desse colégio imediatamente!

(Finalmente conheceram Faruk em!) Ufaaa!

Obrigado por lerem meus amores! ^_^

Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)Where stories live. Discover now