Capítulo 31

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Eu: se está tão boa por que você fez careta?- perguntei desconfiada.

Felipe: o trato era eu comer, não tinha nada dizendo que eu não podia fazer careta- boa resposta.

Eu: você é bem espertinho né?- arqueei uma sombrancelha.

Felipe: sou, mas agora come- levantou uma colher farta.

Eu: não Felipe- balancei a cabeça negativamente.

Doutor: algum problema?- entrou no quarto.

Felipe: sim, essa mocinha se recusa a comer- apontou para mim.

Doutor: Manuela, você está fraca, precisa comer- falou severo. Ué.

Eu: traga outra coisa que eu como, mas essa sopa não- fiz birra.

Felipe: um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomoda muito mais, três elefantes incomoda muita gente, quatro elefantes incomoda, incomoda, incomoda, incomoda muito mais...- cantarolou.

Eu: TÁ BOM, EU COMO, SÓ PARA DE CANTAR- ele deu um sorriso vitorioso.

...

Eu: é sério Felipe, você ficou o dia inteiro aqui, pode ir para casa- insistir.

Felipe: não, eu só vou quando você receber alta- falou decidido.

Eu: mas e o morro?- falei um pouco mais baixo- você passou o dia todo ausente.

Felipe: já disse que o Brunin está lá- revirou os olhos.

Eu: mas não é mesma coisa- insisto mais uma vez.

Felipe: sub comodante serve para isso- falou calmo.

Era até fofo ver o Felipe todo preocupado comigo, só saímos uma vez e ele está aqui comigo no hospital, mesmo depois de eu ter lhe xingado de todos os nomes possíveis, ter lhe chamado de marginal e ter batido na ficante dele, mas mesmo assim ele está aqui comigo, o que me faz ficar com vergonha depois de tudo que eu falei para ele.

Felipe: terra chamando Manuela- estalou os dedos na minha cara.

Eu: ah, oi- falei acordando do meu transe.

Felipe: tu estava em que mundo?- perguntou curioso.

Eu: desculpa- abaixei meu olhar.

Felipe: pelo o que?- franziu o cenho.

Eu: por tudo que eu te falei, eu fui uma idiota, quer dizer, você também foi- falei pensativa.

Felipe: calma, não precisa se desculpar, é passado- encolheu os ombros.

Eu: mas se pensar bem eu não tenho culpa de nada, você que veio me agarrando naquele baile- me defendi.

Felipe: mas se eu não tivesse te agarrado a gente não teria se conhecido- contrapôs.

Eu: mas de qualquer jeito a Geovana estava com o Bruno, uma hora ou outra a gente ia se conhecer.

Felipe: eu vi você lá, era bonita, achei que não teria problema- falou simples.

Eu: e o que te levou a pensar que eu ia querer ficar com você?- arqueei uma sombrancelha.

Felipe: sabe, eu não sou de se jogar fora- se gabou.

Eu: menos Felipe, bem menos, você é bonito mas não é único.

Felipe: então admitiu que eu sou bonito- falou convencido.

Eu: affs, você entende tudo errado- bufei impaciente.

Felipe: tudo bem, não vamos discutir, todos nós sabemos que eu sou bonito.

A Patricinha e o Dono Do Morro Onde as histórias ganham vida. Descobre agora