Capítulo 06

14.9K 610 175
                                    

Me acordo com o despertador quase explodindo meus tímpanos, são 09:00 horas, sim, eu me acordei cedo, Deus existi irmãos, mas eu tenho que dá uma geral nessa casa e separar umas coisas para doar como roupas e comidas, sabe, eu tenho tantas coisas que já nem uso mais, e tenho várias bonecas de quando eu era menor, para quê eu vou querer isso? Tem gente que precisa mais do que eu, me levanto, vou no banheiro, faço minha higiene matinal, tomo um banho,  coloco um short jeans escuro, uma regata amarela com uma borboleta na frente, faço um coque no cabelo e vou na cozinha.

Abro a geladeira e pego uma fatia da torta de dona Maria, suco e manteiga, pego pão em cima da geladeira e me sento na bancada, como tudo, e estou pronta para o trabalho. Vou no meu quarto e pego algumas caixas, volto para a cozinha e encho de alimento,  depois de todas as caixas cheias deixo no canto da cozinha e vou no quarto,  pego sacos grandes e começo a colocar as roupas que eu não uso, que no caso são muitas, depois dos sacos cheios eu pego outras caixas e encho de brinquedos, agora eu só preciso de ajuda para colocar no carro.

...

Matilde: Manu, que bom te ver - falou a organizadora do centro.

Eu: trouxe algumas coisas, roupas, comidas e brinquedos- falei apontando para o porta-malas.

O CPD abriga desabrigados, pessoas que perderam suas casas por algum motivo, e eles vivem de doações, aqui tem crianças, adultos, idosos, todos os tipos de pessoas.

Matilde: você é um anjo Manu, quer ir entregar os brinquedos para as crianças?- perguntou sorrindo.

Eu: sim- sorri animada.

Matilde: Jorge, leve as coisas lá para dentro- ordenou.

Entramos no centro e logo eu me deparo com várias pessoas, tem crianças correndo por todos os lados, uns bebês chorando, e algumas pessoas cozinhando em fogões que também foram doados.

Matilde: CRIANÇAS, VENHAM AQUI,  TENHO UMA SURPRESA PARA VOCÊS-  gritou fazendo todas as crianças olharem em minha direção e virem correndo- a tia Manu quer mostrar umas coisas para vocês- eles me olharam com expectativa.

Eu: vamos se sentar- nos sentamos no chão- eu trouxe vários brinquedos para vocês.

Todos: obaaaaa- eles gritaram animados.

Eu: tá, vamos dividir né- eles assentiram.

Peguei a caixa e abri, as crianças ficaram tão felizes que pareciam que tinham ganhado ouro, me afastei deles e fui falar com uma mulher que estava meio cabisbaixa.

Eu: olá- me sentei do seu lado.

Xxx: oi- olhou cabisbaixa para mim.

Eu: tudo bem?

Xxx: na medida do possível- abriu um sorriso pequeno.

Eu: não é o que parece, pode se abrir comigo- tentei passar segurança para ela.

Xxx: sabe, está tudo tão difícil, eu tenho quatro crianças para criar, mas eu não tenho nem um teto para morar embaixo, eu sei que já moro aqui mas eu quero ter uma casa para chamar de minha, quero poder ter dinheiro para comprar alguma coisa quando meus filhos pedem- colocou a mão no rosto suspirando pesando.

Eu: você tem fé?- assentiu- tudo vai mudar, nada é para sempre, nenhum sofrimento é eterno, eu tento ajudar da minha maneira doando algumas coisas, mas eu sei que não é o suficiente, eu queria muito poder te dá a chave de uma casa agora na tua mão, mas eu não posso, a única coisa que posso te oferecer são as minhas palavras.

Xxx: o pouco que você faz já é muito para Deus, ele ver que você faz de coração, e só de chegar perto de você eu já sinto uma energia boa, você é uma garota muito boa e gentil- sorriu para mim.

A Patricinha e o Dono Do Morro Onde as histórias ganham vida. Descobre agora