Capítulo 04

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Me acordo com meu despertador tocando, me levanto, vou no banheiro, faço minha higiene matinal, tomo um banho, saio e coloco look na multimídia, faço um rabo de cavalo, e uma maquiagem simples.

Vou na cozinha, pego torradas, geleia, suco, pão, queijo e começo a comer, termino, jogo as coisas suja dentro da pia, vou no quarto, pego minha mochila, jogo tudo dentro dela e saio do meu apartamento, entro no elevador e vejo uma senhora.

Eu: bom dia- cumprimentei por educação.

Xxx: boa tarde né- falou sorrindo.

Eu: que horas são?- perguntei confusa.

Xxx: 12:02- falou simpática.

Eu: aí meu Deus, já?- falei espantada.

Xxx: sim.

Eu: e eu achando que ia chegar adiantada na universidade- bufei me encostando na parede fria do elevador.

Xxx: você faz o que?- perguntou curiosa.

Eu: administração- dei de ombros.

Xxx: meu neto também faz, mas ele é do Sul- falou orgulhosa.

Eu: ele já está em que ano?- perguntei realmente interessada olhando para ela.

Xxx: ah, ele já está no último ano.

Eu: eu ainda estou no primeiro, vai demorar um pouco, nós seres humanos somos escravos, estudamos metade da nossa vida e trabalhamos na outra metade, e quando nos aposentamos já estamos cheios de doenças, aí não podemos mais curtir a vida- sim, eu sou estranha e fico desabafando sobre o mundo com outros estranhos.

Xxx: eu me arrependo de não ter estudado tanto, se vivo bem hoje é por causa da pensão do meu falecido marido - seu olhar se torna triste.

Eu: meus pêsames- falei sem saber como agir. Nunca sei o que fazer nessas situações.

Xxx: tudo bem, já faz alguns anos,  quando tiver tempo vá no meu apartamento, meu nome é Maria, é o apartamento 1200- sorriu serenamente.

Eu: OK, meu nome é Manuela, mas pode me chamar de Manu- sorrir largamente para ela.

Maria: foi um prazer conhecê-la Manu, vá hoje ao anoitecer na minha casa, sei que seu dia será cheio- ela tem aquele sorriso acolhedor que as maiorias das vós tem. Uma fofa.

Eu: passarei sim, agora tenho que ir, tchau dona Maria- ajeitei minha bolsa.

Maria: tchau Manu- sorriu mais uma vez fazendo meu coração amolecer.

Saio do elevador e Dona Maria também, mas seguimos direções diferentes, entro no meu carro e vou em direção a faculdade.

Chego lá um pouco mais atrasada porque o trânsito resolveu não ajudar,  estaciono o carro, logo as pessoas vem me bajular, sem muita paciência dou um sorriso sem mostrar os dentes e vou em direção a minha sala.

...

As aulas haviam acabado, estava indo em direção ao meu carro até ver uns caras espancando um garoto, sem pensar duas vezes vou na direção deles.

Eu: não é muito covardia todos vocês contra um cara só não?- perguntei colocando a mão na cintura.

Eles pararam e me encararam, eram quatros, todos eu já conhecia. São uns babacas como podem ver.

Jay: Pô Manu, vai defender o nerd?- Jay, um garoto que eu não sei onde conheci mas me lembro dele perguntou incrédulo.

Eu: sim, o que ele fez de mal a vocês? Nada, é melhor vocês irem embora antes que eu chame a polícia- ameacei.

A Patricinha e o Dono Do Morro Onde as histórias ganham vida. Descobre agora