Cap 10 - "Starlight" Part 2

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Quando meu pai estacionou na frente da casa do Henry, ou melhor dizendo, mansão, meu coração já estava acelerado, eu sabia que ele estaria em casa, mas não sabia como começar aquela conversa, ou o que iria falar, isso sem contar o amargo, e a dor que ainda  estavam no meu peito.

Apertei a campainha, e a vontade de correr dali passou pela minha cabeça, mas eu não tinha para onde ir. Eu tinha escolhido ficar com ele, e respeitar a decisão dele, então eu tinha que enfrentar isso de uma vez. Enfrentar a minha decisão.

- Janel? – falou Henry surpreso.

- Posso entrar? – falei.

- Claro.

Entrei, e Jadzia e Kondrat vieram me abraçar, eles sempre faziam isso.

- Mas é uma pena. – falou o pai do Henry.

- Pena? – falei.

- É uma pena que não poderemos ficar muito tempo mais, eu sempre a encontro quando estou de saída.

- Eles estão indo viajar, vão para Augustow, meu pai conseguiu alugar uma casa lá, e eles vão passar alguns dias, e depois meu pai e Anninka viajam para Bielsko também. – falou Henry.

- Ah.  – falei.

- Bem, acredito que você vá ficar agora. – falou a mãe de Henry.

- Eu vou. - falou Henry.

- Bem, a Jule e o Milmon, irão cuidar da casa enquanto não voltamos, então entregue a chave para eles quando sair. Agora temos que ir, se não vamos nos atrasar para pegar o voo.  Se cuide querido, eu não vou me despedir de novo, porque não quero chorar mais.

- Eu sempre me cuido mãe.

- Eu sei disso, mas sou sua mãe, e sempre vou me preocupar com você.

- O.k. – Jadzia correu e abraçou Henry.

- Te amo seu chato, e se cuida.

- Também te amo sua nanica.

- Ei! – falou ela dando um tapa no braço dele. Kondrat abraçou Henry tímido.

- Se cuida irmão. – falou Kondrat.

- Eu vou, agora vê se para de pegar no pé da Jadzia. Você é irmão dela, mas não o dono.

- Eu sei, eu não tenho culpa se os meninos ficam em cima dela.

- Assim como as meninas ficam no seu, e ela não reclama. Veja se o menino em questão é uma boa pessoa, e se é de confiança, mas não assuste todos os meninos. A Jadzia quer se casar um dia, e desse jeito ela não vai conseguir. Se comporte!

- Eu sei, vou me comportar.

- Janel. – falou Anninka.

- Sim?

- Se cuide certo? E não fique estudando o dia todo, vai fazer alguma coisa, tem muita coisa legal para se fazer na vida, e se você só estudar não ira conseguir aproveitar isso.

- Vou tentar.

- Nos vemos em  Bielsko-biala idiota! – falou Anninka para Henry.

- Até lá imbecil!

Me despedi de todo mundo, e depois Henry, e todos foram embora.

Eu e Henry nos sentamos no sofá, então ele olhou para mim.

- Janel...

- Eu decidi que devo respeitar a sua decisão, respeitar o seu trabalho. Então, vim para te dizer que vou esperar você voltar.

- Vai?

- Vou. – Henry respirou fundo e veio até mim.

Ele me beijou, puxei Henry para mais perto, meu coração doía, mas a vontade de ficar próxima dele era maior, mil vezes mais.

A mão dele na minha nuca, fez com que eu me arrepiasse assim como todas as vezes que ele me tocou. Toda dor foi indo embora, e sendo substituída pela urgência, que eu estava dele.

Todo lugar em que ele tocava estavam queimando, cada parte do meu corpo queimava. Queimava por Henry.

- Janel... – falou ele se afastando rápido.

- O que foi?

- Eu não posso, não agora, eu vou viajar amanhã, não é justo com você!

- Eu já deixei a justiça quando vim aqui Henry, você trabalha para o homem que eu mais odeio nesse mundo todo, e vou ficar longe de você por sete meses por causa disso. Se é assim que é para acontecer, eu não vejo momento melhor. Esse vai ser um motivo para você voltar para mim, e vai ser um motivo para eu não desistir de você. – falei o puxando de novo, e o beijando.

Henry se levantou.

- Onde você vai?

- Vem? – falou esticando seus braços para mim. Peguei sua mão.

Fomos para fora da casa, atravessamos o quintal, e foi então que entre tantas arvores, eu vi uma casa. Uma casa da arvore.

Meu coração estava acelerado, mais do que o normal, enquanto subíamos as escadas. 

A casa não era muito grande, mas muito bonita, com muitas almofadas coloridas e com colchões no chão. Num canto um mural de fotos, sorri ao ver a minha foto e de Henry ali. E no outro uma janela enorme que dava para o quintal e a casa.

Henry passou os dedos pelo meu braço, e eu me arrepiei.

- Eu não queria que as coisas fossem desse jeito, não assim. – falou Henry. Me virei para olhá-lo.

- Eu sei, eu também não, mas eu sinto que preciso disso de alguma forma Henry.

- Você disse que vai me esperar não é? Então porque não esperamos até quando eu voltar?

- Eu não quero implorar por isso Henry, por favor...

- Eu só estou te dando a chance de saber, que eu não quero fazer isso como prova de qualquer coisa, eu te amo Janel. – falou ele passando os dedos pela minha bochecha. – Mas não quero fazer isso só porque você esta com medo, de nunca mais ficarmos juntos.

- Henry...

- Certo, é o que você quer?

- Eu não sei, nesses últimos tempos eu adiei tanto isso, eu não me sentia preparada, mas não quero que você vá e passe sete meses fora, sem eu saber que tive chance e não ah agarrei. É um passo muito grande para mim, mas em cada minuto que eu passei ao seu lado, eu sempre soube que seria com você.

- Eu não quero me despedir de você Janel. Não quero que isso seja uma despedida, porque não é.

- Eu sei que não é. – falei colocando meus braços em volta dele. – Isso é apenas um até logo.

Falei e o beijei.

Fim do Trecho de "1989"

You Are In Love [Projeto 1989]Where stories live. Discover now