You Are In Love [Projeto 1989]

Cap 9 - "Never Grow Up"

Então aqui estou eu no meu novo apartamento

Em uma cidade grande, eles me largaram

É muito mais frio do que eu pensei que seria

Então eu escondo-me e ligo minha luz noturna

Eu queria nunca ter crescido

Eu queria nunca ter crescido

Never Grow Up – Taylor Swift

Trecho de "1989"

Pov. Janel Jancowski

Polônia, 1987 – 29 de Novembro. Domingo

- Isso só pode ser brincadeira. – falou meu pai. Sentado na sua cadeira de balanço. – O que esse homem tem na cabeça? Olha meu filho, eu sei que você trabalha para ele, já que não tem outra escolha, já que é do exército, mas esse homem é um crápula. As ruas já estão lotadas, imagine agora como vai ficar, eu não sei quanto tempo ele vai conseguir se manter no poder, mas duvido que seja por muito mais tempo.

- Senhor Jancowski, eu sei que é muito difícil ver o lado bom das coisas agora, mas tudo isso é tudo muito complicado, vocês não entendem, e eu não teria como explicar.

- Ah meu filho, você me perdoe, mas não existe lado bom nisso, de jeito nenhum.

- Como eu disse é complicado.

- O almoço esta na mesa. – falou minha mãe.

Nos sentamos a mesa, eu não estava com fome, aquela noticia tinha sido a gota da água, mas não queria falar sobre esse assunto com Henry, porque ele não entenderia.

...

- Ei, você esta calada hoje. Eu fiz alguma coisa?

- Se eu disser que não, estarei mentindo, mas se eu disser que sim, é como se eu te culpasse por algo que você não é exatamente o culpado.

- Como assim?

- Eu não queria falar sobre isso com você. O país. Porque nós não temos a mesma opinião a respeito, você trabalha para um dos homens que eu mais detesto na minha vida, e eu não posso te culpar por isso, não posso te culpar por trabalhar para ele, e nem posso pedir para você largar o emprego, porque sei que você agiria assim com qualquer outro, e qualquer outro governo, eu vejo o quanto você gosta do que faz. Então, sim, você fez alguma coisa, mas não é o culpado, entende?

- Quer saber, sabe do que você precisa?

- O que? Calda de caramelo? Infelizmente, não estou com fome ou vontade hoje.

- Não, você precisa de uma festa.

- Festa? Você esta louco Henry? O país esta em ruínas e você quer ir para uma festa?

- Eu tenho uns amigos.

- Henry, eu não quero conhecer os seus amigos do exército.

- Bem, você ficara surpresa em saber, que eles não são do exército. Eles estudam na faculdade Warsaw.

- Warsaw? Psicologia? Desde quando você tem amigos que fazem psicologia Henry?

- Desde pequeno, mas eu estava afastado deles, por causa do exército, mas encontrei um deles esses dias, e ele me chamou para uma festa, ele disse que tem festa toda semana no campus dele, eu disse que namorava e ele falou para eu levar você. Ele disse que hoje tem festa de novo, vamos? Eu falo que você vai dormir na minha casa.

Eu sabia do que ele estava falando, em 1987, ele quase não tinha parado na cidade, o fato dele ser do exercito, e em uma época em que o presidente Jaruzelski estava sendo atacado em todos os sentidos, nenhum lugar era realmente seguro, sendo assim, aquela eram as únicas semanas que eu estava o tendo por perto, lógico que o fato de eu estar na faculdade, também não ajudou muito, eu não tinha tempo de realmente sentir falta dele, nunca dava tempo para nada, só para estudar. Ele tinha conseguido quatro semanas de férias, e eu estava nas nuvens, porque assim, conseguia ter um tempo com ele, quando não estava estudando.

- O.k, quer saber? Vamos!

...

Passei aquela noite, olhando para o céu estrelado, e dançando com Henry. Eu não sabia que ele dançava a propósito.

Os amigos do Henry, eram o oposto dele, e é possível dizer que tinham coisas ilegais naquela festa, ficamos longe disso, mas foi engraçado ver todos eles daquele jeito.

O país estava em ruínas, mas eu dancei como nunca. Eu não conseguiria mudar nada sozinha, foi o que coloquei na minha cabeça naquele dia. Eu não conseguiria mudar nada.

Entramos sorrateiros na casa de Henry. Dormi no quarto de Anninka, que me mandou tomar banho logo quando eu cheguei, eu não rejeitei, eu estava cheirando a cigarro e outras coisas que eu prefiro não citar. Coloquei a roupa que eu tinha levado, e me deitei. Henry entrou no quarto depois de uns cinco minutos.

- O que você esta fazendo aqui Henry? – falou Anninka.

- Vim dormir com a minha namorada e com a minha irmã, porque, não posso?

- Você quer mesmo que eu responda?

- Ah irmãzinha do meu coração, não sou eu quem ronca aqui, é você, eu sou um anjo dormindo, vai, não reclama, além disso, faz muito tempo que a gente não dorme junto.

- Henry não tente me engabelar, eu não sou idiota, você esta querendo dormir aqui por causa da Janel, e não por causa de mim.

- Claro que não, é por causa das duas. Não é amor?

- Não me coloque no meio disso, o quarto é dela. Se ela aceitar, por mim tudo bem, se não, eu não vou falar nada a respeito.

- Vai Anni, por favor? – falou Henry, fazendo bico.

- Eu só vou deixar porque a sua namorada é muito legal, e porque ela jamais teria coragem de pedir uma coisa dessa, mesmo que ela queira isso também. Ela reconhece quem é que manda aqui, então, por ela você pode ficar, mas tem uma condição.

- Eu aceito qualquer coisa.

- Eu exijo silencio Henry, eu quero dormir.

- Silencio? Você terá silencio...

- Obrigado.

Henry se deitou ao meu lado.

- Gostaria de dizer que você é malvado. – falei.

- Eu? Malvado?

- Sim, você falou que a sua irmã ronca, isso é mentira.

- Eu acabei de conseguir um feito inédito, e você diz que eu sou malvado?

- Você só conseguiu esse feito inédito, porque eu ajudei.

- Você não falou nada.

- Eu não precisava Henry, eu apenas conheço sua irmã o suficiente para saber como o jogo funciona, quando se trata de Anninka.

- Esperta, muito esperta. – falou ele roçando o nariz no meu pescoço.

- Eu disse silencio! – falou Anninka.

- Desculpa. – falei.

- Boa noite Henry.

- Boa noite Janel, eu te amo!

- Eu te amo Henry.

- Boa noite chata! – falou Henry, para Anninka.

- Boa noite indigente! – eu dei risada.

Fim do Trecho de "1989"