Amor a toda luta!

28 ("Ser para ele quem ele quisesse que eu fosse!)!

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Com a mesma intensidade do momento em que o senti se aproximando de mim, e fazendo as coisas esquentarem, o sentido me apertar contra ele, nossas bocas se unirem... e suas mãos subirem minha camisa, ele se afastou!

Ele se afastou com um pulo, e como se recobrasse a consciência, me tirando de seu colo e levantando do tronco de árvore caído aonde estávamos sentados, ele parecia atordoado, confuso e com raiva, me perguntei se era de mim?, senti meu rosto ficar vermelho de vergonha, e todo meu receio veio à tona...

Ele se virou, ficando de costas para mim, levando suas duas mãos para a cabeça, como se tentasse entender o que havia acontecido, e como havia feito aquilo, o clima pesou instantaneamente, e aquele Victor misterioso que eu desconhecia e não fazia a mínima ideia do que pensava... voltará, me sentia alheio à ele agora, havia voltado a ser apenas mais um, sabendo que aquilo tudo havia o causado uma reação diferente da minha...
      As coisas haviam ido realmente muito mais além do que eu esperava, na verdade, tudo havia ido além, agora eu realmente tinha motivos para me sentir envergonhado, pois tinha começado tudo aquilo sem pensar, sem pensar em como seria depois de nos beijarmos!

Victor ainda estava de costas para mim, mas decidi que não poderia mais fugir daquilo, eu havia o beijado, e ele havia correspondido, mas eu o sentia relutante, e eu sabia o porque, porque ele gostava de mim, não como eu imaginava, eu lembrava seu irmão e já estava farto de saber disso, mas eu não havia dado a verdadeira atenção a isso, eu significava algo para ele, era importante, e eu não tinha notado o quão isso era importante a ele de uma forma diferente do que para mim...

      Não tinha notado a intensidade das coisas e fiz as coisas chegarem a aquele ponto, eu tinha confundido tudo... e agora, estragado suas melhores lembranças, não tinha sido justo, aquilo não havia sido o momento nem lugar certo para expor meus sentimentos, eu me aproveitei do momento, das lembranças de Victor, me enganei e fui ingênuo por pensar que Victor sentia o mesmo por mim! mesmo que ainda pudesse sentir que havia muitas coisas que eu ainda não sabia sobre nosso envolvimento!

Pela primeira vez senti pena de Victor, senti pena pois eu vi que mesmo com todo aquela masculinidade, músculos e imponência que jamais havia visto antes, ele tinha muito mais sentimentos tristes reprimidos dentro de si do que eu poderia imaginar, e eu apenas fiz essa dor crescer ainda mais!

    Não poderia o julgar por ser e agir como um homem amargurado, fechado em seu intelecto, se eu, a única pessoa que havia conseguido fazê-lo ser (mesmo que por pouco tempo) o velho Victor, havia o magoado, assim como todos ao seu arredor, seus pais, a trágica perda de Luís!

Ele havia se fechado para o mundo, para os sentimentos, e eu só havia piorado as coisas, sentia vontade de poder abraçá-lo e ser para ele quem ele quisesse que eu fosse, ele havia salvo a minha vida, mostrado que eu significava a ele mais do que sua própria vida quando a arriscou a sua para me salvar! Tinha sido forte por nos dois... tinha sido a minha base para que eu conseguisse continuar, ele havia sido tudo para mim!

Me levantei totalmente transtornado, me sentia mal por ter feito aquilo... Eu sabia que estarmos presos naquela mata havia lhe causado mais carência do que em mim, e eu me aproveitei inconscientemente disso sem levar em conta os resultados das minhas ações, eu sabia que por mais que ele fosse forte e estivesse protegendo a nos dois ao mesmo tempo, ele também estava  com medo, era impossível não se sentir amedrontado em meio aquele sequestro!

— Victor...? — minha voz transparecia todo meu medo eu não fazia a menor ideia do que falar, estava temente a sua resposta!

Ele voltou a se virar para mim, meu corpo tremia todo, não podia acreditar que havia o beijado, havia tido a audácia de fazer isso, ele era grande, forte e viril, perfeito em todas as suas formas, não conseguia o imaginar sendo Gay, como pude não notar isso antes? Ele não era pra mim...