34 pingos nos i's

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34 - pingos nos i's
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Os dias que se sucederam no hospital foram mais tranquilos, meus pais estavam dormindo no hospital para ficarem mais perto de mim, e a cada dia me sentia melhor, no dia seguinte após acordar eu pedi a uma das enfermeiras que me dessem um celular ou computador, eu estava desatualizado sobre tudo, eu queria saber qual havia sido a repercução de tudo que havia acontecido, queria ver o que estava acontecendo no mundo, mas a médica vetou, o que me deixou irritado, segundo ela eu deveria ir aos poucos descobrindo tudo o que havia acontecido na minha vida e ao meu arredor para não causar mais danos ao meu psicológico... com certeza aquela mulher não sabia o que eu havia passado...

Tudo bem, pensei, não havia mais nada que pudesse me surpreender... também não tinha tanta presa, o único motivo da minha ansiedade era Victor, e eu não queria tocar nesse assunto tão cedo com meus pais, não queria que eles desconfiassem de algo, se já não desconfiavam... a verdade é que eu estava esperando por sua visita e não entendia o porque dele ainda não ter aparecido, me sentia cada vez mais angustiado com isso... mas de certa forma aliviado, depois de tantos meses acamado e fazendo xixi por uma sonda, eu queria estar minimamente arrumado antes que ele aparecessem, se é que ele apareceria... assim, a primeira coisa que fiz ao levantar foi tomar um bom banho, sentir a água escorrendo pelo meu corpo foi incrível, como se eu estivesse voltando a vida novamente, também tinha as sessões de fisioterapia obrigatórias e as consultas com a psicóloga, tudo parte do protocolo... depois da segunda sessão eu já me questionava se não deveria comentar sobre Victor... eu sentia que deveria falar sobre como me sentia com alguém.

Talvez a parte mais chata de tudo fosse as conversas intermináveis sobre o sequestro, por incrível que pareça eu me lembrava de todos os detalhes, principalmente os de Victor e eu... e essas eu era grato por lembrar, mas todo o resto me causavam pesadelos, fiquei em dúvida se deveria contar que me lembrava de tudo, meus pais fizeram questão de trazer o delegado Martinez para conversar comigo, ele foi o responsável por todo o processo, desse as buscas até a finalização do caso, nos 4 meses em que estive em coma eles conseguiram prender a quadrilha que havia nos sequestrado, alguns morreram em confronto com a polícia na fronteira entre o Brasil e o Paraguai enquanto tentavam fugir e outros foram presos, descobri que havíamos sido resgatados na floresta nacional de Shoshone nos Estados Unidos, então foi lá o cenário de todo aquele pesadelo, e parte da quadrilha era americana, a operação realmente foi muito maior do que todos achavam que seria no início, o que também acabou mobilizou a inteligência americana... já que era em território americano, aquilo me assustou, como eu havia conseguido me envolver em algo tão grave? Não tinha noção do real perigo que corri, agradeci mentalmente por estar vivo e inteiro... Pelo menos isso explicava a repercussão do caso... E também fiquei aliviado em saber que o sequestrador que eu havia baleado não havia morrido, por mais que eu o odiasse não queria me tornar um assassino... estava aliviado em saber que aquele pesadelo havia acabado, não sei como viveria com o medo de saber que eles estavam a solta... Mas por alguns segundos eu achei que se estivessem, talvez eu Victor ainda teríamos uma ligação, sei que era ridículo pensar aquilo mas a cada segundo que se passava eu tinha vontade de gritar pelo seu nome e suplicar para que me dissessem onde ele estava, parecia que todos evitam ao máximo falar em seu nome, era como se eu tivesse passado por tudo aquilo sozinho...

O delegado o citou algumas vezes, exaltando como ele fora importante para as investigações, e também de como eu tinha sorte por ter me livrado de tantas horas de interrogatório tanto da polícia brasileira como americana e da angústia durante a busca pelos bandidos que foi televisionada e da necessidade de usar escolta policial durante o processo, mas eu só havia me livrado disso tudo porque estava em coma então não tinha certeza se eu era tão sortudo assim... novamente me perguntei como teriam sido as coisas se eu não tivesse ficado em coma, me parecia óbvio que eu teria ficado próximo a Victor durante os interrogatórios, busca pelos bandidos, sei que não seriam os melhores cenários mas pelo menos eu estaria perto dele, poderia conversar e entender tudo o que havia acontecido... droga, onde ele estava?

Amor a toda luta!Kde žijí příběhy. Začni objevovat