33 - Enfim, a realidade!

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Brasil
2017

Meus olhos finalmente se abriram, com mais dificuldade do que eu esperava, ainda estava meio grogue, sentia como se estivesse estado em coma pelos últimos 3 ou 4 anos... talvez até mais, quanto tempo havia se passado?
          Minha mente era bombardeada a cada segundo com novas lembranças... Meus Deus, eu havia sido sequestrado? Nossa, eu baleei um assaltante? Essas memórias me pareciam tão absurdas que me atingiam como um soco no estômago, até pareciam ser fruto da minha imaginação, e que fértil imaginação para um jovem de 16 anos!
     Espera, eu ainda tenho 16 anos não é?! Espero realmente que não tenha estado em coma pelos últimos anos, e aí... como pude me esquecer, mais uma lembrança me atingiu como uma lufada de vento na face, aquele beijo, Victor havia me beijado, senti os pelinhos do meu braço se arrepiarem, eu ainda estava em estado catatônico, ali, com meus olhos abertos, olhando para aquela luz branca que me cegava, relembrando aqueles últimos dias, nem havia me dado conta que o topo dos pinheiros e árvores haviam dado lugar a aquele teto branco, eu não estava mais na flroresta! Novamente mais uma onda de lembranças me vieram a mente, e junto delas uma ansiedade em descobrir como as coisas haviam terminado, se é que haviam terminado!

Virei minha cabeça a medida que consegui, meu pescoço não doía, será que eu estava sedado? A única coisa que consegui ver foram alguns móveis brancos, algumas poltronas de couro branco, alguns balões de gás Helio que me pareciam infantis demais para serem para mim, algumas flores, e... o que era aquilo? Hmm, cheiro de lavanda, gostei... mas espera, eu estava sozinho?

Aquele sentimento me invadiu repentinamente, me sentir sozinho me causou pânico, senti meu peito começar a bater mais forte, me virei para o outro lado, havia uma parede de vidro que ia do chão ao teto, era tudo tão branco e moderno que me sentia em um laboratório, o vidro era fosco até sua metade, apenas conseguia ver algumas silhuetas do outro lado, eu não estava sozinho, mas quem estava ali? Me senti novamente angustiado, tentei me levantar o máximo que conseguia para tentar ver quem estava lá, apertei meus olhos tentando ineficazmente reconhecer quem estava lá, eu estava praticamente despido, apenas com uma camisola cirúrgica...  me senti tão desconfiável, agora meu corpo parecia começar a doer novamente, droga, minha angústia aumentou ao passo que tentava falar mas a minha voz parecia não conseguir sair, me senti sufocado!

Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Meu coração agora parecia querer sair da minha boca, meus batimentos começaram a ficar descompassados, escorreguei deitando novamente na cama, me assustando quando uma das várias máquinas que me rodeavam começou a pitar insistentemente.

Em poucos segundo a porta do quarto se abriu e meus olhos fecharam.

- Oi querido... é a mamãe! Por favor, tenta apertar a minha mão tá bom? -

Meu Deus, era minha mãe? Era como se escutasse sua voz bem ao fundo, e a cada palavra sua voz ficava mais nítida, até que como se eu fosse um computador desligado a anos, voltasse a ligar aos poucos, meus olhos voltaram a se abrir... sentia agora uma enorme dor no peito e minhas mãos geladas.

- Meu Deus, meu Deus ele acordou, eu não acredito, meu amor, é a mamãe! -

Eu não acredito que a estava vendo novamente, meus olhos já estavam cheios de lágrimas, senti elas correndo pelo meu rosto de forma descontrolada e como se não tivesse controle sobre elas.

- Mãe...-   Essa palavrinha tão pequena, saiu de minha boca como uma súplica, senti como se tivesse sido calado por forças maiores durante anos, finalmente consegui balbuciar algo, me senti tão aliviado.

Antes que eu pudesse processar tudo que estava acontecendo ela me abraçou, era tão bom não me sentir só, minha ame estava ali, eu estava seguro, eu estava vivo, e eu conseguia falar.

Amor a toda luta!Where stories live. Discover now