O Ovo da Fada Negra (Completo)

Ponto 01 - Retalhos III

A famosa guilda de caçadores de Sutuntaw — A Mandíbula Escarlate.

Se localizava em um prédio feito de pedras empilhadas, talhada e unidas. O lugar tinha mais de cem anos, assim como a guilda, e já havia passado por várias reformas sutis.

Na fachada havia uma placa com o nome da guilda e o símbolo – uma mandíbula escarlate com caninos salientes.

Segurou a maçaneta da porta e entrou. Risos e conversas enchiam o grande bar da guilda, havia um corredor que levava ao balcão, e mesas dispostas e cheias de pessoas bebendo e jogando ao longo de todo o bar, uma enorme escada em caracol perto do balcão levava para o segundo andar.

Assim que a garota deu alguns passos seguindo pelo corredor de mesas em direção a escada, as conversas e os risos foram morrendo.

— Ah droga! — exclamou um homem de pele morena e cabelos crespos no lado esquerdo.

— Eu venci Stoll — disse um velho muito grande de pele azul clara assim como os cabelos e a barba longa, ele sorria de maneira debochada do homem de pele morena na sua frente. — Eu disse que ela apareceria em exatamente três semanas e dois dias.

— Vocês devem ter combinado isso! — o homem chamado Stoll ficou em pé indignado, se aproximou da garota ficando na frente dela, ele era uns dez centímetros mais alto. — Ei Garota Retalhos, você e o velho Demetorios estão de armação?

Ela olhou de um para o outro e fez uma expressão indignada para o velho de barba azul clara que ria.

— Vocês deveriam parar de fazer apostas idiotas — a voz dela saiu irritada.

— Esse velho e você são bem amigos que eu sei, estão de armação sim!

A irritação se tornou maior e quando pensou em levar a mão até sua grande agulha negra alguém empurrou o homem na sua frente para o lado.

— Sai da frente Stoll! — ele havia sido empurrado por uma mulher com orelhas de gato no alto da cabeça, seu cabelo era marrom e seu olhos felinos e amarelos. O homem havia caído no chão, mas se levantou irritado e voltou a sentar em sua cadeira onde o velho Demetorios ria.

A mulher com orelha de gato usava uma calça de tecidos finos e leves que cobria até um pouco abaixo do joelho, suas pernas e pés eram iguais os de um gato. Seus seios eram tapados por uma faixa de tecido azul, sua barriga ficava de fora onde havia uma tatuagem com o símbolo da guilda.

— Finalmente você resolveu aparecer Sutura — ela sorriu ao olhar no rosto da garota retalhos. – Tem alguém querendo muito falar com você — ela colocou a mão na testa. — Ele está uma fera, bem que você poderia não sumir toda vez que termina uma missão.

Ela deu de ombros e mordeu o lábio inferior.

— Vou ir falar com ele imediatamente — a mulher com orelhas de gato sorriu. — Obrigado pelo recado Meiryn — disse enquanto seguida em direção a escada em caracol.

Perto do balcão havia um mural onde inúmeros cartazes o enchiam, eram missões de caça com suas respectivas recompensas. Haviam todo tipo de caçada, desde tesouros, animais raros e até pessoas. Existiam também Ranks que determinavam a dificuldade da caçada.

Ao chegar no segundo andar seguiu para a última porta no corredor, haviam cinco no total e todas tinham em média três metros de altura, parou em frente a ela e bateu levemente. Um sonoro pode entrar soou lá de dentro.

Abriu a porta e a fechou logo em seguida quando adentrou o local.

Jamalist Il Sabbah estava sentado em sua cadeira de madeira vermelha forrada com inúmeras peles de animais. A sala era decorada com cabeças de animais raros empalhadas, bestas e até alguns Azurs – o nome que se dava para os seres humanoides que habitavam aquele mundo, os quais eram divididos em diversas raças, como os Rodureans e o Hoens* por exemplo – o local era um pouco sombrio.

Haviam também objetos de valor inestimável naquela sala, exibindo a grandiosidade do líder e da Guilda Mandíbula Escarlate.

Todas as coisas ali pareciam ser tão simples de serem roubadas se não fosse o fato de que haviam armadilhas em cada uma delas, e também pelo tipo de homem que Jamalist Il Sabbah era.

Um grande Rodurean com mais de dois metros de altura, de pele azul escura, seis escamas abaixo de cada olho, ambos com esclera negra e íris verde escura. Seu rosto era anguloso e possuía uma barba rala, cabelos longos de cor azul turquesa que estavam trançados em três longas tranças. Ele tinha uma cicatriz longa na bochecha esquerda.

— Finalmente resolveu aparecer Sutura — disse ele olhando irritado para ela.

A garota se aproximou e botou sobre a grande e alta mesa um anel azul incrustado com pedrinhas vermelhas. Se sentiu como uma criança pequena tentando alcançar uma mesa com um adulto setado perto dela, então puxou uma das duas cadeira que estavam dispostas a frente da mesa e subiu nela.

— Sinceramente — disse ela de maneira monótona. — Dessa vez pensei em nunca mais sair de casa.

Jamalist respirou fundo.

— Não entendo o porquê de você sumir toda vez que termina uma missão. Faz duas semana que você terminou a caçada, o que custa vir direto para cá? — ele abre uma das gavetas da mesa e coloca perto de sutura uma pequena bolsa. — Aí está a recompensa pela caçada.

Quando Sutura pegou a bolsa, percebeu muitos cartazes espalhados sobre a mesa. Aquelas caçadas eram especiais, as mais complicadas e difíceis, o líder sempre selecionava os mais qualificados para faze-las.

Abriu a bolsa e pegou as moedas na mão. Sete moedas de ouro joia. Cada moeda tinha uma pequeno cristal no meio dela indicando o local do qual haviam vindo. Aquelas eram as moedas de maior valor naquele lugar.

— É uma recompensa boa demais — Jamalist fitou o rosto dela que parecia surpresa, mas ela sabia que aquela era a recompensa quando aceitou fazer a caçada pela joia azul, mas não pode deixar de ficar maravilha por receber tanto dinheiro. — O cliente vai ficar satisfeito em receber o que pediu — ele brincava com o anel nas suas grandes mãos de Rodurean.

Sutura guardou a recompensa em uma das pequenas bolsas que haviam em seu cinto. Jamalisti guardou o anel em uma caixinha e fitou a garota.

— Fico imaginando quantas pessoas você deve ter matado, ou melhor, costurado para poder obter esse anel.

A garota deu de ombros como se a pergunta não valesse a pena ser respondida. Se virou para sair quando o líder a interrompeu.

— Espere um momento Sutura — o tom de voz dele era muito sério.

Ela se virou o encarando.

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*Nota - Os Hoens tem a aparência igual a nós humanos.

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Essa história será bem longa(ou não), ainda mais pelo fato de eu postar um pedaço por semana, mas enfim, se você ler não deixe de comentar dizendo se tá uma bosta ou não e vote se possível(a não ser que algum tipo de força sombria o impeça), não sei qual a dificuldade de votar se você leu.