Capítulo 45 - Luau

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- Vamos, por favor, vamos, por favor, vamos, por favor, vamos...

- Sai do meu pé desgraça.

Chutei o Felipe que desviou e puxou o meu pé, comecei a gritar e o filho da mãe não soltava.

- Não. Felipe.... Não!! - eu meio que esperniava, gritava e ria enquanto ele fazia cosquinhas no meu pé. - Por favor, paraaaaa...

- Se eu parar o que você me dá em troca?

Eu já estava pronta pra gritar "o que você quiser" mas pensei bem antes, vai que ele pensa em uma coisa indecente né minha gente. Sou inocente, não suporto essas coisas viu.

- O que você quer?

- Quero que você vá comigo ao Luau hoje a noite. - ele disse parando de fazer cosquinhas mas ainda segurando o meu pé.

- Felipe você é cheio de ficar inventado moda! Ontem foi jantar, furou o nariz, e hoje é Luau. Amanhã a gente vai atrás de alguma escola de samba?

- Você vai ou não?

- Não.

Ele começou outra vez e eu consegui soltar o meu pé, aproveitei a chance e o derrubei no colchão e pulei por cima dele. Comecei a fazer cosquinhas na barriga dele que nem sequer moveu os lábios ou se contorceu. Por outro lado ele segurou firmemente os meus pulsos enquanto eu ficava de boca aberta.

- Você não tem cosquinha!! - gritei e ele riu. - Você é um serumaninho estranho.

- E você é um serumaninho sentado em um certo lugar...

Senti meu rosto ficar vermelho e tentei sair de "lá", mas o Fê colocou as mãos na minha cintura e me segurou. Ele me olhou diretamente nos olhos, e eu devia estar horrível, toda descabelada e com as bochechas vermelhas. Seu olhar desceu até a minha boca, e só aí que eu percebi que o desejo que eu estava de beija-lo era tão grande que as minhas mãos formigavam com vontade de agarrar os seus cabelos e um frio na barriga estava instalado em mim. Por fim, nem eu e nem ele fizemos algo, então ele relaxou as mãos eu deslizei para o lado, me deitando no colchão pequeno que mal cabia nós dois. Ficamos em silêncio por alguns minutos, porque eu simplesmente não admitia pra ele que queria beija-lo?

Mas se ele quisesse me beijar também ele falaria, e se ele quer e não tem coragem de falar, por que eu tenho que ter?

Mas, agora que ele terminou com a Cami ele pode não estar pronto pra seguir em frente...

Ou agora que ele terminou com ela é que ele pode estar pronto...

Ai para, sua indecisa! Minha vontade era de pegar os meus cabelos e puxa-los, odiava quando minha cabeca ficava cheia de pensamentos assim.

- Rebeca? Cê tá escutando alguma coisa do que eu tô falando?

- Oi, fala.

- Por favor, pensa bem... E se eu morrer? - o encarei como se ele fosse um serumaninho louco - Você iria se arrepender de não ir ao Luau comigo.

- Não faz drama, Fê.

- Mas é verdade, você sabe se eu vou estar aqui futuramente? Então você tem que aproveitar enquanto eu estou aqui, porque a vida é assim Rebeca....

- Ah ta bom! Eu vou com você! - o interrompi.

- É por isso que você é o amor da minha vida. - ele disse se levantando e eu revirei os olhos enquanto me arrastava para fora da cama.

Por sorte era uma noite quente mas com uma brisa suave com cheiro de mar, que agitava o meu vestido e balançava meu cabelo. Observei o Felipe em meio as pessoas, ele dava risada enquanto pegava dois coquetéis para nós e conversava com uma turma de garotos. Ele tinha se enturmado tão bem com os meninos dali que eu fiquei supresa, nem sei de onde e quando surgiram aqueles garotos mas ok...
A festa de fato não estava chata, era perto de um quiosque todo decorado com luzes coloridas que eu havia achado o máximo.

- Vem, vamos dançar. - o senti me puxando pela cintura, olhei bem pra cara dele.

- Você está brincando né?

- O quê? - ele perguntou sorrindo enquanto me arrastava para frente de onde um grupo de pessoas tocavam uma música lenta que eu achava que conhecia. - Você não é dançarina?

Eu dei risada e ele colocou uma mão na minha cintura, e com a outra puxou um coroa linda de flores e a arrumou na minha cabeça. A coroa era linda, mas não devia combinar em nada comigo. A música começou e nós dois também começamos a dançar, nossos pés descalços girando pela areia.
Logo que nos viram dançando, as outras pessoas também puxaram seus pares. Encostei a cabeça no peito do Felipe, eu encostaria no ombro caso eu o alcançasse. Respirei fundo, o Felipe me bagunçava inteira!
Quando eu resolvi voltar pra cá, estava decidida a correr atrás da historia dos meus pais. Mas quando estou com ele, isso meio que perde um pouco da importância.
É claro que nós dois não nos tratamos como aqueles típicos casais fofos das novelas, nos xingamos, nos batemos e brigamos o tempo todo. E isso me faz gostar ainda mais dele. Quando a música acabou todos batemos palmas e rimos, eu me virei para voltar a sentar no banquinho do quiosque.

- Não! Não! Eu sou tímido mano. - ouvi a voz do Felipe atrás de mim e me virei para ele que estava sendo puxado pelo grupo de cantores. - Eu nem sei cantar direito...

Ele olhou diretamente pra mim e eu dei risada, voltei ficando de frente para ele. Um menino entregou a ele um violão, e ele se sentou em um banquinho de madeira. Ele não parava de me olhar, e toda vez que o Felipe o fazia eu sorria.
Ele tocou as primeiras notas e olhou para o violão.

- Quando eu te encontrei... Logo pensei em várias maneiras de te conquistar, eu te avistei e logo pensei aqui é o seu lugar... - eu estava totalmente surpresa pela voz dele, nunca havia escutado o Felipe cantar - E então me olha, que a noite, o dia, tudo contigo fica tão lindo...

Ele levantou o seu olhar até encontrar os meus olhos, abriu um sorriso incrível pra mim que fez meu coração se acelerar.

- Então me olha! Mas é tanta beleza, acabo ficando meio perdido... Eu descobri em teu olhar, ah ah ah ah ah ah, que tudo vive em seu olhar, ah ah ah ah ah ah... - ele olhou para baixo enquanto tocava algumas notas, e quando voltou a olhar para mim seus olhos brilhavam. - Quando eu te encontrei, logo pensei em várias maneiras de te conquistar! Eu te avistei e logo pensei, aqui é o seu lugar...

Foda- Se O AmorWhere stories live. Discover now