"Uuuuh sorry!" eu me mexia no ritmo da música e as pessoas acompanhavam com palmas.
Algumas meninas até foram lá pra frente pra dançar também.
Dançar era algo que não me cansava, tipo... Nunca.
Após várias e várias músicas eu e as meninas fomos curtir a festa com a galera, como sempre fazíamos depois de qualquer apresentação.
Fui até o balcão em que estavam servindo as bebidas e a Kath me veio com um copo de um Treco vermelho.- Que que é isso? - pergunto encarando o líquido.
- Sei lá.
Dou de ombros e viro tudo de uma vez, a bebida faz minha garganta arder levemente. Deve ser bem forte.
- Vamo dançar mais um pouco gente! - vou me infiltrando na multidão de pessoas quando começa a tocar uma música que eu amo.
"Major Lazer & DJ Snake - Lean On" as luzes coloridas são ofuscadas por uma máquina de fumaça.
Ai vira a maior bagunça, começamos a pular enquanto dançavamos sem ver nada por conta da fumaça colorida.
Depois as músicas foram mudando, a fumaça abaixando e o ritmo diminuindo. Então percebi que tava na hora de me mandar.
Procurei a Kath pela festa inteira mas não a vejo, deve ter ido sem mim aquela vaca.
Fui até o garçom bonitinho de olhos verdes e perguntei do meu casaco que tinha deixado aqui assim que entrei. Ele me entrega e sorri pra mim, devolvo o sorriso e vou até a saída.
Você deve estar se perguntando, você não namora? O Caíque acha na cabecinha dele que a gente namora, mas eu não dou a mínima pra ele como não dou pra qualquer outro garoto.
Estou tipo, "an, foda-se" ele que não percebe. Será que eu tenho que desenhar?
Escuto meu celular tocar e demoro um pouco pra atender só pra ouvir a música do toque.- Alô?
- Rebeca onde você tá?
- To indo embora Murilo, porque? Aconteceu alguma coisa com a Mel?
- Não a Mel ta bem, é que a vó e o vô chegaram agora.
- Ahhhhhh, já to indo pra aí!
- Tá, vem logo.
- Qual parte do "já to indo" você não entendeu Murilo? Moleque burro.
- Olha o jeito que cê fala comigo hein sou seu irmão mais velho mais respeito comigo ai!
- Aham, tchau.
Olho no visor e são 04:47, se fosse a minha mãe eu levaria uma bronca mas são meus avós que pegaram a nossa guarda depois que meus país morreram à dois anos.
Eles cuidam de mim como se eu fosse a filha que eles perderam, e fazem o mesmo com os meus irmãos.
Eu amo eles, são a minha única familia agora. Se mexeu com eles, mexeu comigo!
∆- Ahhh vovozinha que saudade da senhora!
Abracei a minha vó depois de já ter abraçado o meu vô. A minha vó, dona Renata, tem atualmente 62 anos e meu vô, seu José tem 68.
A minha vó teve o meu tio bem novinha, e ai teve minha mãe depois.
Mas eu nunca conheci o meu tio, nem sei nada sobre ele já que nunca falo muito sobre família com ninguém.
Eles chegaram à essa hora porque o banco ligou pra eles um dia sobre uma dívida de dez anos atrás que vinha acumulando muito juros.
Tudo o que fiquei sabendo foi isso, ai eles tiveram que ir lá pra outra cidade resolver esse negócio ai.- Não grita menina assim você acorda seus irmãos!
- Esqueci. Mas e ai como foi lá?
- Então precisamos conversar sobre isso, mas que tal amanhã? Você deve estar cansada né mocinha?
- Vish vó pior que eu to mesmo, vocês não se importam se eu dormir e amanhã a gente conversar né?
- Claro que não meu bem, também precisamos descansar. E você seu Murilo, direto pro ninho.
- Vó a senhora se confundiu, a Rebeca que é a galinha.
- Ah vai se fuder! - jogo meu casaco na cara dele e entro no meu quarto.
Não me preocupei nem em tirar a maquiagem ou trocar de roupa, apenas tiro o sapato e apago.
∆- Ah vocês só podem estar de zuera com a minha cara. Puta que pariu, ir morar com riquinhos mimados que eu nem conheço e agora descubro que são meus "primos"? Nunca!
- Rebeca olha essa boca hein, é o que é preciso. Não sabíamos que eles tinham a escritura da casa como forma de garantia do pagamento, essa é a nossa ultima chance de pagar - o meu vô fala tentando me acalmar, mas estou numa situação de nervos.
- Escuta seu avô minha filha, a oferta que eles ofereceram não pode ser recusada. E se a gente vender a casa vamos ter o dinheiro certinho pra pagar e começar em outro lugar.
- E olha o lugar que vocês foram escolher! Eu podia sei lá, arranjar um trabalho enquanto não to estudando... O vagabundo do Murilo podia fazer alguma coisa de útil também.
- Cala a sua boca hein Rebeca... - meu irmão vem retrucar.
- Parem os dois! Rebeca, sei que você não quer mas é o que vai ser feito. Seu avô e eu já decidimos.
- E eu não posso nem decidir o que eu quero pra minha vida?!
- Pode sim: ou você vai e continua com a sua família, ou fica aqui sem lugar pra morar e abandona seus avós e seus irmãos.
- Nossa vô assim também não dá né! - grito nervosa.
- Então para de rebeldia menina!
- Que merda! Quero sumir!
Saio da cozinha e maio a porta de casa ao sair, to simplesmente puta da vida e se ficasse lá por mais alguns segundos eu ia explodir.
Então era isso, eles iam me levar lá pros quintos dos infernos e eu não podia fazer nada?
Ah se é isso que eles pensam estão enganados, preciso bolar alguma coisa e já sei quem vai me ajudar.
∆Não consegui bolar nenhum esquema, mas decidi que ia tentar convence-los a ficarem aqui.
Mas minha cara caiu quando cheguei e vi o Murilo com um monte de malas que eram minhas.- Que porra é essa?! Larga as minhas coisas Murilo!
Ele enfia as malas na minivan do meu vô e fico de boca aberta ao ver que já tem outras lá dentro.
Vou pra dentro de casa e vou abrindo o meu guarda-roupa... Nada. Abro o do Murilo, nada. E assim com todos.
Como assim a gente já ta de mudança?!
Não pode ser tão rápido assim, eles nem tinham comprador da casa ainda!- O banco nos despejou se é isso que você quer saber, mas vão nos dar um mês pra vender a casa. E um amigo meu tava interessado, já fechamos e agora é só pegar o dinheiro na segunda feira. - o Murilo encosta do meu lado.
- E a gente fica onde enquanto isso?
- Onde você acha?
Meia hora depois eu tava enfiada no banco da frente da minivan enquanto o Murilo dirigia, seguindo o carro do meu avô que ia na frente pela pista quase vazia.
Estou de cara fechada, preferia morrer.
Mas, riquinhos de merda ai vou eu...
∆Ei gente, esses da imagem são os irmãos da Rebeca. Espero que gostem.
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Foda- Se O Amor
RomanceRebeca Lewis, 17 anos, perdeu seus pais e morava com seus avós até então. É durona, mas se mexer com sua família... Mexeu com ela. Ela enfrenta os típicos problemas da adolescência, até que uma dívida surge e ela e sua familia são obrigados a se mud...