Capítulo 37 - Fuga

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- Porra Kath porque não atende a merda do telefone? Te liguei milhares de vezes...

- Fala aí morena. - ela responde desanimada.

- Você não vai acreditar.. - começo e ela me interrompe.

- Vou sim, até porque já sei e concordo plenamente com o Murilo.

- Como é que é?- digo chocada.

- Rebeca você ta agindo..

- Ah vai pra puta que pariu - respondo sem nem esperar a resposta e encerro a chamada.

Já é noite e to sentindo como se tivesse num cativeiro, mas é claro na minha própria casa e é o meu irmão que me prendeu! Eu quero fugir daqui, mas fugir e tomar um chá de sumiço sabe? Levar algumas roupas, o celular, dinheiro e mais nada. Não dizer nada a ninguém, ninguém mesmo. Afinal pra quem eu diria? Todos estão contra mim, e deixar essa historia por mais nem menos é que eu não vou.. Custe o que custar. Levantei e peguei a mochila da escola e nela fui enfiando algumas calças, shorts e blusas que mais usava, coloquei meu tênis preto no pé, um outro par na mochila e fui até o banheiro pegar algumas outras coisas. Coloquei minha escova de dentes, a de cabelo e só.
Pra onde eu vou e como vou sair daqui eu não sei, mas eu vou deixar esses otários comendo poeira.
Deixei o quarto completamente escuro e me sentei quieta na cama, com a mochila escondida embaixo dela.

- Rebeca? Vem comer. - escuto o Pratrick abrir a porta e me procurar em meio ao escuro, me levantei e parei em frente a ele na porta.

- E a prisioneira é libertada para a refeição. - digo irônica me pondo em frente a fechadura da porta, puchei as chaves discretamente com uma mão enquanto falava com o Patrick sem ele perceber nada.
Caminhei até a cozinha que estava silenciosa, entrei de cara fechada sem falar ou olhar pra ninguém. Estava me sentindo completamente ridícula, observei as três embalagens de pizza com seis sabores diferentes.
Coloquei um pedaço no prato e me sentei na ponta da meza longe dos demais.

- A vó não está, por isso resolvemos pedir pizza. Não somos muito bons na cozinha - o Léo diz pra mim e eu o ignoro totalmente enquanto cortava friamente o pedaço.

- Esse sabor não é muito bom, azeitona é horrível. - o Murilo diz sorrindo pra mim e eu pego três azeitonas enfiando todas de uma vez na boca. - Ah, ok. Se você gosta.

Comi enquanto eles conversavam entre si, e quando ninguém estava prestando atenção tirei uma das chaves que era a copia da original. Depois era só colocar na fechadura e pronto, estava feito.
Coloquei a mesma no meu bolso e a outra segurei firmemente em uma mão.
Me levantei e senti vários olhares se pesarem nas minhas costas, sai da cozinha e coloquei rapidamente a chave de volta no lugar, entrei no quarto e me deitei novamente na cama com os tênis ainda nos pés.
Escutei o Murilo se aproximar e a porta ir se encostando, levantei rapidamente e me coloquei a frente dele.

- Vai mesmo me trancar? - perguntei desafiadora - acha que posso fugir no meio da noite?

- Eu prefiro não arriscar. - ele responde sorrindo de forma sínica.

- Você vai se arrepender. - ele olhou pra minha cara com o olhar de "vou mesmo é?" como se nem se importasse.

Mas tudo bem, daqui a algumas horas eu estarei em algum lugar por ai e com certeza ele vai se importar e entender o significado do meu "se arrepender". Deitei na cama e coloquei o celular pra carregar, fiquei horas deitada no escuro enquanto esperava eles deitarem e dormirem. Entrei no facebook e depois no whats, chequei o perfil e todos e estavam online a mais de duas horas. A barra ta limpa, peguei uma jaqueta colegial que estava pendurada porque era de madrugada já e eu conseguia ouvir a chuva leve lá fora.
Peguei a copia da chave no meu bolso, passei a mochila pelas costas e coloquei o fone de ouvido. Destranquei a porta lentamente pra não acordar ninguém, sai do quarto e a encostei de novo mas dessa vez sem trancar.
Observei o apartamento escuro, as janelas compridas da sala refletiam um brilho melancólico por todo o local, eu olhei as fotos minhas e dos meus primos na mesa de canto, uma foto minha e dos meus irmãos... Tudo aquilo agora estava diferente, eu não era mais a órfã que perdeu os pais um acidente de carro, eu era a órfã que perdeu os pais em uma emboscada de bandidos.

Me olhei no espelho grande pendurado na parede da sala, eu estava diferente assim como tudo por aqui o que não me surpreendia em nada. Andei com cuidado pra não fazer barulho até a porta, abri e dei mais uma olhada pra minha casa e senti um aperto no peito.
Mas ignorei, fechei a porta engolindo em seco, o elevador já estava de prontidão é claro... As 4 da madrugada ninguém estava disposto a sair. Cheguei na agora tão conhecida recepção, que a meses atrás eu simplesmente odiei assim que pisei aqui.. É tão engraçado, 5 meses atrás eu odiava ter que vir pra cá, e agora simplesmente não quero ir embora.

- Boa noite senhorita Lewis, deseja algo? - a moça da recepção diz me despertando dos devaneios e seção nostalgia.

- Ah não, obrigada. Só vou sair - respondi dando um sorriso rápido.

- Gostaria de deixar um recado pra saberem aonde a senhorita foi? - ela perfume ta gentilmente.

- Não, valeu. - respondo ajeitando a bolsa e colocando o fone de ouvido por baixo da bolsa. - Ah quer saber? Onde vende mesmo aqueles cafés?

Ela se levanta e vai até a maquina de capuccino, eu não tinha lembrado o nome gente! Ela faz um copo médio pra mim e me entrega, tiro do bolso dois e cinqüenta e entrego.

- Tenha uma boa noite

Assenti e empurrei a porta de vidro da entrada, dei de cara com um chuvisqueiro gelado que me fez estremecer. Atravessei a rua e olhei mais uma vez pro prédio, eu tinha a estranha sensação que não voltaria mais.

vou postar postar esse hoje porque caralhooooooooo, chegou a 8k e 700 votos! Nossa gente, sério amo você seus LINDOS MARAVILHOSOS GATOOOOOS AIIIIII CORAÇÃO ❤❤❤❤
Capítulo da bad (sempre que o livro chega alguma coisa acaba coincidindo com um capitulo da bad kkkkkkk) mas mesmo assim espero que gostem ❤❤❤ Bjossssss

Foda- Se O AmorWhere stories live. Discover now