It Makes No Sense

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     Eu conseguia ver o hospital mesmo a dez metros de distância. Aqueles prédios eram inconfundíveis. O maior hospital de Connecticut se erguia com seus quinze andares, sem contar nos cinco andares do laboratório ao lado e os outros cinco da ala vermelha. Eu estava bastante tensa naquele momento, enquanto fazia a curva e agora via a entrada do hospital. O portão maior estava aberto, para dar o espaço para os carros passarem. Estacionei o carro e desci. Escutei mais uma batida na porta e vi YoonGi saindo do carro também. Oh, eu havia me esquecido de que ele estava ali.

     YoonGi me encarou, e então deu um sorriso fechado. Tentei retribuir, mas não funcionou como eu esperava. As mãos dele encontraram meu rosto, e então seus polegares secaram as lágrimas imperceptíveis por mim. Seus lábios encontraram os meus num toque suave, e por um segundo, só por um segundo, eu me vi livre de todos os meus problemas.

     Pelo menos ele estava comigo.

     – Não chore – ele sussurrou. Segurei suas mãos e fechei os olhos.

     – Eu ainda não acredito que tudo isso está acontecendo. Mas eu estou feliz porque não estou sozinha. Você está aqui – deixei escapar. Uma onda de vergonha varreu meu corpo quando YoonGi tirou as mãos do meu rosto, abaixei a cabeça. E se aquilo fosse demais para ele aguentar? Um relacionamento com uma mulher cheia de problemas? E se ele estivesse procurando por um relacionamento mais "leve"? E se YoonGi não compartilhasse do mesmo sentimento que eu? E se eu estivesse errada sobre tudo aquilo?

     Senti seu dedo indicador e polegar encaixarem no meu queixo, levantei a cabeça, percebi que todas as minhas paranoias estavam erradas. YoonGi estava com um sorriso tão lindo, tão genuinamente apaixonado. Suas mãos desceram até a minha cintura, e então ele me beijou.

     – Eu estou onde deveria estar.

     Eu o abracei. Sentia que aquilo tudo, todos os problemas, iriam acabar um dia. YoonGi me passava essa sensação de conforto, a sensação de chegar cansada de um dia de trabalho puxado e ter exatamente como descansar, ou saber com quem descansar. Eu estava muito feliz com aquilo.

     Quando nos desvencilhamos, YoonGi segurou minha mão. Juntos, entramos no hospital.

     P. O. V NamJoon (narrado em 3ª pessoa)

     NamJoon estava preocupado.

     HoSeok havia contado que a amiga da Emma estava para fazer um transplante ocular. Isso deixou NamJoon preocupado. O porquê?

     Ele não sabia.

     Certo, transplantes oculares demoravam no mínimo uma hora. Era um procedimento rápido, mas Amber estava com câncer em estágio de metástase, aquilo significava que o cirurgião teria que retirar o câncer visível da região ocular antes de colocar o novo órgão. Isso poderia complicar a cirurgia. Também, o pós-operatório seria de quase um mês, e Emma poderia ficar sobrecarregada, ela precisaria de ajuda, não era?

     E por que a ajuda tinha que vir logo da parte dele?

     NamJoon apenas pegou a chave da SUV e saiu do hotel em que os seis estavam hospedados. O céu estava estrelado, sem nenhuma nuvem por perto e isso não combinava nada com seu humor. O vento estava parado, como se quisesse fazer um suspense ainda maior.

     – Para onde vai, NamJoon? – Jin perguntou. Ele estava com uma blusa rosa clara e dois copos de café.

     – Ver... Uma amiga.

     – É a Emma? – ele indagou. Como NamJoon ficou em silêncio, o mais velho continuou: – É a amiga dela, certo? A que deve estar fazendo o transplante de córnea agora?

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