One Week

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     Assim que entrei no meu quarto do hotel, desabei sobre a cama. O que eu havia feito? Meu Deus, eu dei um beijo na bochecha do Suga! Com certeza não era eu me controlando naquela hora.

     Deveria ser um tipo de ser-maligno-dos-beijos-na-bochecha. Eu não sei.

     Tampei meu rosto com as mãos e respirei fundo. Eu definitivamente não deveria ter feito aquilo, e agora, estava me sentindo terrivelmente envergonhada.

     Levantei da cama e fui ao banheiro; meu cabelo estava mais ou menos bagunçado, mas nada que fosse muito grave. Prendi-o num coque e me despi; entrei no box e liguei o chuveiro, deixando a água fria escorrer sobre mim e tirar um pouco da vergonha que eu estava sentindo. Claramente, não funcionou. A cada vez que a cena se repetia na minha mente, eu colava a mão na testa.

     Quando voltei ao quarto, troquei de roupa, colocando algum pijama de urso panda e sentando na cama, pronta para pedir o almoço; ainda era uma e meia da tarde, então tudo certo. Depois de fazer o meu pedido, sentei na minha cama e abri minha bolsa, pegando meu celular e o cartãozinho branco. Céus, eu não acreditava que YoonGi deixou o número dele na minha bolsa! Isso é loucura.

     Terminei de adicionar o número no meu celular e esperei o almoço chegar.

*

     Quando terminei o almoço, liguei a televisão e comecei a assistir P.S.: Eu Te Amo, mas estava dublado para coreano, então coloquei no legendado. Ah, esse filme mexe com meu coração, e não demorou muito tempo para que eu caísse em lágrimas. Meu celular tocou, e sem ver quem era, atendi:

     – Alô?

     – Emma! – eu reconheci a voz da minha melhor amiga. – Sua mãe me contou que você está na Coreia. Parabéns, amiga. Você realmente merece.

     – Obrigada, Amber.

     – Mas... POR QUE NÃO ME CONTOU QUE ESTAVA VIAJANDO PARA FORA DO PAÍS, SUA IMBECIL? – ela gritou. Gargalhei.

     – Não deu tempo – respondi.

     – Então você não tem tempo para sua melhor amiga? – Amber questiona.

     – Amber... – comecei a falar, mas ela me interrompeu:

     – Não. Deixa pra lá, está tudo bem, agora eu tenho que ir dormir, você sabe... Fuso horário. E além do mais, meu chefe vai me matar se eu não escrever um artigo sobre álcool na adolescência – ela disse e bocejou. Ela trabalhava na área de Jornalismo, e escrevia artigos para um jornal bem famoso nos Estados Unidos. O chefe dela era bem mal-humorado e ela sempre vivia dizendo que os nossos chefes teriam que trocar de lugar. Sorri.

     – Tudo bem, Amber. Vá dormir. Boa noite – falei.

     – Boa noite. Bom dia. Se divirta nas boates noturnas e pegando coreanos – ela disse e desligou.

     Eu não era esse tipo de pessoa e ela sabia. Amber me conheceu quando estávamos no segundo ano do Ensino Médio, quando eu estava sendo oprimida por algumas patricinhas. Ela me ajudou com muitas coisas; Amber é a única pessoa – além dos meus pais – que eu realmente posso confiar. Ela sabe dos meus segredos mais profundos, e sabe do meu passado obscuro, o qual eu prometi a mim mesma que não contaria à ninguém.

     Todas as pessoas tem uma parte ruim do passado, nenhuma pessoa existente no mundo têm todo o passado bom. Eu não gostava de falar muito sobre aquilo, e tentava esquecer, mas esse papo de enterrar o passado é uma grande mentira; porque uma hora ou outra, ele sempre acaba voltando para nos atormentar. Eu tentei ser uma pessoa discreta daquele tempo pra cá, e consegui. Ninguém nunca mais falou sobre mim, e meu rosto nunca mais apareceu nos jornais, e eu me sentia extremamente grata por aquilo. Não era legal quando eu saía de casa e as pessoas começavam a cochichar umas com as outras e, em certos casos, até apontar na minha direção. Finalmente o estado de Connecticutt esqueceu o meu rosto, e eu pude voltar a ser uma pessoa normal.

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