Room 9

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     – Oh, droga – foram as primeiras palavras que eu falei assim que acordei. Por quê? Porque eu não havia colocado o celular para despertar.

      Liguei o celular e dei um suspiro de alívio ao saber que era pouco mais que 06h30min.

     Levantei da cama e andei como um zumbi até o banheiro. Me olhei no espelho e vi o estado do meu cabelo: como sempre, era uma floresta assombrada. Meus olhos estavam sem as olheiras habituais, o que significava que eu havia tido uma boa noite de sono. Escovei os dentes e em seguida, fui tomar um banho. Quando saí do banheiro, vesti uma roupa confortável para o meu dia de trabalho. Olhei mais uma vez as horas no meu celular, e era um pouco mais que sete da manhã; eu teria que chegar no local às oito horas em ponto, se não, poderia levar uma bela de uma bronca.

     E isso era a última coisa que eu queria no meu primeiro dia de trabalho aqui em Seul.

     Penteei o cabelo, e em seguida o amarrei num rabo de cavalo. Fiz uma maquiagem básica e olhei o tempo pela janela; parecia que estava frio. As nuvens tomavam conta do céu e as pessoas estavam todas agasalhadas. Peguei um cachecol e uma blusa de frio. Tomara que aquilo me esquentasse. Não tomei café da manhã, apenas guardei minha máquina fotográfica na bolsa, meus documentos, dinheiro e saí do hotel.

     Peguei um táxi e entreguei ao motorista o endereço de onde eu precisava ir.

     – Sabe quanto tempo vai demorar? – perguntei. Estava um pouco receosa da resposta, já que quando eu havia saído do hotel, eram 07h15min.

     – Deve demorar uns quinze minutos, dependendo do trânsito – ele respondeu, e eu suspirei de alívio.

     – Será que dá para passar em uma lanchonete antes? – perguntei. Ele assentiu e continuou a dirigir. – Obrigada.

     Fiquei observando as ruas de Seul enquanto chegava ao meu primeiro destinatário: as ruas eram incrivelmente limpas, não havia sequer nenhuma sujeira à vista. As pessoas caminhavam um pouco apressadas, com roupas sociais e vi um grupo de garotas indo à escola. Elas deviam estar um pouco atrasadas.

     O carro parou.

     – Aqui é uma lanchonete – o motorista anunciou.

     – Ah, obrigada – falei. – Me espere, eu volto rápido.

     Desci do táxi e entrei na lanchonete: ela era muito fofa e aconchegante. As paredes eram pintadas de um rosa claro, e algumas garçonetes com uniformes fofos passeavam daqui até ali, indo atender os clientes. Me aproximei da bancada e comprei donuts e um refrigerante, paguei e saí da lanchonete, vendo o táxi a minha espera. Quando eu entrei no mesmo, o motorista começou a dirigir, desta vez, para o meu segundo destinatário.

*

     Quando o táxi parou em frente ao local do meu trabalho, desci do mesmo e paguei o motorista. Quando retornei a olhar para o lugar onde seria realizado o photoshoot, minha boca se abriu num "o" gigante:

     O lugar era enorme. Um edifício moderno, indescritível. Ele deveria ter uns vinte e cinco andares e algumas pessoas entravam e saíam dele, todas as janelas eram de um vidro cinza espelhado, e no topo, um arranha-céu pairava, direcionado as nuvens. Se eu não tivesse algo importante para fazer, poderia ficar o dia inteiro admirando aquela arquitetura. Despertei do meu torpor e adentrei naquele edifício, empurrando uma porta de vidro.

     Por dentro, era bem aconchegante: as paredes, sofás, o piso e o teto eram brancos, dando uma sensação de conforto. Apenas alguns móveis e a bancada, com sete recepcionistas, eram marrons, dando um ar profissional no ambiente. Me aproximei de um dos recepcionistas e me identifiquei:

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